CAPÍTULO VINTE OITO

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ALMIR FARUK

Saio de casa deixando Ayla, e tento me concentrar nos negócios, o que é algo quase impossível no momento, mesmo prestes a perder a empresa que meu pai teve tanto orgulho em fundar e manter por todos esses anos, Ayla é mais importante para mim. Tem uma parte nessa história do seu passado, que não estou conseguindo entender. Minha mãe ter deixado claro que conheceu Mirit, a mãe biológica de Ayla só indica que as respostas que eu preciso estão com pessoas que conviveram com meu pai no passado. Tem uma pessoa que conheço que pode saber de alguma coisa.

— Vamos para casa de Aziz! – peço a Jamal assim que entro no carro.

— Senhor, Zayn já ligou querendo saber se já estávamos a caminho da empresa. – me informa, assim que coloca o carro em movimento.

— Iremos para lá depois de resolver uma coisa. – ele concorda e não fala mais nada. – Como foi a viagem? — pergunto com relação a vinda deles da Espanha.

— Tudo dentro do esperado senhor. – ele responde me olhando pelo retrovisor. Mas vejo que suas feições estão meio contrariadas. Ayla havia comentado que ele e Izabel andavam se estranhando.

Deixo esse assunto de lado, tenho coisas mais importantes a pensar no momento. Enquanto o carro percorre as ruas de Dubai até o nosso destino, lembro de algumas coisas de quando estive com Mirit. Ela ficou assustada assim que me viu entrar em sua casa, não queria conversar. Ficou claro seu medo, ela só aceitou minha presença quando me identifiquei então pela primeira vez me olhou. Ficou por um grande tempo me analisando, e por fim falou o nome do meu pai. O que para mim foi uma total surpresa, o que meu pai tinha haver com tudo era o que estava tirando minha paz no momento.

Depois de falar o nome do meu pai, ela caiu em um choro que me deixou mais perturbado do que nunca. Repetia sem parar que não fizesse mal a ela, pois ela não teve culpa no que aconteceu, só consegui acalmá-la quando mostrei uma foto de Ayla. Então ela entendeu que eu não queria fazer mal, mas continuou sem condições de me dar qualquer outro detalhe sobre o que aconteceu, como o por quê de ter deixado uma criança em outro continente? Ao mencionar isso, fiz com que ela volta-se a chorar.

Não tive muito, o que fazer naquele dia, pois logo fui informado por Ibrahim que Najla havia estado em meu apartamento, e temendo por algo pior decidi ir embora, mas dei ordens para mantê-la escondida sob meus cuidados. Eu fiquei mais intrigado por ela ter aceitado e agradecido, só comprova que ela está fugindo. De quem? E por quê?

O carro para em frente à casa do homem ao qual eu ameacei a última vez que estive aqui. Assim que saio do carro, a porta da frente é aberta e, Najla se surpreende ao me, ver.

— Almir? – ha verdadeira surpresa em sua voz.

— Seu pai está? — pergunto assim que subo as escadas.

— Sim. – ela olha para trás de mim observando Jamal. – Seria bom você conversar com seu irmão para que ele desista dessa ideia estapafúrdia de...

— Seu pai Najla, meu assunto é com ele. – falo cortando suas palavras e sua feição mostra o espanto. – Sua vida com meu irmão não me diz respeito e muito menos me interessa. – passo as mãos nos cabelos tentando me controlar, coisa difícil de fazer quando estou de frente com ela. — E Ibrahim é maior de idade. – ela abaixa a cabeça. – Ele deve saber o que está fazendo... Agora se puder me responder eu ficarei grato. — falo em um tom mais baixo.

— Sim ele está! – me responde meio contrariada. – Entre, vou chamá-lo!

Entro atrás dela e enquanto ela sobe as escadas eu sigo para a sala. Cada minuto parece ser uma eternidade.

A Escolhida do Sheik [Re-postando]Where stories live. Discover now