Capítulo 35

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Ontem, quando chegamos em casa. Após minha pequena loucura saindo do frio, meu pai me levou para o quarto e eles tiveram aquela conversa comigo. Sério, eu quase morri de vergonha e meu pai também, ele estava super constrangido, até que inventou uma ligação no celular, que não estava tocando e saiu falando. Quando ele fechou a porta do quarto, eu e minha mãe nos acabamos de tanto rir. Mas ela terminou a conversa, no lance de anticoncepcional e ja tive até de começar ontem. Visto que precisamos ver se terei reações contra a tal mistura deles. Ela disse que é eficiente, mas assim como o vendido nas farmácias, tem o um por cento de falha.

No meio do caminho encontramos o Gabriel, pois segundo ele se sentiu mal e foi atrás de mim, coisa do contrato. Mas eu disse que estava bem e pedi a ele para ir embora, eu ainda estou chateada com ele pela brincadeira. Minha mãe tudo bem, mas ele tem de ficar sempre do meu lado, preciso de algum aliado nisso. Sempre todos zuando a Merida, é injusto.

Ja está de tarde e como todo pós natal, é muito chato. Nada para fazer ou assistir. O clima la fora não esta tão frio como ontem, confesso que esta até convidativo, mas eu estou meio desanimada. Sério, por mim, ficaria deitada o dia todo, mas como não sou assim, preciso fazer algo.

- Oi, meu bebê - Afago Angus, que relincha animado. Pego a escova e começo a escovar seus lindos pelos. É tão liso e macio, as vezes sinto até uma pequena inveja. Não é nada escandaloso como o meu cabelo. Eu já lavei ele e tirei o restinho de liso que tinha, agora ele voltou a sua rebeldia natural - Quer passear? - Faço biquinho e ele fica agitado, balançando a cabeça e batendo as patas no chão - Okay, alguém aqui está animado - Falo rindo e me animando um pouco.

Preparo ele e puxo até frente de casa. Preciso me agasalhar mais e pegar minha fiel mochila. Entro correndo e subo até me quarto, arrumo minha mochila com o que preciso e quando estou saindo do quarto, lembro do presente que o Gabriel me deu. Outra coisa que me deixou animada aquela noite. Coloco minhas flechas dentro e pego meu arco, desço as escadas e do de cara com a minha mãe.

- Vou praticar um pouco - Digo e ela adquire um tom vermelho na bochecha, franzo a testa.

- Mérida, menos detalhes. Por favor - Demoro um pouco a entender e quase engasgo com a saliva ao constatar seu comentário.

- Mãe, credo - Digo de cara feia - Vou praticar tiro ao alvo com meu arco - Estico e mostro a ela, que parece envergonhada - Eu ainda estou com raiva do Gabriel. Não estamos nos falando - Falo e ela faz cara de triste.

- Não afaste ele, você tem dom para isso.

- Nossa! Tendo uma mãe assim, para que inimigos? Certo? - Pergunto irritada e ela começa a rir.

- Vai logo - Revira os olhos - E vê se volta a falar com ele antes do ano novo. Quero ele presente na nossa comemoração.

- Ta bom, tchau - Falo e saio rápido. Prendo o arco no Angus e subo, cavalgo para fora do vilarejo.

Assim que saio, sinto uma leve brisa congelada em meu nariz. Pinica um pouco, mas logo passa. Agora eu preciso saber, onde eu vou praticar tiro ao alvo. Não sei onde poderia ir, mas ainda tenho tempo para pensar. Eu dormi tão mal essa noite, ainda sinto dores nas costas por ter dormido de mal jeito. Me inclino para frente e abraço o pescoço do Angus.

- Escolhe o lugar para praticarmos - Falo e fecho os olhos, descansando um pouco. Escuto só o tilintar de suas patas ao chão e os sons da floresta fria.

Estou de calça, bota, casaco, luva e touca, o que impede bastante que o frio me atrapalhe ou me machuque. Prefiro muito o calor e o sol, eu realmente gosto de usar meus croppeds. Após um tempo, de abrir e fechar os olhos algumas vezes, para olhar onde estamos. O Angus para e creio que ja chegamos, sempre que peço a ele para escolher o destino, ele sempre vai para a cachoeira, que costumamos ir sempre e ele ja sabe o caminho. Abro os olhos e pulo, quando me viro.

Flecha do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora