Capítulo 51

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Me encolho mais na cama e puxo a coberta, fecho os olhos e tento dormir, mas meus pensamentos não me deixam e isso é horrível. Só quero que esse dia termine logo. Quando chegamos em casa, minha mãe chorou de alívio e também brigou comigo, por ter saído daquela maneira. Tivemos de contar tudo que aconteceu e logo depois fomos liberados para tomar banho, descansar e essas coisas, antes do jantar. Quando terminei de tomar banho, fui ao quarto fo Gabriel e conversamos um pouco, mas no momento que ele me disse que precisa ir até os caçadores e falar com o Clark, murchei na hora. Eu pensando que estávamos livre e agora tem isso, onde ele esta com a cabeça? Da ultima vez que foi la, ficou um dia preso, agora quer voltar e acha que o Clark vai liberar ele. Eu apenas disse que iria descansar e vim para o quarto, não quero encarar ele e também dispensei a janta, depois de um dia agitado desses, acho que fome é algo que esta bem distante.

Suspiro fundo e sinto as lágrimas se formando, ele esta sendo egoista. Ele não precisa mesmo ir até lá, sabemos que tudo não passa de uma farsa e ele insiste em se desligar de forma honrosa, as vezes o Gabriel me irrita. Passo as costas da mão, que ta envolta na manga do casaco grande que estou usando e seco os resquícios de lágrimas. Alguém bate na porta e fico quieta, estou exausta e sem ânimo para mais nada, meus poderes acabaram de voltar e eu sinto que preciso hibernar. Outra batida e nenhuma resposta minha novamente, penso ter me livrado do incômodo, porém logo a porta é aberta, me cubro totalmente.

- Ursinha? - Escuto a voz dele e coloco a manga do casaco na boca, tentando abafar qualquer som de choro. Ele poderia pelo menos esperar até semana que vem e não ser afobado assim - Sua mãe disse que você não esta bem. Está calada e dispensou o jantar, isso não é normal - Diz divertido e continuo quieta, ele acende a luz e senta na ponta da cama - Mérida, o que foi? Ta fazendo greve? - Sou traída quando faço aquele som chato de quem chorou muito e sinto ele se aproximar. Ele deita na cama e escuto o barulho de seu sapato caindo, logo sou virada e puxada para seus braços - Não fica assim, ta tudo bem agora - Diz dando um beijo em minha testa e faço que não.

- Por favor, me deixa sozinha - Peço e ele me afasta. Senta e o encaro, ainda deitada. Sua expressão ta confusa e suspiro fundo, tentando evitar as lágrimas.

- Que isso? Acabei de voltar de uma quase morte e você quer me evitar - Diz divertido e continuo séria, ele engole seco e seu sorriso some.

- Eu não quero brincar - Sento e encosto na cabeceira, cruzando os braços e fazendo meu típico bico.

- Mérida, se isso for pelo que falei mais cedo, você sabe que eu preciso ir. Se eu não for, Clark vai mandar caçadores atrás de mim e isso pode fazer com que descubram o vilarejo de vocês, que são ursos. Preciso evitar isso!

- Não, você não precisa ir lá e se de fato eles vierem até nós, sabemos lutar. Você sabe que é suicídio ir até lá conversar com o Clark, esse caçadores agora são uma farsa e você sabe disso. Isso é o pior de tudo - Despejo minhas frustrações sobre ele e cá estamos nós de novo, discutindo.

- Eu sei dos riscos que isso envolve, mas eu preciso mesmo ir. Independente de qualquer coisa, eu sou um caçador, Mérida. Não sou humano e muito menos um Meli, posso ter descoberto a verdade, mas ainda sim faço parte deles e temos um código de honra. Não posso simplesmente deixar de ir - Diz e respiro fundo, puxo minhas pernas para não encostar nele e levanto. Ando até a porta, abro e olho para ele. Eu to fumegando de raiva e não quero ficar perto dele.

- Não quero te ver enquanto estiver com essa idéia doida na cabeça - Falo e espero, mas ele não se move - Ta, que seja. Dorme ai então - Digo e saio batendo a porta, indo em direção ao quarto que ele dorme.

Entro, apago a luz e me jogo na cama, me cubro e fecho os olhos. Não demora muito até que a porta se abra novamente, quase dou risada por isso, mas não faço quando lembro o motivo de estar aqui. Eu me expulsei do meu quarto, achando que ele não me incomodaria, não deu muito certo. O colchão atrás de mim afunda e o possessivo me puxa, colando meu corpo ao dele e abraçando.

Flecha do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora