CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

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AYLA

— Bom eu realmente não lembro de ter comido isso antes, mas é muito gostoso. – coloco mais uma garfada do arroz sírio em minha boca, e me delicio com o sabor de diversas coisas, desde frango à amêndoas. Mastigo fazendo barulhinho de "hum" – Isso mostra que eu tinha bom gosto. – falo tapando a boca.

— Continua tendo bom gosto. – Almir comenta piscando para mim, com um sorriso safado. Sorrio também entendendo do que ele está falando.

— Você grudava em minhas pernas quando sentia o cheiro pela casa, podia estar fazendo o que fosse, mas corria pra mim. – Mirit começa a contar, e percebo como sua voz embarga provavelmente com as lembranças. – Desculpa. – pede limpando as lágrimas que caem de seus olhos. – Eu não consigo acreditar que estou vivendo isso, você está aqui. – seguro sua mão por cima da mesa em um gesto de carinho.

— Não peça desculpas, eu só não lembro de nada, mas fico feliz em saber que era amada a ponto de você ter abdicado da sua vida por mim. – ela coloca sua mão por cima da minha e acaricia. – E são lindas lembranças, fico triste por não lembrar, e passar anos achando que fui abandonada por falta de amor. – falo.

— Por falta de amor nunca. – ela retira a mão e volta a comer. – Para que eu pudesse terminar o que estava fazendo, eu tinha que colocar um pouco numa tigelinha e ali você sentava e enquanto não acabava não saia dali. — rimos.

— Minha mãe sempre conta que eu ficava atrás dela quando ela fazia cozido... – ela suspira fundo desviando o olhar, e, me dou conta que falei minha mãe ao me referir a Magnólia. – Desculpa, não falei por mal... — Mirit segura minha mão.

— Você está certa, ela foi e será sempre sua mãe Ayla, como você disse, ela cuidou e amou você. – ela respira fundo. – Ela fez o que eu não pude fazer, sou muito grata a ela por isso, por ter dado amor a você, quando eu não pude.

— Também sou muito grata. – tomo um pouco de suco.

— Você, foi minha única alegria durante os anos que vivi com Nagibe, eu poderia dizer que vivia para você. – sinto novamente meu coração apertar com seu relato. Foram anos de sofrimento, ninguém merece viver assim. Tento mudar o foco do assunto.

— Eu realmente estava com fome. – me sirvo mais um pouco. – Estava muito ansiosa, e não estava me alimentando direito, mas agora. – dou de ombros.

— Ou está comendo por dois. – Almir fala recostando-se na cadeira e sorrindo igual a um bobo.

— Por Allah! – um sorriso enorme surge no rosto de Mirit. – Você está grávida?

— Na verdade não sei, mas é possível. – falo, sentindo meu coração disparar pela expectativa. Ela fala algumas palavras que não compreendo, pois é em sua língua.

— Até parece que vocês dois estão vivendo o que eu não pude viver com Fauzi. – ela fala quando está mais calma e olhando para Almir. – Espero que vocês sejam felizes! – sinto que suas palavras saem do fundo de seu coração. Chego a sorrir tamanha é sua alegria por nós. Tenho certeza que se eu estiver mesmo grávida minha mãe, vai ficar assim também.

— No que depender de mim. – Almir fala e, me olha intensamente. – Sempre farei o possível para que nada venha atrapalhar.

— Mas o que poderia atrapalhar? – eu pergunto. Porque não há nada que possa acontecer que possa nos separar. Penso. – Tinha o seu compromisso com a... – tento lembrar o nome da sua prometida.

— Najla. – ele fala meio contrariado. – Ela nunca foi um problema Ayla. – suspira e olha para minha mãe.

— Fauzi, tinha uma vontade grande que você se casasse com a filha de Aziz, na época nem filhos ele tinha ainda, mas eles se comprometeram com isso. – Mirit comenta me olhando – Não entenda isso errado, é muito comum.

A Escolhida do Sheik [Re-postando]Where stories live. Discover now