Capítulo 2 - Ligação

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Demi POV

Assim que termino de tomar banho, coloco o meu pijama e vou para a cozinha. Havia aproveitado esse tempo para pensar. O meu pai biológico, que eu não sei ao menos o nome, (isso foi sempre um segredo entre ele e a minha mãe) havia ligado, e estava disposto a pagar a minha faculdade, mas mostrar a verdadeira face, ele não faz isso. Preferia me dar dinheiro, ligar escondido para saber como eu estava e dentre outras coisas.

Durante esses pensamentos, eu até cogitei a parte de procurar ele, mas isso foi um pensamento rápido. Meu orgulho costuma tomar conta dessas situações. Ele havia abandonado eu a a minha mãe, a gente passou por dificuldades, eu não me lembro de muita coisa porque ainda era criança, não tinha nenhuma noção da vida.

Pela história que a minha mãe conta, meu pai biológico e ela se conheceram no Brasil, em uma festa de carnaval. Minha mãe estava passando as suas férias no Brasil e aproveitando para ficar um pouco com os meus avós. No primeiro momento em que eles se viram, se apaixonaram, foi uma amor forte e eles viveram muitas aventuras. Até que minha mãe descobriu que estava grávida, meu pai  biológico ficou feliz com a notícia e eles resolveram se casar. Depois de mais ou menos seis anos, minha mãe engravidou novamente e dessa vez era de mim. Pelo que eu soube ele também havia ficado feliz, mas quando eu estava completando o meu primeiro ano de vida, minha mãe me disse que eles estavam brigando muito e cogitando a parte de se separar. Com isso ela descobriu que ele estava tendo um caso com a própria secretária, minha mãe ficou furiosa e logo pediu a separação, meu pai não aceitou de imediato, mas como não tinha jeito, eles se separam. Mas ainda estava uma briga com a minha guarda e a guarda da minha irmã.

Meu pai se bajulava, porque tinha mais dinehiro e poderia dar uma educação muito melhor que a minha mãe poderia dar. Com isso eles brigaram de novo, durante a saída da casa, minha mãe implorou para levar Dallas junto com ela, mas o mesmo tinha trancado ela no quarto e eu estava no carro que iria levar a gente para a nossa nova residência. Como ela não poderia fazer nada, ela saiu mas alegou que ainda iria recorrer à justiça e ela fez isso, mas o mesmo a ameaçou, então ela parou. Mas eu vejo no olhar dela que a mesma se arrepende de não ter lutado mais, ela se culpa e eu não gosto de vê-la dessa forma.

Agora me diz, uma pessoa assim pode ser o meu pai? Uma pessoa que não demonstrou amor e não deixou uma mãe ficar com a filha? Que viu a dor no olhar dela? Eu não sinto esse sentimento de pai e nunca vou sentir, ele pode ter dinheiro para comprar tudo que eu quero, mas nunca vai comprar o meu amor, eu ainda sinto raiva dele.

Estava chorando, esse assunto me deixava triste, mas ao mesmo tempo com raiva. Então limpo as lágrimas e vou até a cozinha, mas antes de sair do quarto o meu celular começa a tocar. Como era um número desconhecido, logo decido atender, já que poderia ser alguma coisa relacionada ao meu novo trabalho.

- Alô.

- Olá, Demetria, é o Wilmer. - Ele fala.

- Ah sim... Boa noite, Sr. Wilmer.

- Boa noite, eu vou ser direto... você está contratada. - Ela fala e eu tento controlar a minha animação.

- Muito obrigado, eu tenho certeza que o senhor não vai se arrepender.

- Espero que você não se arrependa... - Wilmer fala.

- Como eu posso me arrepender?

- Meu filho é um pouco problemático. - Ele fala.

- Ah sim, mas conversando as coisas podem se resolver.

- Pode ser... vou te mandar o meu endereço por mensagem e eu quero que você esteja na minha casa às 7 horas. - Ele fala.

A Babá Do Meu Filho | DilmerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora