Depois de cinco anos ansiando pela tão sonhada viajem finalmente chegou o dia de nossa partida. Desde nova sempre sonhei em poder transformar vidas através de minha ajuda como médica e como uma filha de Deus, que se prontifica a estender a mão aos necessitados e da apoio aos que perderam esperanças.
Sempre assistia muitos filmes e lia muitos livros. Geralmente quando a mocinha protagonista ficava doente ou engravidava precisava de um médico para ajudá-la a se recuperar e até mesmo viver. Os coadjuvantes se saíam bem porque sempre tem um parente ou amigo que está doente e precisa de socorro. O filme e o livro "A culpa é das estrelas" é um ótimo exemplo de apoio e amor pela vida, não só como ajuda profissional, mas também mostra que ainda tem chance de conseguir pessoas reais e verdadeiras ao seu lado. Eu me enxergava desta forma: Ajudando pessoas. Resgatando vidas.
Quando contei à minha mãe pela primeira vez que meu sonho era ingressar na área de medicina, ela questionou o motivo para eu escolher uma profissão tão complicada e difícil.
- Por que, minha bonequinha? Você pode ser o que quiser! Só não escolha uma profissão muito perigosa porque aí a mamãe não aguenta as emoções!
Ainda me lembro que dei risada pela forma que ela se pronunciou. Qual mãe nunca fez isso? Sejamos sincersas! Mas aí, quando eu revelei a ela o motivo sua atitude mudou. Expliquei que desde pequena meu sonho era salvar vidas e, desde então, ela compreendeu que este era o meu futuro.
Ser médica.
As crianças geralmente mudam de profissões algumas centenas de vezes no decorrer da vida, mas essa foi a primeira escolha do meu coração e também do coração de Deus.
No início cheguei a duvidar se conseguiria realizar uma cirurgia.
Será que eu não teria medo de abrir um corpo e mexer nele? Mas não!
Tive a plena convicção disso quando em uma aula no ensino médio eu precisei dissecar o corpo de um sapo.
Tudo bem, pode parecer que não tem comparação o corpo de um animal para o de um ser-humano, mas o pertencimento que eu senti nas mãos naquele momento me fez ter a certeza de quê isso era o que eu amaria fazer pelo resto de minha existência.
E hoje, eu realizo minha profissão com êxito e o maior respeito e, acima de tudo, amor.
- Doutora Letícia, a senhora poderia me acompanhar para ver um último paciente antes de ir? - Virei-me para Nora; uma das enfermeiras e sorri concordando.
- Em qual andar? - Questionei pondo o jaleco outra vez.
- É no terceiro. - Disse Nora apertando o botão do elevador.
- Não me recordo de pacientes lá. - Comentei e ajeitei o cabelo frente ao espelho.
- Ele é novo. Patrick, pediu para passa-lo para a senhora. - Sorriu sem graça.
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Autor de Recomeços - Trilogia Autor #2
SpiritualSinopse O sangue escorria pelo ladrilho branco do banheiro. A cor escarlate se misturava na água cristalina no chão, se formando uma gigantesca poça de sangue e sofrimento. O jovem em questão de perguntava: Até quando a dor física sobressairá a dor...