— Co.. como? Como você sabe disso?
— Tudo passou no telão, assim que a banda saiu do palco.
— Como? – senti meu rosto esquentar e me ajeitei no pedaço de tronco de árvore cortada que estava ao lado de Matahun – tudo o que ele me disse foi transmitido? – elevei novamente o tom de voz, como eu iria encarar o mundo agora?
— Shii, Miranda. Fala baixo. Esqueceu o que aconteceu da última vez que você gritou?
— Mas – falei alto, me corrigindo em seguida – mas como ele pôde fazer isso? – era como se tudo que eu sempre acreditei tivesse sido destruído, pela segunda vez.
Como Dylan pôde fazer isso comigo?
— Se te conforta, achei tudo isso muito estranho. – ele disse, novamente revirando o fogo.
— Estranho? Matahun, fui feita de idiota em público, duas vezes, fora que antes eles já estavam se pegando, com certeza, não tem nada de estranho... ele me usou, me abandonou, e ainda teve a coragem de mantar que eu procurasse pelo Benjamin!
— Você está agindo com a emoção, como uma criança que perdeu o brinquedo pra outra. Por que Dylan faria isso? Por que ele te traria pra cá pra te humilhar? Esse Benjamin é o anjo amaldiçoado, correto?
— Sim, ele...
— E por que Dylan faria isso Miranda?
— Isso que não sei.
— Estranho... – novamente ele falou, pensando consigo mesmo.
— Mas quer saber, não me importa. Nada mais me importa! – eu disse, me levantando e andando uns dois passos pra frente, e sem perceber voltei a chorar.
Matahun me seguiu. Pude ver a sua silhueta no chão, iluminada pela luz daquele fogo. Ele era bem mais alto que eu, e naquele breu que estávamos, parecia terrivelmente perigoso. Ele se aproximou, e podia sentir sua respiração próxima a mim, mas ele não me tocou.
— Não adianta! Nada adianta. – solucei. — Estou aqui sozinha, perdida, agora grávida, como sou burra!
— Vem comigo, Miranda – ele tocou em meus ombros, com as duas mãos, e aproximou seu rosto às minhas orelhas, sussurrando – vem comigo, eu te levo para casa.
— Eu não tenho casa... eu....
— Você tem sim. Por que você foge? Do que você tem medo?
— Eu não estou fugindo de nada!
— Então o que te impede de vir? Você não está presa, você não está morta, você pode voltar quando quiser. Do que você tem medo Miranda?
— Eu... eu não sei...
— Você tem medo de conhecer quem você realmente é? – Eu fiquei sem palavras, refletindo o que Matahun disse. — Onde estão seus amigos agora? – ele continuou. – Seu pai nunca te abandonou. – eu ri.
— Como você pode dizer isso? Se é verdade que eu tenho reencarnado todo esse tempo, é justamente porque ele não ligava a mínima pra mim, mas também, o que podemos esperar do demônio? – debochei.
— Seu pai nunca te abandonou. Ele sempre esteve ao seu lado, indiretamente. Ele deu um jeito de que, mesmo se te matassem, você não morreria. Ele se importa e se preocupa com você.
— E onde ele está agora?
— Está te esperando, e pra não te deixar sozinha por aqui, me enviou, e antes de mim, enviou outros para te guiar e cuidar de você. Ele sempre esteve te acompanhando e esperando por esse momento. Ele tem planos para você, mas até mesmo ele não irá de forçar a nada.
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Condemnnatu - Série Além Da Alma - Livro 2
FantasyNo Inferno, ela esperava encontrar lavas incandescentes e sons de desespero, mas ao chegar, o que teve foi a notícia mais alarmante e inusitada que poderia imaginar. Ela estava grávida. Agora, além de lutar pelo conhecimento a respeito de seu passa...
Capítulo 16 - Encarando o destino
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