Capítulo 61

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Parece que estamos à beira agora, queria poder dizer que estou orgulhoso

Me desculpe por ter te decepcionado

Todas essas vozes na minha cabeça falam alto, eu queria silenciá-las

Me desculpe por ter te decepcionado

POV Barbara Palvin

Minha mãos tremiam e o suor frio descia pela minha testa a cada passo que eu dava. Gotas de água caiam sobre meu ombro, eu diria que seria o início de uma grande tempestade se eu não estivesse em um lugar fechado e escuro, sendo iluminado apenas por algumas lâmpadas. Barulhos de baratas e ratos passando por mim me faziam entrar em desespero, enquanto sentia minhas lágrimas se misturarem com o suor do meu rosto.

Não havia nada atrás de mim, apenas um corredor vazio, sem iluminação que não me trazia confiança para eu voltar do lugar que vim. Como eu vim parar aqui?  Eu não sabia como tinha parado aqui, mas eu não conseguia voltar, eu não podia voltar para o que eu era antes.

Meus passos se tornaram rápidos assim que ouvi uma gargalhada alta vindo atrás de mim, mas parei assim que identifiquei de quem era. Era dele, era do Justin. Mas por que ele está rindo? Por que ele está rindo do meu desespero? Por que ele está rindo me vendo chorando e perdida? Eu não conseguia entender. Ele me amava, por que eu iria rir de mim? Iria rir das minhas lágrimas? Isso não fazia o menor sentido.

Voltei a caminhar naquele lugar estreito e escuro assim que sua risada cessou, mas parei novamente assim que ouvi mais algumas risadas, dessa vez não era só uma, era muitas. Olhei ao redor apavorada e comecei a correr em direção das lâmpadas, que estava penduradas no teto com apenas um arrame fino a segurando.

Eu estava sem fôlego, parecia que eu iria morrer. Seria essa a hora de ir embora e nunca mais olhar para trás?  De ir embora e nunca mais andar para trás? Eu não sentia nenhuma corrente de ar, eu não escutava mais nada além de risadas altas vindo de lugares desconhecidos por mim. Do que eles estavam rindo?

Voltei a correr e vi uma esperança quando finalmente vi uma porta branca, sendo iluminada por várias luzes, como se atrás dela, estivesse o fim de tudo isso. Não exitei em correr o mais rápido possível, desviando de várias sujeitas e poças d'água. O medo da porta estar trancada invadiu minha mente, mas eu simplesmente peguei na maçaneta e a puxei para baixo, vendo a porta se abrindo.

E foi ai que o cenário todo mudou.

Eu estava de volta. Eu estava de volta ao lugar que estava há horas atrás, como se aquilo fosse em um passe de mágica. As correntes estavam do mesmo jeito. No chão se formava uma poça de sangue. E eu estava ali, sentada, de cabeça baixa. Eu conseguia me ver, mas não conseguia me mexer. Eu queria me ajudar a sair disso tudo, mas não conseguia. Por algum motivo, eu não conseguia me mexer.

Por que eu não conseguia me ajudar? Por que eu parecia tão fraca agora? Isso era o que eu transmitia para as pessoas ao meu redor? Por que o Justin estava rindo de mim junto com os meninos? Por que diabos eu não consigo me mexer? Eu quero me mexer! Eu quero mudar isso tudo.

Minhas pernas doíam, minha garganta não estava diferente. O que está acontecendo? Parei de me perguntar isso assim que a porta se abriu, revelando o Justin e Michael Palvin, meu pai. O meu eu sentado na cadeira levantou a cabeça e sorriu, como se aquilo fosse normal, como se ela estivesse cansada e acostumada a apanhar da vida.

O primeiro tapa acertou meu rosto em cheio, e então abri meus olhos sentindo minha respiração acelerada e meu corpo molhado de suor. Olhei ao redor, procurando por alguma cadeira ou por alguma poça de sangue no chão, mas não encontrei nada, apenas as coisas em seus devidos lugares no quarto de Justin. Entrava pouca luz por baixo e por cima das cortinas, era as luzes do quintal, me fazendo ter certeza que ainda era noite.

Looking For YouWhere stories live. Discover now