" Capitulo 10 "

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* Ariel Anderson

   Primeiro eu penso que ele está brincando, mas depois vejo que ele está falando sério.

– O quê... Você está falando sério, Erick? – pergunto atordoada e chocada.

   Ele se aproxima, parando a minha frente, tão próximo que posso sentir sua respiração em meu rosto, me fazendo dá dois passos para trás, me distanciando dele, mais Erick é mais rápido e me puxa para perto dele, passando o braço ao redor da minha cintura, para quem passar por nós, pensar que ele está me consolando enquanto me abraçar.

– Eu preciso de uma esposa ideal e você se encaixa no papel. Sua tia precisa de uma cirurgia urgente e eu posso pagar, mais se você recusar, eu mando aqueles médicos pararem agora mesmo e a sua tia morre em uma fila de espera, você escolhe – diz tudo friamente, sussurrando cada palavra em meu ouvido.

    Suas palavras passam por mim como lâmina cortante em brasas, ele se afasta para se sentar em um banco, debaixo de uma árvore, próximo de onde estávamos. Como posso tomar uma decisão assim de supetão, que pode mudar a minha vida e a da minha família, como Erick pode fazer isso comigo.

     Respiro fundo umas duas vezes, antes de caminhar até ele com a minha decisão tomada.

– Eu aceito.

– Você não vai se arrepender – diz sorrindo enquanto se põe de pé.

– Já estou arrependida – digo antes de virar as costas e voltar para o hospital.

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   Quase vinte horas de cirurgia depois, o médico nos deu a boa notícia de que tudo ocorreu bem na cirurgia, mais que as próximas quarenta e oito horas eram cruciais para o quadro de tia Rosana, Vivian e eu a vimos pelo vidro do quarto, da ala da UTI, Pascal também a viu por alguns minutos.

   A noite quase não dormir direito, pensando na proposta - chantagem - de Erick, ao me olhar no espelho do banheiro, de manhã, estava irreconhecível com grandes bolsas de olheiras em baixo dos olhos, tentei esconder com maquiagem, mais não deu muito certo, parece que tem cem camadas de base e pó no meu rosto, retiro um pouco do excesso, deixando mais leve.

– Bom dia – digo ao encontrar minha irmã na cozinha preparando café.

– Bom dia, senta estou terminando de passar o café. Você vai para o hospital que horas? – pergunta, ao depositar a garrafa de café na mesa.

– Depois do café da manhã – respondo enchendo minha caneca com leite e café, com um pouco de açúcar.

    Tomamos café em silêncio, meu celular vibra no bolso da calça, ao desbloqua-lo vejo que é uma mensagem de Erick.

   " Me encontre em meu apartamento no centro, para falarmos do casamento e sobre o pagamento da cirurgia da sua tia. Até mais tarde, querida noiva "

   Bufo irritada, quem esse cara pensa que é.

– Vivian, eu não vou poder ir agora para o hospital, tenho que passar em um lugar antes – aviso me levantando.

– Tá, então eu vou agora e vejo como tia Rose está – fala enquanto caminha para seu quarto.

   Pego minha bolsa e saio de casa, consigo um táxi até o apartamento daquele ser, para não dizer traste, cafajeste, aproveitador. Já chega, não vou ficar pensando isso, para não me desgastar caçando adjetivos para aquele homem, fiquei tão intertida com meus pensamentos que mal percebi que havíamos chegado, só quando o taxista falou, pago a corrida, me identifico na portaria e logo o porteiro libera minha entrada.

     Entro no elevador e aperto para a cobertura, saio num hall luxuoso, que dá até para ver meu reflexo no chão de tão limpo, aperto a campanhia e espero, a porta se abre revelando um Erick de cabelos molhados, sem camisa, com uma calça jeans de cós baixo e descalço, sem dizer uma palavra, ele simplesmente me beija.

   A princípio não sei o que fazer, então fico parada, mais logo retribuo seu beijo, passo os braços ao redor de seu pescoço, e ele passa os seus ao redor de minha cintura, me puxando para dentro de seu apartamento, fechando a porta atrás de mim, ele caminha de costas comigo até o sofá, quando ele se senta e me puxa para seu colo, algo se acende dentro de mim, me fazendo acordar para a realidade, me afasto levantando de seu colo e me afastando dele.

– Você não pode fazer isso – digo exasperada passando a mão pelos cabelos.

– Fazer o quê? – pergunta tentando se aproximar e eu me afasto dele.

– Me beijar, foi para isso que me chamou aqui?

– Para falar do casamento, é óbvio – responde natural.

    Suspiro cansada dessa história.

– Ok, fala – me sento no sofá mais longe possível dele.

– Vou fazer um contrato nupcial, para resguardar  nós dois, se algo acontecer à umas das partes – explica.

– Para quê isso? – pergunto confusa.

– Esses tipos de contrato, são comuns  num casamento como o nosso – responde indo até o bar, enchendo um copo com wisky e gelo.

– Como? Chantagista? – pergunto irônica.

    Ele bufa e enruga a testa, Erick só faz isso quando está chateado ou com raiva.

– Sem ironias, Arie – ele vira seu copo, bebendo todo o wisky de uma vez – O meu advogado vai cuidar de tudo, você só precisa assinar.

– Está bem, Erick, é só arrumar tudo que eu assino, só que só vou casar no cartório – aviso á ele, colocando o cabelo que caia no meu olho, atrás da orelha.

– Por que não na igreja? – pergunta franzindo a testa confuso.

– Erick, por favor. Não é um casamento normal, para quê casar na igreja – zombo.

    Que ideia absurda!.

– Está decidido, vamos casar na igreja também – o olho incrédula.

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 Estrela Solar Where stories live. Discover now