Sinopse
O sangue escorria pelo ladrilho branco do banheiro. A cor escarlate se misturava na água cristalina no chão, se formando uma gigantesca poça de sangue e sofrimento. O jovem em questão de perguntava: Até quando a dor física sobressairá a dor...
Obrigada pela paciência e compreensão, e obrigada pelo retorno no capítulo anterior com comentários. Amo vocês!
Simbora ler!
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Guio o corpo de Letícia em direção ao elevador, enquanto ela se mantém em um silêncio confortável. Nunca gostei muito de conversar, mas sempre detestei ainda mais o silêncio porque ele sempre vinha acompanhado de perturbações internas e gritos afogados dentro da garganta. A mente relembrava cenas de tormenta e desespero, onde um menino gritava e implorava por uma ajuda que nunca chegava.
Pisco os olhos quando o elevador chega e olho para Letícia focando minha atenção nela, isso tem bastado para aprisionar tudo oculto em mim. Ela me olha de volta e sorri. O maldito sorriso que não sai de minha mente.
- Preparada? - Pergunto com expectativas.
- Sim. - Responde apenas e mexe nos fios ruivos. Ela não está nada bem. Me mantenho calado enquanto adentramos no elevador. Aperto o botão e viro-me para que Letícia não perceba qual foi o andar. Ela concentra sua atenção nos números piscando no alto mostrando a direção que estamos seguindo.
- Aonde vamos? - Indaga enfim mostrando-me outro sorriso. Fico preso nele e passo a mão na nuca evitando imitar seu gesto.
- É surpresa, Dra. Smith! - Letícia revira os olhos e sorri corando.
Assim que as portas se abrem estico minhas mãos e tampo seus olhos.
- Mas... o que foi, Matt? - Ela sorri ainda mais.
- Deixa de ser apressada, ruiva. - Tenho tentado não chamá-la assim, mas o tom de seus cabelos me cativa. Isso soa íntimo demais e tenho medo de onde meus sentimentos podem me levar.
Guio-a enquanto minhas mãos permanecem em seus olhos, ajudo-a no caminho e assim que chegamos no limite, viro-me ficando em suas costas, mas sem permitir que sua visão veja aonde estamos. Tento focar minha atenção em sua reação, mas não me contenho e inspiro o perfume suave de morango que exala de seus cabelos.
- Confesso que não sou muito curiosa, mas você está atiçando minha mente neste momento. - Ela balança a perna em modo ritmado.
- Sua perna está curiosa também? - Pergunto sorrindo atrás de si.
- Isso é para você ver o estado da minha curiosidade. Não sou assim com frequência, mas quero saber aonde estamos. - Diz enquanto suspira fundo.
- Tem que prometer que não vai gritar. - Afirmo tentando segurar o riso.
- Ah, meu Pai, Matt! É um bicho? Não estou gostando dessa brincadeira! - Ela balança a cabeça e aperto minhas mãos em seus olhos.
- Ei, sem trapaça! - Ela bufa. - Pode confiar em mim?
- Eu confio em você, mas não em bichos! - Gargalho não conseguindo controlar a felicidade.
- Não me faz rir porque vou acabar soltando minhas mãos. Assim não vale, sua trapaceira! - Acuso-a.