O dia seguinte

Mulai dari awal
                                    

- Eu quero esquecer que já fui casada alguma vez em minha vida. Aquela época foi de muito sofrimento pra mim e agora estou com uma nova energia. Não me fale mais de casamentos, esposo ou o nome de Francisco nessa casa. Daqui pra frente fale de tempos anteriores e tempos atuais, pode ser?

- Claro que sim senhora. Farei isso. Peço desculpas se esquecer por algumas vezes, mas com o tempo eu prometo que tentarei me acostumar com esses novos termos. Diz Antônio.

- Ficarei grata se puder fazer isso por mim.

- Claro que sim. A senhora quer saber mais alguma informação ou precisa de mais alguma coisa?

- Não. Eu gostaria que chamasse o Murilo pra mim. Estou querendo visitar a minha desafeta na senzala e gostaria de ir com ele.

- Já vou chamá-lo. Diz Antônio a se levantar da mesa e ir em direção ao local em que Murilo ficava naquela casa.

Poucos minutos depois Murilo entra naquele espaço em que Scarlett estava a tomar café e diz:

- Estou a sua disposição senhora.

- Que bom que está aqui Murilo, eu quero descer na senzala, sei que nesse momento ela está vazia, mas prefiro ter alguém de segurança para poder ir lá.

- Claro senhora, estou à disposição.

- Vamos. Diz Scarlett ao se levantar daquela mesa e caminhar em direção a saída da cozinha, que pelo seu lado de fora, ligava ao porão.

Eles então descem uma escada e chegam a aquele espaço pouco iluminado, com um cheiro forte e mofado na parte de baixo da casa onde dormiam os escravos. Já fazia um bom tempo que Scarlett não entrava naquele espaço e ela sente o quanto aquele ambiente era pesado. Ela então se dirige ao local em que estava Justina, que estava acompanhada de Josias e Albertina, que foi autorizada a cuidar de sua irmã enquanto ela está muito doente.

Scarlett logo questiona:

- Como está essa escrava?

- Ela está melhorando muito aos poucos senhora. A senhora foi muito severa com ela no seu último castigo, ontem ela conseguiu se levantar pela primeira vez. Os seus ferimentos depois de muito tempo, parece que estão cicatrizando, mas ela ainda está com muita febre e o seu corpo treme intensamente em partes do dia. Ela está muito fraca. Diz Albertina.

- Se está fraca é porque é uma fraca. Eu nem a bati tanto assim. Ela só levou 50 chibatadas. Pela lei poderia ter-lhe aplicado 80. Eu nem sei porque essa escrava veio me desafiar daquela forma sendo tão fraca para não aguentar uma mísera punição de 50 chibatadas. Francamente! Diz aquela senhora em tom de desdém pela situação em que Justina estava.

Nesse momento tudo que Albertina pensa é que aquela senhora não tinha nenhuma noção de como era terrível a dor que aquele instrumento causava ao corpo de alguém quando ele o atingia. Se soubesse, certamente não falaria daquela forma. Uma chicotada com os instrumentos utilizados na época era extremamente severo e dilacerador.

Aquela violência contra o corpo dos escravos, trazia uma dor insuportável no momento da punição e nos dias seguintes devido a falta de remédios e de higiene dos locais em que os escravos ficavam, que costumavam gerar inflamações e febres. Com a falta de remédios eficazes para combater as bactérias, muitos escravos não suportavam aqueles efeitos dos dias posteriores e morriam. Por isso a expectativa de vida dos escravos naquela época era tão baixa, por volta dos 28 anos, quando eram muito bem tratados.

Então Albertina responde:

- Eu também não sei o que deu na cabeça da minha irmã de tentar lhe afrontar daquela forma senhora. Eu sempre disse a ela que jamais devemos afrontar as nossas donas. Que isso não traria bons resultados para ela, mas infelizmente ela não me ouviu. Hoje ela se arrepende e está a sofrer muito por isso como a senhora pode ver.

- Pois, por mim, o sofrimento dela nem começou. Ainda farei Justina sofrer muito pelo que me fez. Não vejo a hora dela se recuperar para que eu possa castigá-la novamente. Diz aquela senhora em tom direto, assustando a todos os presentes naquele espaço. Principalmente Josias, que ainda tinha em sua mente que aquela mulher não poderia morrer de maneira nenhuma antes do tempo dado por Scarllet como sua meta para se vingar dela.

- Senhora eu peço a senhora que tenha piedade e deixe que a minha irmã se recupere um pouco mais antes de castigá-la novamente. No estado em que ela se encontra, ela não aguentará nada. Diz Albertina de forma desesperada.

- Mas é claro que vou esperar Albertina e não por piedade, mas sim porque eu quero que ela volte a aguentar as minhas severas punições. Mas, não esperarei por muito tempo, pois já não estou a aguentar ver essa escrava dessa forma. Ela tem até segunda para se recuperar, pois na segunda, continuarei a minha parte do castigo. Avise a ela assim que acordar.

- Sim senhora. Responde Albertina.

Nesse momento Scarlett, caminha em direção a saída daquela senzala, entra na cozinha e vai caminhando em direção ao seu quarto, enquanto agradece Murilo e diz que descansaria um pouco.  

Miss Scarlett e a escrava brancaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang