Capítulo 12

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Deixo o carro estaciono próximo a entrada do vilarejo e entrego a chave para um dos caras que faz a ronda na parte do dia, ele liga o carro novamente e entra. Todo cuidado é pouco quando se trata se caçadores e um lugar ao qual alguns viram ursos.

Dou meia volta e entro na floresta novamente, eu já estava com saudades de treinar e hoje farei isso. Não vai ser tão legal quanto conhecer uma sereia, mas dá pro gasto. Chego no lugar que geralmente treino e coloco minhas coisas no chão. Ando até o alvo que já esta preso na arvore e limpo algumas sujeiras, choveu por esses dias e acabou sujando. Passo a beirada da minha blusa e dou uma risada, minha mãe vai me matar quando vê o estado da blusa. Limpo a mão na mesma e me afasto, se existe sabão em pó, é por que devemos sujar e muito.

Pego no arco e ajeito a flecha, mirando na árvore. Semicerro os olhos e respiro fundo, solto lentamente a flecha que vai de encontro ao meio do alvo.

- Perfeito - Pulo fazendo uma dancinha - Mais um - Miro novamente e agora respiro fundo duas vezes. Sei lá, vai que isso relaxe mais.

Solto a flecha e ela parte a outra no meio, cravando mais na árvore. Estou boa de mira e forte, maravilha. Me afasto e em minha cabeça marco todos os alvos ao qual devo acertar. Miro no primeiro, no topo de uma arvore, uma folha que caiu, mas agarrou no tronco. Faço o mesmo procedimento e acerto a folha, dando um sorriso vitorioso.

- Eu sou incrível - Falo meio convencida.

Decido acertar tudo a minha volta, girar, focar e soltar somente. Depois eu vejo o resultado de meus feitos. Coloco nas costas a bolsa com todas as flechas, já usei duas. Me restam quarenta e oito, é um pouco pesado, mas ela é fina e não parecem ser tantas. Ainda bem que tem alguém no vilarejo especialmente separado para cria-las, pois não poderei pegar as do topo da arvore. 

Começo a girar, mirando e acertando algo aleatório a minha frente. Giro e giro e giro novamente. Já se foram umas vinte flechas e pego mais uma, coloco no arco e dou uma volta, mirando e soltando, mas paro na mesma hora. Pois não havia visto onde tinha mirado e agora estou em pânico. O grande dragão que me infernizou duas vezes, estava voando e me observando, mas agora está com uma flecha atravessada na barriga e baixando voo lentamente.

Ele pousa no chão e deita, seus olhos vêm direto para mim, ele solta um gemido de dor. Céus, o que eu fiz? Eu matei ele sem ao menos ser para me defender. Me aproximo lentamente a medida que vejo que ele fica parado, não é como se fosse me atacar, mas uma de suas asas cobre a ferida, pois esta caída frente ao corpo.

- Vai me matar? Espero que não, só quero ajudar - Falo com ele, mas não me sinto nada maluca, afinal, eu converso com meu cavalo - Posso ver? Foi sem querer - Pergunto e logo sua asa sobe, ficando ao lado do corpo. Vejo que sai sangue da ferida e a flecha está bem firme.

Droga, eu nunca matei nada e não é agora que isso vai acontecer. Com as mãos trêmulas, sigo em direção a flecha, quando encosto ele parece sentir dor e se mexe.

- Aaaahr - Grito recuando para trás, devido ao seu movimento, mas ele me olha sem entender - Achei que ia me comer - Coloco a mão na cintura.

Me aproximo novamente e seguro firme, ele parece sentir dor, mas não se movimenta, para não me assustar. Quando puxo a flecha, ele dá um rugido bem alto e preciso tapar os ouvidos. Logo uma luz azul começa a envolver seu machucado e a ferida se fecha. No momento que ele começa a se mexer, corro para longe dele e me escondo atrás de uma árvore.

Ele começa a vir em minha direção e não consigo saber o que se passa por sua cabeça, mas como ele é um monstro, ele deve querer me devorar. Não é nada fofa as histórias sobre dragões. Ele começa a realmente vir em minha direção, como se tivesse em posição de ataque e sem esperar muito, começo a correr e dane-se as minhas coisas que ficaram para trás.

Flecha do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora