Capítulo 11

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^^ Mérida ^^


- Não vou usar isso – Grito de raiva e viro para a janela, cruzando os braços. Ultimamente tenho sentido a sensação de estar sendo observada e isso não é nada legal.

- Você vai usar sim – Escuto minha mãe falar, antes dela me virar para ela e ficar me encarando.

- Mãe, eu estou horrível – Digo e ela sorri.

- O vestido ainda está largo e não está pronto meu amor. Você vai ver, que quando estiver pronto, você vai ficar linda.

- Estou parecendo uma palhaça – Emburro a cara e ela ri.

- Vá tirar o vestido e me de logo, a festa é no sábado já e tenho somente hoje e amanhã para terminar. Nunca vi, comer igual um homem e só emagrece – Fala e dou risada.

- Falou a gordona.

- Mas eu não como muito.

- Abençoada seja minha genética – Pisco para ela que sorri negando com a cabeça.

- Bom, me dê logo e vá passear, nunca imaginei que eu estaria te mandando sair do vilarejo, mas você ficou um mês presa dentro de casa e já estou ficando de cabelos brancos. Céus, Mérida. Acho que paguei com a língua agora, nunca mais vou ter por de castigo novamente.

- Os cabelos brancos não são por isso e não, não irei sair. Além do mais, já está quase escurecendo. Prefiro deitar e ver televisão – Retiro o vestido e entrego a ela – Meu aniversário é dia dois e agora mesmo que não quero sair. Morrer antes disso não é opção  – Ela respira fundo.

- Tudo bem Mérida, hoje eu até aceito, mas amanhã, você vai sair de casa, nem que seja arrastada.

- Tudo bem mãe – Ela continua parada me olhando – Me dá o controle, por favorzinho? – Do um sorriso fofo e ela faz que sim – Obrigada senhorita – Digo assim que ela me entrega e em resposta ela dá uma risada.

- Você é estranha – E sai do quarto, que insulto. Bom, isso para mim é um elogio na verdade. Fico mudando canal a canal e nada me chama a atenção, paro em um desenho que está passando na cartoon, esse Clarêncio parece doente. Eu já acho Gumball e apenas um show mais engraçado.

(...)

Acordo assustada e me sento na mesma hora. Tive um pesadelo horrível e nele todas as coisas que já tentaram me matar nesse tempo que passou, por fim, conseguiram me matar e isso não foi nada legal. Esses pesadelos foram corriqueiros nesses meses. Levanto e olho pela janela, até parece que não vou aproveitar esse sol. Hoje é dia de praia e como fui obrigada a sair de casa, nada melhor do que curtir, só não posso encontrar o caçador de nome, Gabriel e nem outras coisas que matam. Acho que esse mês perambulando para cá e para lá foram suficientes para me fazer enjoar de tudo e todos aqui.

Coloco um biquíni e logo um blusão por cima e um short mais curto, pego minha bolsa e jogo o que vejo pela frente nela. Coloco meu arco e flechas comigo e sigo para a cozinha, para pegar algumas maças. Assim que termino, sigo até a sala e procuro na gaveta de chaves, uma em especial, mas não acho.

- PAAAI – Do um grito e nada dele aparecer.

- Olha quem vai sair – Escuto minha mãe e viro para ela – O que quer com seu pai?

- As chaves do carro.

- Ele saiu com o carro, foi até a cidade. Use o meu – Fala e fico boquiaberta.

- Tem certeza? O que fez com a minha mãe, seu monstro horrível que enche as pessoas de esperanças – Faço meu típico drama e ela revira os olhos.

- Pegar ou largar, considere um presente de aniversário eu deixar você usar – Vira e vai embora, ela tem uma mania tão feia. Pego a chave e corro para o carro, entro e respiro fundo, o carro da minha mãe é maravilhoso e novo, bem mais legal que o do meu pai.

Flecha do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora