Estrela Solar

" Capítulo 03 "

                            * Erick Mendonça

Sou Erick Mendonça, de vinte e oito anos, sou dono da fazenda " Estrela Solar ", a herdei do meu pai, assim como ele herdou do pai dele e assim sucessivamente, não tive irmãos por isso meio que cresci sem outras crianças por perto, as vezes brincava com os filhos dos empregados da fazenda, mas não era sempre. Antes de morrer, meu pai me fez prometer que abriria uma escola para as crianças do povoado e as dos empregados da fazenda, só que a alguns meses a professora foi embora sem dizer nada, nenhuma explicação, por isso estou procurando por outra, mais todas que entrevistei não me passaram confiança, à não ser ela.

  Quando a vida, senti algo diferente que nunca senti por mulher nenhuma, em toda a entrevista percebi que ela foi sincera sobre sua paixão pela profissão, vi também que ela ficou super feliz ao ser contratada, mais quando Pascal me falou que ela era noiva, não sei descrever o que senti, foi mais como um aperto no peito, não sinto isso já faz um tempo.

  Ariel, se mudou para a fazenda hoje, achei melhor coloca-lá em um quarto na casa grande e não em uma das casas, que foram feitas para os empregados, a fazenda tem mais empregados homens do que mulheres, ela estará mais segura na casa grande, o que chocou Maria mais ainda. Quando a vi no estábulo acariciando " Trovão ", meu cavalo, toda linda, juro que pensei que ela fosse um anjo enviado do céu, nunca fui muito religioso, mais estou começando a acreditar que Deus realmente existe, mais quando voltei da baía ela já não estava mais ali, o que foi bom, se não eu teria cometido uma loucura.

  Passei a tarde fazendo os deveres da fazenda, só voltei para casa perto do jantar e fui direto para o escritório para assinar a autorização parem fazer mais casas no povoado, sendo assim terei que aumentar a escola. Uma hora depois Maria vem ao escritório avisar que o jantar está servido, resolvo perguntar por Ariel.

– Ela está na cozinha esperando o jantar ser servido, como mandou, junto com os outros funcionários – responde, enquanto me acompanha até a sala de jantar.

– Peça para ela vir aqui, Maria – falo ao me sentar na cabeceira da mesa.

  Maria me olha com estranheza, mais sai para fazer o que mandei, apesar de ter praticamente me criado, Maria nunca contesta minhas ordens, por isso a respeito muito. Em alguns minutos Ariel passa pela porta, ela me olha tímida e chega a corar quando olha para cima, após abaixar a cabeça rapidamente, e encara meus olhos por três segundos, no máximo.

– Mandou me chamar, Sr. Erick? – pergunta.

– Sim, sente-se a mesa – ordeno e vejo sua expressão de espanto.

– O quê?.

– Mandei você sentar a mesa e jantar comigo – dessa vez sou grosso ao responder.

  Agora ela está paralisada e acho que prende a respiração.

– Achei que os empregados começem na cozinha – fala ainda de pé, me encarando petulante.

– Os empregados comem onde eu mandar – digo.

  A contragosto ela senta-se à mesa, Maria coloca mais um prato e serve o jantar para nós, saindo para a cozinha, para terminar seus afazeres, a alguns anos Maria ficou muito doente, então contratei uma ajudante para ela, já que a mesma não largava o trabalho, Maria é uma teimosa isso sim.

  Após o jantar avisei-a que a partir de hoje é para colocar mais um prato à mesa, que Ariel vai fazer todas as refeições comigo, desde o café da manhã até o jantar, vi nos olhos de Maria que ela não estava entendendo minha atitude, nem eu estou entendendo.

  A noite mal consegui dormir, rolei a cama toda e nada.

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                                                   * Ariel Anderson

  Após me despedir de Pascal, passei o restante do dia na cozinha com Maria e sua ajudante, Suzana, e pelo que percebi ela não foi com minha cara, o motivo, não faço a menor ideia, a noite ajudei Maria a servir o jantar para os outros empregados, enquanto ela foi colocar a mesa para o patrão.

  Estávamos todos reunidos na cozinha, quando Maria retornou com uma cara estranha e quando direcionou seu olhar para mim, senti um calafrio subir por toda minha espinha dorsal.

– Ariel, Erick está lhe chamando – avisa e a olho imediatamente – Na sala de jantar – diz quando passo por ela, sob o olhar raivoso de Suzana.

  Ao entrar na sala de jantar, o encontro sentado na cabeceira da mesa, como um imponente chefe, quando ordenou que me sentasse a mesa e juntasse com ele, o espantado era visível em meu rosto, ao recusar de uma forma mais amena, sem querer ser grosseira, ele foi duro e frio em suas palavras, me espantei ao conhecer esse lado do senhor Mendonça.

  Claro que não pensei que ele fosso simpático sempre, mais também não imaginei que ele me trataria daquela forma. Maria veio me ver depois que voltei para meu quarto, ela também me contou que Erick à mandou colocar mais um lugar para mim todos os dias.

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