Beatriz

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: - Você vai gostar do bar. - Beatriz falava empolgada enquanto dirigia o seu carro aparentemente muito caro, isso me deixou achar que Beatriz era meio borsal, pois tudo nela carregava luxo, exatamente tudo, chegava até a ser exagerado. - Você está bem? Ou é sempre assim calada?

: - Desculpa, é que acho que não estou muito bem.

: - Quer contar o que aconteceu?

: - Acho que sofro por amor.

: - Namorado?

: - Não! Mas é que fui uma babaca.

: - Deixa isso pra lá, se depender de mim hoje você vai se divertir, você é tão linda não merece ficar triste. - Beatriz falava simpática, por um momento aquela imagem de doida que ela tinha se dissipou, comecei a enxergar ela com outros olhos.

: - Obrigada. - Sorri torto, me sentindo envergonhada por ter criado uma imagem tão ruim dela.

: - O que você gosta de ouvir? - Beatriz falava enquanto mexia no som do carro.

: - Sou eclética. - Falei simpática.

Eu estava me distraindo, o que era bom, eu precisava me distrair. Meu celular tocou e o nome "Tiago" apareceu na tela fazendo eu logo desligar o celular.

: - Quem era?

: - Só mais um na minha lista de decepção.

***

Chegamos no bar e o lugar era incrível, tinha uma banda tocando ao vivo, aquilo me rendeu um bom tempo em pé, só para assistir mais de perto, eu estava impressionada com a banda.

: - Não quer sentar? - Beatriz perguntou em pé ao meu lado.

: - Sim.

Sentamos numa mesa um pouco perto da banda, Beatriz me fitava com um sorriso enorme.

: - Aqui é melhor nos finais de semana, mas como você queria vir hoje né.

: - Tudo bem, estou curtindo.

Logo uma garçonete apareceu ao nosso lado com um bloquinho na mão, ela estava com uma maquiagem escura e parecia que não dormia a um tempo.

: - O que desejam?

: - Eu quero um whisky duplo. - Beatriz falou.

: - E eu quero fumar, tem algum lugar que eu possa fazer isso?

A garçonete mostrou uma área para fumantes, fui até lá com Beatriz, tinham poucas pessoas ali o que foi legal.

: - Você fuma? - Beatriz perguntou ao meu lado.

: - Só quando o emocional me domina. - Dei uma tragada, uma lágrima ousou aparecer, mas eu a limpei apressadamente.

: - Ei. - Beatriz se aproximou. - Está chorando? Não esta gostando? Podemos ir embora. - Falou preocupada, pude perceber sua confusão, aquele gesto me encantou.

: - Não se preocupe estou gostando, aliás, muito obrigada por me trazer aqui, eu precisava sair para me distrair.

Notei o sorriso de Beatriz que parecia me admirar, percebi que ela era simpática, prestativa, ela fazia as coisas do jeito dela, mas isso não fazia dela menos legal, pelo contrário, ela estava tentando me distrair, tentando me agradar de algum jeito e isso é o que importa no final das contas, pois é, acho que eu tinha feito uma nova amizade.

: - Acho que minha bebida chegou. - Beatriz falou empolgada.

: - Vamos voltar para a mesa.

A noite se passava e com ela toda a minha angústia, cantávamos as músicas que tocavam e logo depois decidi acompanhar Beatriz no Whisky. É engraçado como a vida nos surpreende, quando achamos que não existe mais solução para nossos problemas, as coisas mudam, mas elas só mudam quando decidimos mudar.

Segredos EstranhosWhere stories live. Discover now