Capítulo 02 - Igualmente diferentes

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Ao voltar para o quarto, encontrou seu irmão já vestido e banhado, arrumando a gola da camisa para que ficasse no alto. Tratou de pegar suas roupas no baú colocado aos pés da cama de dossel por um empregado e começou a se arrumar rapidamente.

O café da manhã seria servido em breve.

— Estou um perfeito dândi* — comentou Eloïs com certo deboche, terminando de ajeitar o lenço no pescoço. Virou-se para o irmão mais velho — Pronto. Agora vista o seu casaco e vamos descer para, enfim, as apresentações.

Julien suspirou e consentiu. Estava nervoso.

Olhou-se no espelho pela última vez e passou os dedos entre os fios de seu espesso cabelo castanho, bagunçando-o ligeiramente. Assim como dissera Eloïs para seu próprio reflexo, também estava aparentando ser um perfeito dândi. E o era, de fato.

Ao menos, em frente as outras pessoas.

Ambos os irmãos estavam impecavelmente alinhados quando batidas na porta soaram. Julien foi quem a abriu e revelou a figura de outra das tantas criadas, uma senhora baixinha e corpulenta dessa vez, usando um vestido de tom escuro.

— Os senhores estão prontos? — perguntou ela, polidamente.

— Sim, estamos.

— Vou guia-los até a saleta de café da manhã. Me acompanhem, por favor.

Os homens seguiram pelo corredor atrás da empregada, desceram as escadarias em formato de 'L' e que davam para o enorme salão em que provavelmente aconteciam as festas, e prosseguiram por mais dois cômodos amplos até pararem diante de uma porta dupla. A pequena senhora fez um gesto para que entrassem e, sendo o mais velho, Julien tomou a iniciativa. Eloïs foi em seu encalço.

Como não poderia deixar de ser, a saleta de café da manhã era tão bem decorada quanto qualquer outro espaço do palácio. Uma enorme porta de vidro dava vista para o jardim interno, com o gramado verdejante e as diversas flores em canteiros perfeitamente enfileirados sob as janelas. Havia uma fonte não muito longe dali.

Hugh estava sentado em seu lugar na extensa mesa de treze lugares, na cadeira principal. Abriu um sorriso contido ao ver os irmãos e levantou para recebê-los.

O duque era um homem que, apesar da idade um tanto avançada, continuava aparentando virilidade. Os cabelos louros se mesclavam com os fios brancos em um penteado elegante e a roupa impecável lhe concedia um ar imponente. Julien conseguia notar algumas semelhanças com o pai, fosse de postura ou aparência. Não era à toa que mantinham amizade de anos e negócios juntos.

— Oh, meus rapazes! Vejo que estão mais dispostos essa manhã. Pedi que não os incomodassem noite passada, pois, sei como viagens podem ser cansativas.

— Devemos a sua hospitalidade, vossa graça*. — respondeu Julien.

— Por favor, sem formalidades. Chame-me apenas de Hugh, tudo bem?

— Como quiser, senhor. E agradeço por sua consideração.

— E você? — virou-se para Eloïs — Como está? Fez um bom descanso?

— Sim, senhor Hugh. Como disse o meu irmão, foi graças à sua formidável hospitalidade. Nem tenho como lhe agradecer.

— Por favor, não por isso. — fez um gesto, indicando as cadeiras — Sentem-se. Meus filhos logo se juntarão a nós. Como eu não sabia se os senhores gostavam de desjejuar ao ar livre, pedi que arrumassem a saleta. Nós costumamos comer do lado de fora. Minhas filhas gostam de comer a luz da manhã, assim como a mãe também gostava.

O Mais Belo VermelhoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt