" Capitulo 04 "

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                                    * Ariel Anderson

Hoje eu começo a dar aulas para as crianças do povoado, estou muito nervosa à noite quase não consegui dormir de tanta ansiedade. Para o primeiro dia visto um vestidinho rodado quatro palmos acima do joelho, na cor rosa salmon e minhas botas de salto que ganhei de aniversário de Vivian, faço uma make simples para o dia a dia e na boca um gloss, só para dar um brilho a mais e não posso esquecer do meu amuleto que ganhei da minha mãe antes de falecer, seu pingente é uma estrela e uma lua.

- Bom dia, Maria - beijo sua bochecha ao passar por ela, quando entro na cozinha.

- Bom dia menina, como está? - pergunta, depois de me entregar uma caneca com café, do jeito que gosto, nem doce nem âmago, no ponto.

- Nervosa - respondo com sinceridade.

- Tenha fé e mantenha a calma.

- Obrigada, Maria - agradeço antes de sair.

  Caminho para fora de casa, está uma bela manhã hoje, de repente me lembro que não sei onde fica a escola, vou ter que voltar e perguntar ao senhor Erick, mesmo que não queira encontra-lo depois de ontem. Ah, mais que droga!.

- Senhorita Ariel? - escuto chamarem meu nome antes de entrar na casa, de novo.

Ao me virar, dou de cara com um jovem, que deve estar na casa dos quinze anos, de camisa xadrez, laranja com listras pretas, jeans e botas de peão, me encarando com ar de dúvida, suas feições são bonitas, moreno dos olhos verdes um pouco mais claros que de Erick, na verdade eles são um pouco parecidos.

- Senhorita Ariel? - pergunta novamente, balanço a cabeça espantando esses pensamentos, sobre o homem que foi grosseiro comigo no jantar de ontem.

- Sou eu - respondo abrindo um sorriso logo em seguida, se não ele vai pensar que eu sou uma maluca

- O patrão pediu para leva-la até a escola - diz.

Depois de quase dez minutos de silêncio, tento puxar assunto, para não ficar com um clima estranho.

- Como se chama? - pergunto olhando de lado para ele.

- Marcus.

- Quanto anos? - pergunto-lhe.

- Quinze.

Percebo que ele é monossilabico ao responder.

- Seus pais trabalham aqui na fazenda também? - percebi que ele ficou um pouco desconfortável com minha pergunta - Não precisa responder - falo.

- Eu não sei quem são os meus pais. Fui deixado na fazenda quando tinha quatro anos, desde então o patrão cuidou de mim como um pai e ele também é o único que eu conheço como pai, a mãe dele não gostou muito disso, mais ele brigou com ela por mim, Maria que conta essas histórias, porque eu não me lembro muito bem.

- Vocês se parecem - digo e ele dá risada.

- Já me disseram muito isso, falam que pareço ser  filho de sangue do patrão - coça a nuca meio imcabulado.

Conversamos amenidades até chegar à escola, me despeço dele e vou conhecer meu novo local de trabalho, na verdade é tudo muito simples, na frente tem um pátio grande com um parquinho para as crianças brincarem e mesas abaixo de uma árvore enorme, para as refeições, do outro lado está a sala de aula, a lousa de quadro negro, a mesa da professora ao lado da janela e as carteiras das crianças sentarem.

No parquinho tem umas seis crianças brincando, quatro sentadas nas mesas, acho que ainda não chegaram todas, pelas anotações da antiga professora são um total de vinte alunos, alguns deles me olham com curiosidade, aceno para eles antes de entrar na sala. As sete em ponto estão todos sentados em suas carteiras.

- Bom dia. Eu me chamo Ariel Anderson e serei a nova professora de vocês, espero que todos nós nos demos bem e que o ano seja produtivo - falo.

- Ariel, como a pequena sereia? - uma garotinha loira pergunta.

- Mais não é ruiva como ela - uma outra diz e dou risada.

- Sim - digo simplesmente.

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Quando estava voltando para a fazenda, escuto sons de cascos batendo contra o chão, ao me virar vejo o senhor Erick vindo em minha direção montado no cavalo que eu vi no estábulo ontem.

- Já está voltando para a fazenda? - pergunta ao parar ao meu lado.

- Sim - respondo, colocando a mão na testa protegendo meus olhos contra o sol.

- Vem, eu a levo - diz estendendo sua mão para mim.

Ele não está querendo que eu suba nesse cavalo com ele, está? .

- Você não está querendo que eu suba ai, né? .

- Sim - responde.

- Com você? - pergunto, só para confirmar minha suspeitava.

- É - confirma - Qual o problema ? - pergunta.

Suspiro, esse homem é tapado ou o quê?.

- Muito obrigada, mais vou ter que recusar, prefiro voltar a pé mesmo - falo e volta a caminhar o deixando para trás um pouco confuso ainda.

Logo ele volta a colocar o cavalo para andar novamente e fica ao meu lado tentando me convencer a montar com ele.

- Anda vamos, assim chegará mais rápido - diz.

- Não, obrigada - agradeço e continuo a caminhar, o ignorando de propósito.

- Ah vamos, se eu chegar lá e falar para a Maria que eu passei por você na estrada e não à levei comigo, ela vai ficar muito brava e você não vai querer vê-la brava, isso eu garanto - fala como se me contasse um segredo.

Penso por um instante e acabo aceitando a carona em seu cavalo.

Maria = 68 anos

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Maria = 68 anos.
Guilherme = 28 anos.
                                                      

                                                        ((○))


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