Luz do luar

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Valentina C.

Foram incontáveis as horas que eu passei sentada na cadeira da recepção esperando por notícias da Juliana, os médicos vinham e iam mas nunca sabiam me dizer o caso dela, falavam que ela ainda estava em cirurgia, a bala estava muito perto de uma veia e se o médico errasse um movimento sequer ela poderia morrer. Eva me trouxe os remédios para controlar a ansiedade que eu sempre tinha após que usava meus poderes, me trouxe roupas e um belo sermão também.

- Me conta direito essa história, desdo início. - Eva pediu com calma se sentando de frente para mim.

- Como você já sabe, eu e a Juls estamos tendo algo a mais. - Ela concorda com a cabeça, a Eva apoiava muito eu com a Juliana, no começo ela ficou confusa e não gostava de quando eu ia ver a Juliana, mas logo passou pois viu que eu estava muito feliz. - O pai da Juliana descobriu, e como você também já sabe, ele é um sicário, ele ameaçou a Juliana alegando que iria me machucar caso ela não se afastasse, no dia seguinte em que a Juliana dormiu lá em casa, ela sumiu.

- Como assim ela sumiu? - Ela me olhava concentrada em cada palavra que eu dizia.

- Acordou cedo e deixou um bilhete na cama, dizendo que tinha que estar com a sua mãe, quando ela chegou em casa deu de cara com o Chino e ele a ameaçou, então ela fugiu. Comprou sete garrafas de mezcal e foi para a cabana que eu te falei outro dia, de tarde no mesmo dia eu fui na cabana atrás dela e encontrei ela com a cabeça sangrando e desacordada no chão do banheiro. Tinha batido a cabeça na quina da pia e desmaiou por conta do álcool que circulava o seu sangue. Fiquei preocupada porque ela não estava se... - Paro bruscamente, eu ainda não havia dito que assim como eu, a Juliana também havia habilidades.

- Não estava se o que Val?

- Se curando... - Eva levanta a mão até a boca e me olha espantada.

- Ela também ? - Aceno com a cabeça afirmando.

- O organismo dela foi curar primeiro o seu porre depois o ferimento na cabeça, fiz ela me contar tudo o que havia acontecido e depois a convenci de me deixar ajudar. Ontem de tarde eu fui na sua casa, só que o Chino me seguiu e entrou na cabana logo em seguida de mim. - Coloco a mão no peito tentando acalmar a emoção que estava vindo, minha vista começou a embaçar e o choro ficou preso na minha garganta. - Foram tantos gritos Eva - Dou um soluço. - Foram socos e chutes, eu caí desacordada no chão, mas a ansiedade e a raiva já estavam correndo nas minhas veias e me fizeram acordar poucos segundos depois, tinha mais um cara com ele, quando ele se aproximou de mim eu dei um soco em seu rosto e depois dei um giro e aceitei um chute nele. - Eva abre o sorriso orgulhoso. - Os gritos dela Eva... Quando ele mirou a arma para ela... tudo ficou em câmera lenta. - O seu sorriso morreu e apareceu um olhar triste. - Ela olhou para mim Eva, antes da bala acertar nela ela olhou para mim, eu conseguia ler nos seus olhos um pedido de perdão. Era como se ela estivesse se despedindo Eva... - Não consigo mais vencer a vontade de chorar, meus soluços eram escutados por toda a sala de recepção, minha irmã me pega em seus braços e afaga meus cabelos. Vou respirando o seu perfume e vou me acalmando, era o mesmo perfume que ela usava quando eu era menor e tinha algum pesadelo, ele sempre me acalmava.

- Calma, ok? Ela vai ficar bem. - Eu não levanto minha cabeça, só aceno positivamente. - Mas se ela se cura, por que o hospital?

- Os remédios que eles dão a ela ajuda a curar mais rápido, também não intendo muito bem. - Respondo ainda inalando o seu perfume.

Fiquei igual uma criança de colo agarrada na minha irmã, por mais da sua cabeça dura, ela era a pessoa em que eu mais confiava e quem eu mais amava. o Guille se mudou com a Renata para Matamoros fazia mais de dois anos, só vi ele no enterro de meu pai e logo em seguida ele voltou para sua casa na outra cidade.

Nosso Amor Proibido - Juliantina/BarbarenaWhere stories live. Discover now