O Dia Em Que Eu Conheci Você || CONCLUÍDA

07

Você não tem escolha.

Enviei a mensagem para Adam.

A minha vó havia anunciado no café da manhã que na sexta feira que estava por vir ela gostaria de fazer uma festa aqui em casa. Meus pais concordaram com a ideia. Quando eu era pequena, tínhamos o costume de fazer umas 2 festas desse tipo por mês, mas quanto mais eu crescia mais as festas iam diminuindo. O trabalho da minha mãe ia ficando cada vez mais pesado, e ela quem organizava a maioria das coisas.

Eu não vou ficar mais de 3 horas esperando você escolher um vestido. Podemos marcar alguma coisa para amanhã.

Ele respondeu.

Não! No fim da tarde me espere no parque perto do colégio. Você irá comigo.

Enviei a mensagem e desliguei a tela do celular.

Eu precisaria escolher um belo vestido para aquela festa. Iriam vir ótimas pessoas que a minha avó conhecia. Eu já disse e repito: é importante você sempre passar uma boa impressão.

Faltavam poucos minutos para dar o horário do almoço. Já que os meus pais estão no trabalho, minha avó avisou que íamos almoçar na mesa que tem na parte coberta do jardim. Não era sempre que fazíamos alguma refeição lá. Apenas em momentos que eram para ser especiais.

Enquanto isso, eu tentava pintar uma garota sentada em um banco lendo um livro. Meus fones de ouvido ajudavam na minha inspiração. Era divertido ficar sozinha no meu quarto me distraindo com um lápis na mão.

Muitas pessoas me elogiavam, sem nem ao menos ver os meus desenhos, diziam que eu seria tão talentosa quanto a minha mãe. Eu acho que ela gostaria de ver eu seguindo a sua profissão. Quem sabe, quando ela quiser, eu posso tomar conta do seu espaço de quadros.

Não havia terminado o desenho ainda. Olhei no relógio e já estava atrasada para o almoço. Guardei meus lápis especial de desenho da caixinha amarela e corri para a parte de baixo da casa, indo até a cobertura do jardim.

— Desculpe pelo atraso — pedi, vendo que a minha vó já estava sentada na mesa assim como o Pedro.

— Não se preocupe querida — ela me relaxou. Eu sentei ao lado do Pedro e me estiquei para me servir. — Como estão as coisas? Não conversamos ontem.

— Precisei ficar a tarde fora — comentei, pegando meu garfo e levando um pouco do salmão com molho de ervas até a boca.

— Estava com o Adam? — perguntou. Eu não levantei o rosto para encara-la, mas sabia que ela estava me olhando. — Aonde foram?

— Estava com ele sim. Fomos para a praia — respondi, levantando a cabeça e dando um breve sorriso. A minha perna estava balançando de nervosismo. — Hoje a tarde eu vou sair para ver meu vestido da festa de sexta feira. Devo voltar já á noite.

— Vai com o Adam? — ela perguntou. Pedro deu uma risada ao meu lado e eu o acertei com uma leve cotovelada. — Você deveria chama-lo para a festa, querida.

— Ele não vai querer vir, vó — assegurei, mas ele poderia aceitar apenas para me contrariar. Porém, eu não poderia correr o risco. Um garoto como o Adam em uma festa deste nível não daria muito certo. — Aliás, você disse que seria uma festa com poucas pessoas na mesa de jantar. Não há necessidade de chama-lo.