Capítulo 23 - Sobre decepção e arrependimento

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Meu dia foi corrido e cansativo, mas estar agora olhando para este céu estrelado e poder sentir a brisa fresca que faz meus cabelos voarem, traz ao meu coração a certeza de que estou no local certo

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Meu dia foi corrido e cansativo, mas estar agora olhando para este céu estrelado e poder sentir a brisa fresca que faz meus cabelos voarem, traz ao meu coração a certeza de que estou no local certo.

Matt tem se aberto tanto para a nossa amizade que, às vezes, não tenho palavras para expressar ao Senhor toda a gratidão que sinto dentro de mim. Temos uma conexão tão legal, e construímos uma amizade tão forte que temo que os sentimentos evoluam e sejam confundidos.

Sorrio admirando as estrelas no céu, mas meu sorriso é escondido quando uma mão se fecha circulando meu rosto e tampando minha boca. O pavor toda conta do meu corpo e sinto-o ser puxado bruscamente. Arregalo meus olhos e debato-me na tentativa de me desprender dos braços fortes que me puxam, porém tudo que eu consigo fazer é ter minha cintura sustentada enquanto alguém me puxa de encontro a si. Vejo ao longe o corpo de costas de Matt na fila e sinto meu coração apertar dentro da caixa torácica somente por pensar em como ele vai sentir-se quando perceber que fui sequestrada.

Sinto meu nariz arder e sucessivamente as primeiras lágrimas saírem de meus olhos... Não acredito que está acontecendo comigo a mesma coisa que ocorreu com a minha irmã. "Por favor, Senhor, me livra deste sofrimento!" Oro em pensamento enquanto o homem força meu corpo para dentro do carro, mas minhas forças não são suficientes para evitar que meu corpo despenque no estofado.

Assim que me jogam dentro do assento um pano preto é posto em minha cabeça. Meu desespero é tão imenso que debato-me gritando por socorro, mas uma mordaça é enfiada em minha boca, impedindo-me de gritar por ajuda. Tento retirar o pano, mas minhas mãos são amaradas em cima de minhas pernas e sinto-me como um passarinho engaiolado.

- O chefia tem motivos de sobra para ser fissurado nessa ruiva. - Ouço uma voz grossa dizer e sinto minhas lágrimas pingando em meu colo.

- Agora tá explicado toda aquela grana que ele nos deu. - O homem que me arrastou diz. Sua risada debochada embrulha meu estômago e minhas mãos tremem diante de todo medo que estou sentindo.

- Se ele não tivesse feito tantas exigências, eu me aproveitaria dessa beldade. - Ouço uma terceira voz dizer e sinto-o roçar sua perna na minha. Afasto-me assustada, mas meu corpo bate em outra pessoa e sinto-me encurralada.

- Fica tranquila, mina, não vamos te fazer mal. - A fala do homem que está ao meu lado direito não me acalma, mas piora meu estado interior porque não sei para onde estou indo, e nem quem está por trás disso.

Meus pensamentos me levam até Mattheus e meu maior medo é não saber qual será sua reação quando não me encontrar. Meu choro é silencioso enquanto os três homens ao meu redor falam de bebidas e cantam músicas vulgares. É como se meu corpo fosse teletransportado para outra dimensão aonde isso que está acontecendo fosse normal, mas sei que não é.

O carro continua seguindo seu curso enquanto gargalhadas são entoadas. Meu choro cessou, e o único sentimento que está corroendo meu interior é o medo por não saber o que me espera assim que este carro parar.

Autor de Recomeços - Trilogia Autor #2Onde histórias criam vida. Descubra agora