Capítulo 17

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Ian aproveitava com Angelina o espaço de tempo que tinha entre as ordens de seu pai, já que não sabia quando ele liberaria o assassinato de Logan. A levou para um tour pelo estado. Parques, restaurantes, cinemas... A menina sempre se empolgava quando pai a oferecia atenção. E Ian paparicava a menina a todo o momento como um bom pai coruja.

— Papai, o que você vai me dar de aniversário?

— Ah, essa pergunta mais uma vez. - Choramingou o rapaz.

— É, eu faço aniversário todo ano, né?

— Vamos lá. - pegou a menina no colo enquanto caminhavam pelo parque numa tarde de sábado. - O que você quer ganhar?

— Um pônei.

— De novo, meu anjo?

— Mas eu ainda não tenho um pônei.

— Que tal uma bicicleta?

Sim, pai. - Agarrou as orelhas do pai e chacoalhou sua cabeça. - Por favor, quero uma biciqueta.

— Então, no dia do seu aniversário, a gente vai escolher a que você quiser, tá bom?

— Eba. Melhor presente.

Quando chegou em casa, Ian desceu discretamente até o porão e abriu o arsenal, carregou duas pistolas, a reserva que levava no porta-luvas e a que carregava no tornozelo em suas missões. Ajeitou as outras, bem organizado, e voltou para o carro guardar a pistola junto a um cartucho reserva.

"Só para estar preparado. Nunca se sabe se estão todos mortos ou se há alguém na sua cola.". Olhou em volta, ninguém. E assim esperou que continuasse. Matar pessoas que não merecem ser mortas é pior do que a simples missão de matar pessoas. Sentou-se no carro, ligou o rádio, acendeu um cigarro e ficou ali por um tempo, pensando no que faria com as drogas ilegais de Cooper e como faria para encontrar o resto do dinheiro. Seu pai poderia ter fornecido essas informações junto às outras, mas, como roubar o homem não era seu objetivo, talvez não tivesse se importado. "A menos que ele também não saiba.". Não poderia perguntar, seu pai nunca poderia desconfiar de que era ele quem roubava os alvos.

Sua rotina continuava, todos os dias o mesmo ritual agradável de levar a filha à escola, chegar em casa, tomar um banho, esperar a filha para o almoço e cochilar até a hora do trabalho. E todas as noites, na balada, Ian estranhava não ver mais Alana lhe vigiando. "Como se ela tivesse coisa mais importante a fazer do que proteger o pai. Que desnaturada.". Terminava seu expediente, sentava na calçada em frente à boate e fumava um cigarro antes de voltar para casa.

— O senhor não dorme direito. Nosso corpo precisa de no mínimo oito horas de sono. - Jaqueline comentou um pouco antes de a aula de Angelina terminar. - Estou aqui para ajudar com Angie. E o sono é importante. - Ela observou as olheiras do rapaz. - Vou buscar Angie agora, mas pense no que eu disse. Posso levá-la todos os dias sem problemas.

E ela estava certa, se Ian não passasse a dormir melhor, ele não teria forças para completar sua missão. Então concordou com a babá, acrescentando que em alguns dias daria uma festa de aniversário para a menina.

— É surpresa, ok? Você claramente é uma convidada, mas pode convidar os amiguinhos dela, os mais próximos, e os pais deles também? Acho que, se eu chamasse, eles se assustariam com a minha cara.

— Sem problemas. - Disse deixando escapar uma risada.

Terça-feira, quando Angelina chegou da escola, Ian a recebeu com um sorriso e uma ótima notícia. Pegou a menina no colo e a deu um beijo em sua bochecha fofa.

O Fim Do InvernoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora