Fechei meus olhos passando as mãos no rosto, me perguntando o motivo de ter sonhado isso. Não tinha sentindo o meu cérebro ter pintado o Justin como vilão, ele não é e nunca vai ser.

Justin.

Tirei as mãos rapidamente do rosto e olhei para o lado colocando minha mão do seu lado da cama procurando por ele, mas estava vazio. Seu lado da cama estava arrumado e frio, ele não tinha voltado desde aquela hora. Passei as mãos no rosto mais uma vez e depois fiz um coque frouxo no meu cabelo disposta a procurar por ele por todo canto da casa. Sei que talvez ele não queira mais olhar na minha cara e talvez ele esteja certo em fazer isso, mas ele tinha que entender o meu lado, em como eu fiquei quando soube e como vou ficar daqui pra frente.

Mas, antes de me levantar, uma gritaria no andar de baixo me assustou. Olhei rápido para a porta e me levantei assim que escutei sua voz. Não me preocupei em sair descalça e só com uma blusa larga, apenas corri pelo corredor, mas meu corpo paralisou assim que cheguei no topo da escada, vendo Chris, Chaz, Nolan, Khalil e Ryan que tinha o braço de Justin apoiado em seu ombro.

- Caralho, porra! ME LARGA! -Justin berrou, empurrando Ryan e cambaleando para trás. - Eu sei andar sozinho nesse caralho.

- Para com isso, dude. -Ryan pediu calmo, andando na sua direção fazendo Justin dar dois passos pra trás cambaleando para o lado.

- Não encosta em mim. -Disse quase caindo. - Eu não preciso deninguém! -Disse embolado. - Ninguém precisa de mim também. Ela disse que não precisa de mim. -Disse a última frase baixo, mas alto o suficiente para eu ouvir fazendo os meninos abaixarem o olhar.

- Você não está bem, Justin. -Chaz disse, fazendo Justin rir. - Vamos subir. Eu te ajudo.

- Eu não estou bem há muito tempo... -Franziu o cenho, apertando os olhos tentando enxergar algo.

- Chaz. -Chaz disse travando o maxilar. - Meu nome é Chaz.

- Certo, Claz. -Disse andando em direção ao pequeno bar que tinha na sala.

Eu estava travada no mesmo lugar sem conseguir me mexer. Era nítido que ele tinha bebido mais do que deveria, era mais que nítido que ele estava bêbado. Eu já tinha visto várias faces dele, mas nunca o vi assim e acho que esse era o motivo de não conseguir descer e tentar fazer algo. Talvez outro motivo foi eu ter falado aquilo tudo para ele mais cedo. Eu realmente não sabia o que fazer. Me doía vê-lo assim, tão frágil e sozinho. Eu posso ter falado várias coisas mais cedo, posso ter descontado a metade da minha raiva e decepção em cima dele, mas o amor que eu sentia e sinto por ele, não diminuiu, talvez tenha até aumentado.

Assim, desse jeito, ele não se parecia mais com o cara que eu me apaixonei, com o cara que me levou para Los Angeles e fez todas aquelas surpresas pra mim, pelo menos não agora, não com a bebida falando por ele. Talvez uma parcela disso seja minha culpa. "Talvez" não, isso era minha culpa, eu disse que não precisava dele, mas como eu não vou precisar se ele era a única pessoa que tinha me restado? Mas isso não quer dizer que o desculpo por tudo que ele fez, por coisas que ele mentiu e escondeu de mim, não tinha como desculpá-lo agora.

Eu tenho noção que não deveria ter falado aquilo tudo, mas não tinha como voltar atrás e mesmo se pudesse, acho que não faria nada diferente. Eu não me considerava errada comparando com as coisas que ele já fez comigo.

E, nesse instante, estávamos nos encarando. Eu já havia descido as escadas tendo atenção de todos assim que ele colocou, pela primeira vez, a garrafa de whisky na boca e bebeu metade da garrafa em questão de segundos.

Paralisados. Era como estávamos agora, paralisados olhando um no olho do outro, esperando que um dois seja corajoso o suficiente para abrir a boca, para dizer algo com intuito ou não de machucar.

Looking For YouWhere stories live. Discover now