Capítulo 34 - Sobre decisões e confusões

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Sinto o suor escorrer pelas minhas costas, enquanto a raiva e as lágrimas batalham entre si tentando vencer essa guerra

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Sinto o suor escorrer pelas minhas costas, enquanto a raiva e as lágrimas batalham entre si tentando vencer essa guerra.

Por toda minha vida, escolhi viver agarrado à dor. Revivi o meu passado diariamente e tentei lutar contra a fraqueza das lágrimas que sempre tentavam se apossar de meu corpo e minhas emoções... Eu sempre perdia. No final do dia, sempre era a mesma coisa: Eu, com o quarto quebrado, rosto inchado de choro, cortes com sangue pelo corpo, junto com bebidas e drogas por todo meu organismo.

A dor se tornou minha companheira, ela, junto com a raiva, andavam juntas acabando com todo meu psicológico fud5#0. Porque até sobre as coisas que eu deveria ter controle, como minha mente, eu não tinha.

Agora estou aqui, na frente de uma estranha, com as lágrimas escorrendo pela face, com a raiva no punho de minha mão que está fechada e com o dilema de aceitar ter meu passado revirado para encontrar um jeito de voltar a viver. Porque tudo o que eu fiz em minha vida não foi viver, mas apenas sobreviver.

Minha vontade é gritar com todas as minhas forças que sim, eu quero viver, mas tenho tanto medo da vida. Tenho medo de sofrer tudo novamente, de me perder na linha tênue entre tentar melhorar ou voltar a ser o homem f7d5d0 que eu era e ainda sou. A cada passo que desejo dar lembro, das vezes que fui partido ao meio, das vezes que meu coração sangrou tanto que pensei que morreria de hemorragia. A cada passo que desejo dar lembro do quão danificado eu sou. Será que ainda é possível ter cura para um homem como eu? Um homem que viveu nas sombras dos becos sempre querendo mais um pouco de algo que retirasse a lucidez!?

Penso em toda minha vida e tenho medo de tentar vivê-la. E se, a partir do momento em que eu decidir mudar, eu vier a me afundar novamente entrando em uma bolha de dor e raiva? Se isso acontecer, não sei se terei forças para sair novamente.

Eu olho para trás, para frente e para os lados e tudo que vejo é minha dor. Tudo que enxergo é o meu sangue. E tudo que sinto é a raiva por ter perdido minha vida... Por ter sido vendido pela minha própria mãe.

Mãe. Essa palavra é tão bem apreciada por milhares de pessoas. É uma palavra que as crianças amam falar, pois lhes transmitem confiança e também é um refúgio onde elas se sentem protegidas. Para mim, essa palavra causa mais dor e lembranças horríveis. A cada vez que eu tentava pronunciá-la, eu era massacrado. Meu sangue fugia de meu rosto porque tamanho era o medo da surra. Grande era a dor de não poder dizer a quem me deu a vida, absolutamente nada, pois ela mesmo não permitia. Eu era um comércio onde ela lucrava e podia viver bem desfrutando das regalias que o dinheiro lhe proporcionava.

Eu era um material que ela poderia virar do avesso para tentar extrair o que tinha de valor. Um simples menino era um produto que era vendido como se não existisse vida nele. Era como se eu estivesse morto e pudessem fazer o que quisessem comigo. Ainda lembro de suas palavras falando que eu era o preferido, aquele que dava lucro... Como uma mãe poderia fazer e falar algo assim? Mas eu sou a prova viva que sim, existem mulheres que colocam vidas no mundo, mas não são dignas de serem chamadas de mãe.

Autor de Recomeços - Trilogia Autor #2حيث تعيش القصص. اكتشف الآن