Capítulo 5

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Já escureceu e aparentemente o Angus se perdeu. Confesso que eu também. Nos distanciamos de meu vilarejo e após o incidente com o penhasco, confesso que ficamos um pouco desnorteado. Pela minha quase morte novamente.

Eu não dou uma dentro e confesso que a noite não parece ser tão segura. Ainda mais depois que vi um dragão. Minhas costas doem, as minhas pernas doem e estou morrendo de fome. Levamos um susto quando de repente, uma luz azul oval surge em nosso caminho. Eu achando que não tinha como ficar pior. Logo a luz vai aparecendo atrás daquela primeira, formando um tipo de caminho para que eu siga.

Confesso que estou morrendo de medo, mas, vamos lá. Direciono o Angus até lá e a cada luz que passamos, ela se apaga. Assustador e excitante. Vejo que a cada luz que passamos, nos aproximamos de uma casinha, aparentemente abandonada. Tem uma luz acesa, mas é azul dentro dela. Então deve ser outra dessas luzes assustadoras. Desço do Angus e me aproximo da casa, empurro lentamente a porta. A luz dentro da casa se apaga. A lua ilumina um pouco e vejo pouco da casa, que parece mesmo abandonada. Vejo uma lanterna e pego ela, acendo e passo pelo lugar. Um cômodo só e muitos papéis acumulados. Vejo a cama de solteiro e me aproximo. Uma mochila sobre ela e algumas adagas. Oh, não. Uma casa de caçador, malditas luzes traiçoeiras.

A luz do lugar se acende e me viro assustada. Meus olhos não creem no que vê. O maldito caçador de merda. Ele deixa cair o que tem em mãos.

- Olha só o que temos aqui. Invadindo minha cabana - Engulo seco - Hoje é seu dia de sorte Gabriel- Diz para si mesmo baixo, mas escuto.

Me viro para pegar uma adaga, assim faço, mas logo minhas costas batem contra a parede. Ele força minha mão que segura a adaga na parede e a outra ele me prende contra a parede.

- Angus - Grito e o caçador me olha rindo.

- Vai me dizer que está chamando aquele cavalo comendo grama lá fora? Sabe que é um cavalo né? - Pergunta e bufo. Tento mexer minhas pernas para lhe acertar uma joelhada, mas ele percebe. Colando mais seu corpo no meu - Aahr - Logo ele grita de dor e empurro ele. Fazendo ele cair no chão.

- Meu cavalo não é tão burro - Digo dando uma risada, o Angus mordeu bem em cheio a batata da perna dele.

- Que merda. Eu vou te matar - Ele diz tentando se levantar.

- Para isso vai ser necessário correr - Debocho - Mas acho que não consegue fazer isso né - Do uma risada e ele começa a ficar de pé. Merda - Vamos - Corro para fora e o Angus me segue. Quando já estamos fora da casa, subo nele ainda em movimento.

- Eu vou te matar garota - Olho para trás e vejo ele na porta, segurando na mesma.

- Aguardo ansiosamente caçador - Digo e começo a rir, já ele começa a proferir vários nomes bem ruins.

Quando saio no mesmo lugar de antes. As luzes traiçoeiras aparecem novamente. Agora mostrando outro caminho. Eu é que não vou seguir. Bom, só tem dois caminhos, o que acabei de vir e esse que elas mostram. Infelizmente, terei de segui-lo.

O mesmo de antes acontece e quando por fim, a última luz se apaga. Reconheço o caminho de casa. Primeiro me leva para outra possível morte e agora para casa. Qual o problema delas? Ou meu? Que sigo elas. E por que me levaram de encontro ao caçador?

Desço do Angus que também está morrendo de fome, ele corre para sua humilde casa e eu para minha. Entro como um jato em direção a sala de jantar. Chego bem na hora que vejo a mesa cheia ainda.

- Mérida - Minha mãe reprova minha atitude. Que é pegar um prato e ir rodando a mesa, enchendo com tudo - Você sumiu durante o dia todo e volta parecendo uma selvagem - Ignoro suas chamadas e me sento.

Flecha do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora