Pessoas serão derrotadas

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Macarena Achaga

Quando eu acordei, Bárbara ainda estava dormindo serenamente em meu peito. Sua respiração era leve e seus cabelos estavam espalhados por suas costas nua por conta da nossa noite. A melhor parte de morar com a Bárbara é que toda manhã eu posso vê-la assim, calma e sem as preocupações das nossas vidas, enquanto estamos dormindo não pensamos em nada além de acordar e fazer do dia seguinte, melhor de que o anterior, seu olhar sonolento assim que acorda é o meu pagamento por tudo que passo durante o dia todo, enfrentando preconceito e as coisas com nossos ex's. E quando eu acordo e não a vejo ao meu lado meu peito aperta só de pensar na possibilidade de um dia eu a perder, não poder ver ela dormir durante a noite depois de fazermos amor ou não poder mais ver suas pupilas dilatadas assim que acorda depois de uma longa noite de sono, não poder ver ela brincando com a Val enquanto eu leio um livro ou escrevo as ideias para novos projetos que me mandam, ter essa possibilidade passando pela minha cabeça me despedaça e quebra todo meu coração.

Sinto minha namorada se mexer em meu peito, olho em seus olhos que até outrora estavam fechados e vejo as tais pupilas dilatadas que eu acabei de pensar em nunca mais poder ver.


- Bom dia... - Ela diz esfregando os olhos e me dando um selinho.

- Bom dia meu amor. - Bárbara sorri e se senta na cama. - Ei aonde vai? Me beija direito. - Ela nega com a cabeça e sorri novamente.

- Estou com bafo amor. - Reviro os olhos e a puxo pelo braço que estava usando de apoio.

- Eu não ligo, também estou. - Ela segura meu rosto entre as mãos e parece me devorar com os olhos.

- Eu ligo. - Bárbara fala e se retira da cama indo até o banheiro escovar os dentes. Fiz o mesmo depois que ela saiu do banheiro. - Agora sim, eu estou sem bafo. - Fala enlaçando minha cintura e agarrando minha boca antes de me deixar responder. Coloco minhas mãos na sua cintura e aperto levemente.

- Temos que tomar café, nosso voo é daqui três horas. - Bárbara suspira se dando conta que nossa viagem estava acabando. - Amor... - Ela me olha e começa a acariciar minhas maçãs do rosto. - Eu te amo. - Um sorriso tão brilhante se abre em seu rosto que faz um abrir no meu também.

- Eu também te amo amor, muito. - Encosto nossas testas e lhe dou mais um selinho. - Vamos, não podemos deixar minha sogra e meu sogro esperando.

- Você está nas alturas com eles te mimando, não é? - Ela gargalha.

- Estou me sentindo adorável. - Nego com a cabeça rindo. Assim que descemos encontramos minha mãe e meu pai sentados na mesa conversando sobre algo que eu não sabia o que era, só sabia que apenas a presença um do outro os deixavam reluzentes. Brilhantes. Como a estrela que mais brilha no céu. - Eles são tão fofos.

- São mesmo. - Meus pais se tocam que estávamos os observando e nos convidam para nos sentar juntamente a eles na mesa.

- Que horas é mesmo o voo de vocês, meu bem? - Minha mãe me pergunta acariciando a minha mão por cima da mesa.

- Daqui duas horas mamãe, nós só vamos tomar café e pegar as malas para ir para o aeroporto, quando chegarmos temos que ver as roupas que iremos usar na festa de agradecimento da novela e ainda temos que pegar a Val na casa do Santi, será uma correria. - Minha mãe me lança um olhar de surpreso por tantas coisas que temos que fazer em apenas poucas horas.

- Entendo minha filha, mas então... - Ela olha para Bárbara que estava focada demais em seu celular.

- Barbie? - Falo a tirando de seu transe, seu olhar era de assustado e de medo. - O que houve? - Ela vira a tela do celular para mim.

