Capítulo 12

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Peter passou o dia com a mochila ao seu lado. Ian e Nolan já estavam cansados. Era cinco horas da tarde quando ele pegou a mochila, saiu de sua sala, se despediu de algumas pessoas na recepção e seguiu para o carro. Ele não deixava a fortuna no próprio banco, "é claro, ele é esperto.".

— Será que a casa dele tem câmeras? - Perguntou Nolan.

— Com certeza. Mas não sei como vou acessar, nem sei onde ele mora.

— Por sorte, - Tomou o computador e começou a digitação. - eu sei.

Quando foi levar a mochila para Peter, Nolan vislumbrou em cima de sua mesa algumas cartas e contas endereçadas a ele. Não tinha dado tanta importância, mas reparou pelo nome da rua ser engraçado.

— E se ele não estiver indo para casa? - Ian cogitou.

— Ele está. Um cara como ele não confiaria seu dinheiro a ninguém além de si mesmo, deveríamos ter pensado nisso. - Alguns segundos a mais digitando códigos e senhas e já estava conectado a algumas das câmeras. - Não é muito inteligente, mas a casa dele tem uma segurança pesada pelo que estou vendo.

— Ande logo, antes que ele chegue.

— Acalme-se.

Simpson chegou em casa em seu carro preto, desceu do banco traseiro sem soltar da mochila sequer por um segundo. Entrou na pequena mansão seguido por dois seguranças, caminhou por alguns corredores, desceu um lance de escadas, mais um par de corredores. Entrou numa sala com apenas um código de seis números, os seguranças aguardaram do lado de fora. A porta se fechou.

— Cadê a câmera da sala? Rápido, Nolan, a câmera da sala.

Alguns dígitos a mais e uma câmera de olho de peixe revelou o lado de dentro da sala. Peter abriu uma parede encostando a digital num suporte da estante de parede e o cofre apareceu. Mais uma senha e um laser foi emitido em seus olhos lendo sua retina. O cofre se destravou e lá estava o dinheiro roubado, várias pilhas desorganizadas espalhadas pelo chão. Ele largou a mochila lá dentro em qualquer canto e se apressou em fechar a porta do cofre. Segundo os gráficos na pasta fornecida pelo seu pai, Ian deduziu que aquilo era só a metade. "Onde está o resto?".

— Droga. - Ele desceu um soco na mesa da cafeteria, atraindo alguns olhares. - Como eu vou abrir essa bosta? - Sussurrou. - Tem leitor de digital e de retina. Puta que o pariu.

— Eu não sei, mas você não está sozinho. Vamos dar um jeito.

— Papai, quem é Doutora McFadden? - Angelina perguntou segurando o cartão que Ian tinha pegado do bolso do jaleco da moça que o ajudou com um curativo e desde então vivia o infernizando.

— É uma moça que ajudou o papai com um machucado.

— O machucado da sua perna?

— Esse mesmo.

— Ela é legal?

— Nem um pouco, minha vida, ela é feia e ranzinza. Mas é uma boa médica.

A menina estava deitada na cama do pai enquanto ele se arrumava para sair com um terno e uma gravata azul-marinho. Ela largou o cartão em cima do criado-mudo e encarou o pai.

— Aonde o senhor acha que vai todo arrumado? - Disse como ouvia as pessoas dizendo na televisão.

— Eu vou trabalhar, chefe.

— Mas você não coloca essa roupa para trabalhar todos os dias e você também fica em casa toda segunda e terça.

— Sim, mas esse é um trabalho diferente. - Ele se largou na cama ao lado da pequena. - A senhorita me autoriza?

O Fim Do InvernoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora