Capítulo 19 - Sobre lição e pizzaria.

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Sempre tive convicção da minha covardia

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Sempre tive convicção da minha covardia. Nunca pensei que eu chegaria longe demais, ou que alcançaria meus sonhos, isso porque o medo e a vergonha andam ao meu lado por quase toda a vida.

Na maioria das vezes quando eu me sentia pressionado ou diante de um desafio fugia e escondia-me de todos. O choro sempre me conduzia para um local triste e solitário, a escuridão sempre foi minha companheira. Sempre tive medo e pavor das pessoas as achava cruéis demais, porém isso mudou drasticamente com o tempo... Acho que o monstro sempre esteve em mim e não nas pessoas.

..

- Agatha, eu não vou conseguir fazer isso. - Digo em um lamento doloroso. Por que era difícil ela entender que eu não sou assim?

- Mattheus, Mattheus... - Sorri maliciosa e passa as unhas sobre à mesa em seu escritório. - Você é forte, moleque. Não é à toa que consegue fazer o que quero.

- Não faço porque quero, mas porque você me obriga! - Reclamo entredentes.

- Está querendo colocar as asinhas para fora, é? - Ela gargalha e se levanta. Dou três passos para trás temendo sua reação, mas bato minhas costas em um dos brutamontes que era um de seus seguranças.

- Eu não quis te desafiar. - Minto e abaixo a cabeça. Ela anda pelo cômodo como se fosse uma cascavel e para em minha frente. Sinto sua mão puxando fortemente meu cabelo fazendo-me olhar em seus olhos que me queimam com ira. Trinco os dentes para não libertar som nenhum de dor movido pelo seu ato.

- Eu sei que está se achando muito forte somente por estar com quinze anos... Mas deixa eu te lembrar uma coisinha. - Ela baixa lentamente sua cabeça e se aproxima do meu ouvido pronta para destilar seu veneno: - Quem manda aqui sou eu, seu corvarde! - Ela me empurra e bato as costas no chão. Tento me reerguer automaticamente, mas seu salto em meu peito impede-me.

Puxo o ar fortemente tentando controlar o medo que se instalou por cada célula do meu corpo. Ela aperta o salto com o pé e vejo seu sorriso crescer notando o pavor que há em mim.

- Moura, dê a lição que ele merece e mostre-o quem manda, para que nunca mais aconteça o que houve aqui outra vez! - Demanda ela sorrindo perversa.

- Sim, senhora. - Abro e fecho os olhos e meu coração bate descompensado.

- Agatha, por favor, desculpa! - Murmuro quando sinto meu braço sendo erguido.

- Homens não pedem desculpas, Mattheus. Eles só fazem o que devem. - Ela sorrir e olha para o homem que me puxa brutalmente. - Ah, Moura, mostre para ele que um homem de verdade não é um covarde, e não chora à toa. - Ele se apressa em me puxar enquanto arrasta meu corpo com brutalidade.

Luto para me reerguer, enquanto tento firmar os pés no chão, mas o modo em que meu corpo está sendo arrastado me impossibilita. Levanto os braços e fecho os punhos tentando socar os braços e as pernas do brutamontes e depois de alguns golpes consigo atingi-lo na coxa.

Autor de Recomeços - Trilogia Autor #2Onde histórias criam vida. Descubra agora