Não desista

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29 de setembro de 2019 

Juliana V.


Confesso que a ideia de deixar a Valentina participar disso tudo era assustadora e ao mesmo tempo era tentadora, ela vinha na cabana me ver quase todos os dias, pulava um ou dois dias na semana para os meus pais não desconfiarem de nada, e sempre que ela ficava esses dias fora ela voltava com muitas informações. Ela estava para chegar, eu estava preparando um café forte para tomar, não havia dormido nada na noite passada, acordei depois de um pesadelo horrível que envolvia a Valentina. E não dormi mais, as imagens me aterrorizavam toda vez que tentava pregar os olhos. 

Fecho meus olhos vivenciando o pesadelo mais uma vez;

- Por favor solte-a! - Grito para o Chino com as minhas últimas forças, eu estava sangrando ao chão da cabana, os capangas do Chino estavam por todos os lados, e meu pai segurava Valentina pelos cabelos, ela estava de joelhos olhando para mim, no seu rosto lágrimas desciam sem permissão, por estar sendo segurada pelos cabelos, seu pescoço estava inteiro a mostra, meu pai estava com uma faca, no seu pescoço ameaçando cortar a qualquer instante. 

- Me perdoe Juls... - Foi a última coisa que ela disse, antes do meu pai assassinar a mulher que eu amo bem a minha frente. 


- Querida, cheguei! - Sou tirada de meu pesadelo, pela voz que protagonizava ele, um aperto no meu peito surgiu assim que ouvi a sua voz, eu corri para ela a abraçando com toda a minha força, só então percebi que estava chorando. Suas mãos são levadas para os meus cabelos depositando ali um carinho. - Juls o que aconteceu? - Tirei o rosto do seu peito e levantei a cabeça, olhando para o seu pescoço, tendo a certeza que nada se passou com ela e que só era a minha mente me pregando peças. 

- Só tive um pesadelo... seu abraço me conforta. - A apertei novamente, como se fosse a última vez o que faria, cogitar a hipótese de perder a Valentina, era a coisa mais dolorosa que eu poderia pensar, eu já não sentia nada em relação a minha mãe, a Val um dia me trouxe informações que me deixaram pasma, nunca iria imaginar isso de minha mãe, bom... Resumindo, ela se juntou ao Chino para me caçar e disse que quando encontrar, vai me matar, disse também que não se importa com sua "filha", até porque para ela, eu não sou mais sua filha. Isso me doeu nos primeiros dias, mas depois me acostumei com a ideia que eu era caçada pela minha própria família, estava sozinha, se não fosse a Val e a sua família, eu já teria me matado. 

- Oh meu bem, posso ficar abraçada com você o dia todo, não irei reclamar. - Ela disse em um tom divertido me arrancando um sorriso. 

- Notícias? - Perguntei me desvencilhando dela e pegando na sua mão, nos levando para a sala.

- Várias, todas sobre os nossos personagens preferidos. Como você já sabe... - Fiz sinal para ela continuar enquanto eu ia na cozinha pegar o copo de café que tinha feito outrora. - Como já sabe a sua mãe e seu pai estão juntos tentando achar você, agora eles começaram a ser um pouco mais espertos, o que fode nós duas, eles foram atrás das câmeras de vigilância dos locais onde você passou com o táxi, e com certeza irão atrás de todas as câmeras que já gravaram o meu carro, eles vão descobrir cedo ou tarde onde você está... - Ela dizia devagar e com a voz preocupada.

- Deixe que venham. - Tenho quase certeza que por essa ela não esperava, até porque arregalou os olhos ao voltar a sua atenção a mim. 

- Como assim deixe que venham, está louca ? - Ela levantou e começou a andar em círculos em volta da mesa de centro. - Tenho que tirar você daqui, Juls não vê o quanto isso é perigoso? 

Nosso Amor Proibido - Juliantina/BarbarenaWhere stories live. Discover now