Era um story do Gonzalo em uma loja já comprando o seu terno para a festa, com isso não tinha nada para se preocupar, sabíamos que ele iria a festa até porque ele faz parte do elenco, mas quando o próximo story apareceu na tela, meu corpo tremeu e se eu não estivesse sentada com toda a certeza eu iria cair no chão. Estava a foto em que tiramos em 14 de fevereiro do ano passado, no resort que a Barbie me levou junto com eles, o Ghassan não poderia aparecer no México e eu não poderia ir até NY, então eu viajei com os dois e tiramos uma foto na piscina. A foto que tiramos e revelamos estava sendo queimada na lareira - a câmera estava longe o suficiente para não deixar tão nítido que éramos eu e a Bárbara na foto que queimava. - e a legenda bem abaixo era " Contas serão acertadas e pessoas serão derrotadas "

- Que merda ele pensa que está fazendo ? - Meu pai fala mais alto que o normal e bate com a mão espalmada na mesa de jantar.

- Leopoldo se acalme, ele não será louco de fazer nada com as meninas. - Minha mãe tenta acalmar meu pai mas é em vão.

- Não é mesmo. Pois se encostar um dedo em qualquer uma das duas eu mato ele! - Ele grita e bate novamente na mesa. - Ele não encostará em nenhum fio de cabelo de minha filha e nem da namorada dela, ele será um homem morto se o fizer. - Eu me levanto e caminho até meu pai.

- Se acalme pai, ele não fará nada, nossos amigos do elenco sabem como ele é e tudo o que pode fazer, eles ficarão de olho tanto em mim quanto na Bárbara que eu suponho estarmos juntas durante a festa. - Bárbara assente tentando me dar mais apoio para acalmar meu querido pai. - Tudo ficará bem...

Uma semana depois... ( Dia da festa )

- Bárbara! - Grito correndo e atravessando todas as portas que se encontravam naquele salão. - Cadê você?! - As lágrimas em meus olhos lutavam para cair.

- Maca... - Escuto a voz baixa e falha da Claudia atrás de mim. - Levaram... Eles levaram ela Maca...

Uma semana antes... ( Voo de volta para o México )

- Então repassando o que faremos quando chegar, vamos pegar a Val na casa do Santiago e depois vamos para casa comer, assim que comermos vamos sair para ver as nossas roupas e fazer as entrevistas sobre nosso relacionamento. - Bárbara dizia tudo calmamente como se fosse para nós duas decorar. - E depois, ir para casa fazer tudo de novo no outro dia. - Assenti com a cabeça e afundei a mesma na poltrona macia do avião.

- Só quero abraçar aquela bolinha de pelos e deitar na nossa cama. - Bárbara pega minha mão e entrelaça nossos dedos.

- Daqui a pouco meu bem.

O voo foi tranquilo, assim que desembarcamos no México ficamos surpresas ao ver Santiago e Val nos esperando sentadinhos nas cadeiras. Bárbara aperta a minha mão e sai correndo até eles, da um abraço rápido em Santiago e pega a Val no colo a abraçando fortemente nos braços. Santiago olha para as duas e ri, vou caminhando um pouco mais rápido e abraço meu irmão.

- Ela é sempre assim? - Santiago pergunta apontando para a Bárbara que ainda apertava a coelha nos braços.

- De vez em quando. Amor vai sufocá-la. - Bárbara faz biquinho e vem até nós me estendo a Val, a pego no colo e encho sua cabecinha de beijos. - Oi meu benzinho. - Olho nos olhinhos da Val que mexia as orelhinhas rapidamente. Pegamos carona com Santiago para o nosso apartamento e como em nossos planos comemos, vimos as nossas roupas e demos as entrevistas que estavam marcadas, quando chegamos em casa estávamos "mortas" de cansaço, só queriamos dormir e assim o fizemos. Eu aconchegada no peito da Bárbara que fazia carinho nos meus cabelos e a Val em nossos pés.

- Eu te amo, Macarena. - Ela sussurra baixo pensando que eu estava dormindo.

- Eu te amo, Bárbara. - Falo tão baixo quanto ela.

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O que vai acontecer com a Bárbara ?

Comentem o que acharam e votem por favor.

Se não gostaram já sabem, não é? Comentem no que acham que eu errei e eu vou ler e responder todos.

Beijos, Anna

Nosso Amor Proibido - Juliantina/BarbarenaWhere stories live. Discover now