Capítulo 22

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Gabriel

Entro em casa, disposto a fazer um café em agradecimento a ela. Confesso que não tive a melhor reação e fui muito bruto, coisa que minha mãe abominava. Ela sempre exigiu muito de nós nesse quesito, quando alguém nos ajudasse, deveriamos ser gratos e não sair por ai quebrando pulsos. Mas assim que acordei e ela estava deitada sobre meu peito, levei um susto enorme. Como ela foi parar ali? Pois tenho certeza que ela nunca deitaria assim de boa, provavelmente tem sono pesado.

Não tenho uma poção para me curar, mas tenho uma que tira a dor por algumas horas, pego ela e tomo. Isso me possobilita a andar melhor, irei ficar mancado, mas não sentirei dor mais.

Caminho até o armário e quando abro, levo um susto, meus pacotes de salgadinhos, biscoitos e qualquer besteira que gosto de comer, sumiram. Olho para a lixeira e vejo alguns pacotes vazios ali, mas não todos, me aproximo e vejo uma sacola fechada dentro do lixo, não acredito que ela fez isso. Quase começo a rir, ela deixou uma parte dos pacotes vazios no lixo e o restante colocou em uma sacola e escondeu em baixo da pilha de sujeira. Para onde vai toda a comida que essa garota come? Come igual um leão, não, um urso e é magra demais.

Ja que não tem nada para comer, vou precisar ir a lanchonete proxima aqui, vou aproveitar e falar com a mulher que nos trás as poções. Preciso de algumas, pois meu estoque ta quase zerado. Troco de roupa, lavo a cara e escovo os dentes. A cara dela foi a melhor quando eu disse que ela estava com bafo, mas tava se formando um clima muito estranho, precisei cortar logo.

Termino de me ajeitar e saio da cabana, vou em direção ao banheiro improvisado e vejo ela tomar banho. Ela esta de costas para onde estou, termina de se banhar, puxa a toalha antes e se enrola. Vejo ela levantar as mãos e parece tirar o excesso de água do cabelo. Na momento que ela abre a pequena porta, leva um susto tão grande que quase derruba a toalha.

- GABRIEL - Da um grito e faço cara de que não entendi.

- Ta doida garota? Gritando atoa - Falo e ela bufa, revirando os olhos.

- Atoa? Você estava ai me olhando tomar banho e acha que é atoa?

- Eu acabei de chegar garota. Só vim para perguntar quem comeu minha comida toda - Falo e ela parece ficar constrangida. Não pelo fato de estar só de toalha, mas por ter comido minha comida toda.

- Eu não fui - Diz automaticamente. Acho que ela esta acostumada a isso e depois ser repreendida, provavelmente pela mãe dela.

- Ah ta, desculpa insinuar então. Foi o banguela né - Debocho e ela começa a assentir.

- Ele mesmo, tentei impedir, mas foi impossível - Fala na maior convicção.

- Você faz isso sempre né? Come e culpa alguém depois? - Pergunto e ela assente.

- É automatico, minha mãe é muito chata - Começa a rir - Agora eu vou me vestir - Pega a mochila e segue para a cabana.

Vou até minha moto e ligo ela, paro em frente a cabana e ela não demora a sair, com minha calça ainda, só que levantada até o joelho e um top preto.

- Creio que não verei mais minha roupa.

- Qualquer dia desses eu devolvo - Fala e da de ombros. Abusada.

- Vamos a uma lamchonete, ja que comeram toda minha comida. Não tenho o que fazer - Digo e ela fica nervosa na hora.

- Não posso, eu vou embora - Diz e começa a andar em direção a floresta.

- Hey, espera ai - Ela para e me olha - Qual é, vamos lá. É um agradecimento pelo que fez, eu to tentando ser legal, não estraga isso - Ela respira fundo.

Flecha do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora