" Capítulo 05 "

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* Ariel Anderson

   A cada galope de " Trovão " , descobri seu nome, sinto o corpo de Erick colado cada vez mais ao meu, sua respiração em meu ouvido me faz arrepiar da cabeça até o dedão do pé.

– Você está bem? – sua voz rouca sussurrada no meu ouvido me faz estremecer.

–  Estou, estou sim – minha voz quase não sai de tão baixa que está, não tenho certeza se ele ouviu o que eu disse.

– Mais não parece, você está quase se sentando na cabeça do trovão – sinto que ele está sorrindo de mim, mas não me viro para confirmar, continuo olhando para frente e dura feito pedra.

   Pelo resto do caminho ficamos colados, só se escutando os sons da nossa respiração e os cascos de trovão batendo contra o chão de terra. De manhã a fazenda parecia mais perto, uns bons dez minutos depois, avisto a entrada da fazenda " Estrela Solar ", um nome que é bastante curioso para mim.

  Quando chegamos ele para " Trovão ", em frente a casa grande, ele desce e segura minha cintura, para me ajudar a descer. Agradeço antes de entrar e ele segue para o estábulo, ao entrar na cozinha, encontro Maria e Suzana cozinhando.

– Olá – digo depois de deixar minha bolsa em uma das cadeiras.

– Olá, querida – Maria me cumprimento sorrindo, enquanto Suzana fecha o semblante e vira a cara para mim, o que será que deu nela? Eu hein – E como foi na escola? – Maria pergunta, me tirando dos meus pensamentos.

– Ah, foi tudo bem. As crianças são uns amores, e a escola é bem estruturada e bonita, como as escolas da Capital, eu diria até que é bem melhor que algumas – respondo com sinceridade.

   Tudo naquela escola me encantou completamente, Maria concorda com minhas palavras.

– É claro que é, foi o meu Erick que a fez – Suzana diz seca e rude, antes de largar o que estava fazendo e sair da cozinha e eu fico sem entender sua atitude.

    Fico confusa ao modo, como ela se referiu ao seu patrão, chamando o senhor Erick de seu.

– Não ligue para ela, ela acha que vai se casar com meu menino e ser a dona da fazenda, é só uma iludida – Maria fala e eu vou ajuda-lá, mesmo dizendo que não precisava.

   Após o almoço, passei a tarde toda no meu quarto planejando a próxima aula, depois liguei para minha tia e ficamos conversando até Vivian chegar e começar a participar da conversa também, depois de desligar, ligo para Guilherme mais ele não atende, fico um pouco chateada por ele me ignorar, começo a realmente achar que tia Rosana tem razão, Guilherme anda muito estranho nos últimos tempos e não quero acreditar ao que os meus pensamentos me levam, quero acreditar que seja só o estresse  do trabalho. Resolvo que no final de semana vou a cidade, é isso!.

  A noite não saio para jantar, permaneço em meu quarto, perto das nove da noite, Maria me traz algo para comer e só sai depois que eu como toda a comida, quando estou prestes a me deitar para dormir, ouço duas batidas na porta, antes de abrir coloco o robe por cima da camisola rosa pêssego, que vai até a metade das minhas coxas , que uso para dormir, me surpreendo ao ver a pessoa do outro lado da porta.

– Sr. Erick, aconteceu alguma coisa? – pergunto ainda surpresa.

– Não – responde passando a mão pelos cabelos – Eu vim... Saber se está tudo bem? ... Você não apareceu para o jantar e Maria me disse que você jantou no quarto – explica meio nervoso e envergonhado.

  Eu não entendo esse homem, uma hora ele é simpático, arrogante, provocador, sedutor e agora tímido, em apenas três dias já vi muitas faces de Erick e todas elas me deixam um tanto confusa, o que não deveria acontecer, já que sou noiva de outro.

– Eu estou bem, obrigada pela preocupação – agradeço, ao subir o olhar para seu rosto, o vejo passear seus olhos por todo meu corpo, só ai me lembro que estou só de robe e camisola, sinto meu rosto esquentar e na hora sei que estou vermelha.

– Bom – pigarrea, antes de voltar a falar – Eu vou indo... Até amanhã – diz antes de virar as costas para ir embora.

– Até amanhã – digo antes de fechar a porta.

  Suspiro com as costas apoiadas na porta. O que está acontecendo comigo? Apago a luz do quarto, ficando iluminado somente pelo abajur ligado ao lado da cama, tento ler o livro que trouxe comigo da Capital, mais não consigo nem passar do primeiro parágrafo, desisto de ler, guardo o livro no criado mudo e apago o abajur e tento dormir.

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* Erick Mendonça

  Ao ver Ariel parada naquela porta só de camisola e robe, acendeu algo dentro de mim, algo que não sei explicar o que é, mais é bom. Ah, isso é.

   Ela estava divina, parecia um anjo de tão linda que estava. Confesso que quando a vi caminhando pela estrada voltando para a fazenda, não só a convidei para ir comigo no cavalo, por causa de Maria, essa só foi uma desculpa qualquer, o que eu queria era sentir seu corpo no meu, vi o quanto ela se arrepiava quando respirava e falava perto de seu ouvido, ela me deseja, assim como eu a desejo.

  Quando entro em meu quarto, acendendo o enterrupitor e a luz liga, ao me virar vejo Suzana sentada na minha cama, só de roupas íntimas. Suzana é a ajudante de Maria, mais atrapalha do que ajuda, Maria já reclamou dela um milhão de vezes, não sei porque ainda não a demiti, o negócio é que eu dormir algumas vezes com ela e agora ela age como se fosse minha namorada e a dona da fazenda e isso já está passando dos limites, até em Marcus ela quer mandar.

– O que faz aqui Suzana? – pergunto impaciente.

– Eu vim dormir com você – responde com sua voz enjoativa, tentando ser sexy, mais isso só a faz mais vulgar.

  Diferente de uma certa professora. Mais o que eu to pensando.

– Acontece que eu não te chamei, pode sair por favor, eu quero descansar – falo rude e grosso.

– Mas, meu amor...

  Sua voz me irrita ainda mais, eu odeio mulheres melosas e sem noção como Suzana, que tentam mostrar quem não é, e que são só ambiciosas, que só estão atrás de homens ricos.

– Você está surda, Suzana? – pergunto, tentando controlar minha raiva e não fazer uma besteira – Eu mandei você sair imediatamente do meu quarto.

– O que houve Erick, você nunca me tratou assim antes? – pergunta tentando parecer ofendida e chateada.

   O que não passa de uma tentativa tosca e que não me convencer em nada.

– Suzana, presta atenção que eu só vou falar uma vez – falo me aproximando dela – A gente só passou algumas noites juntos, só isso. Não existe nada entre nós e nunca vai existir, enfia isso nessa sua cabecinha e se continuar me irritando eu te coloco no olho da rua, entendeu? – pergunto a última palavra gritando e ela confira com a cabeça – Responde.

– Entendi – responde antes de sair do meu quarto.

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