Barbara está, mais uma vez, sentada em uma espreguiçadeira enquanto olhava o nada mais uma vez. Ela usava um short jeans azul, chinelos e uma blusa minha azul de um time do Canadá. Respirei fundo e entrei para o quarto indo direito para o banheiro.

Depois de escovar dente e tomar um banho rápido, fui para o closet e coloquei uma cueca branca, uma bermuda laranja, uma camiseta branca, calcei um tênis branco e arrumei meu cabelo molhado. Passei um perfume e sai do quarto indo em direção ao quintal.

- Por quanto tempo ela está aqui? -Perguntei para o segurança que coloquei para vigiá-la.

Eu não me sentia nenhum pouco bem com isso, eu não queria colocar ninguém para vigiá-la, mas também não confiava no meu corpo quando se tratava de sono. Eu tinha medo de um dia acabar dormindo e acordar com a notícia de que algo tinha acontecido com ela.

- Desde as quatro da manhã. -Disse, fechei os olhos respirando fundo. - Ela só saiu daqui para comer e depois voltou.

- Pode sair daqui. -Falei caminhando até ela, que não tinha notado a minha aproximação até então. - Não tem dormido? -Perguntei me sentando ao seu lado, ela me olhou e sorriu fraco sem mostrar os dentes.

- Os pesadelos não deixam.

- O que você sonhou dessa vez? -Perguntei a olhando, ela suspirou e ficou calada enquanto olhava as árvores se mexendo devido ao vento. - Por que você não conversa comigo sobre os pesadelos? Isso pode ajudar.

- Não acho.

- Eu acho. Você pode tirar um peso das suas costas que você não precisa carregar.

- E colocar na sua? -Me olhou. - Não, obrigada.

- Você não vai colocar nada nas minhas costas, só vai se ajudar. -Ela negou com a cabeça, olhando para frente. - Isso fará bem para você, acredite em mim.

- Não.

- Quando eu estava apaixonado por você e não queria admitir pra mim mesmo, eu conversava com o Ryan. -Ela riu pelo nariz. - Ele sabe de tudo desde o começo. Eu sempre desabafava com ele ou ele percebia que eu não estava bem e me ajudava mesmo assim. Eu me sentia um pouco melhor quando desabafava.

- Acho que isso não serve pra mim.

- Por que não? -Perguntei confuso, ela virou o rosto e me ficou me olhando por pelo menos trinta segundos sem dizer nada e depois desviou o olhar.

- Desculpe por não ter deixado você dormir direito, eu não queria isso. -Disse, do nada. - Mas não é como se fosse minha culpa, eu não tenho muita escolha. -Suspirou. - Eu sei que você não tem dormido só para me vigiar, então hoje resolvi não dormir pra deixar você dormir.

- Você não precisa se desculpar por isso. -Neguei com a cabeça. - Você não precisa se desculpar por nada. Não é sua culpa, mas eu ainda acho que desabafar sobre o que você está sentindo pode ajudar com isso, pelo menos um pouco.

Ela não respondeu e nem assentiu, apenas começou a balançar as pernas enquanto continuava olhando o jardim.

- Você está bem para o que vai acontecer hoje de noite? -Perguntei por fim, e vi ela suspirar pesadamente e me olhar.

- Foi ele quem fez isso com você, não foi? -Perguntou passando seus dedos na minha bochecha que ainda estava um pouco vermelha. Assenti a olhando, ela tirou os dedos e se afastou. - Eu não quero ir hoje.

- Eu sei que não quer. E não estou defendendo ele, mas você precisa entender o ponto dele. Entender o porquê dele...

- Entender o ponto dele? -Me olhou. - Você está se escutando? Ele me abandonou, Justin. Ele simplesmente me pôs em um orfanato e tirou tudo de mim. Que ponto eu preciso entender? Ele tirou a minha família de mim. Você faria isso comigo? Eu chego em você agora e falo que estou grávida, você abandonaria o nosso bebê? Você abandonaria o nosso filho, Justin?

Looking For YouWhere stories live. Discover now