Eu quero viver um recomeço com você.

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 E se você acordasse tendo plena noção de que tudo o que viveu após os oito anos de idade não passou de um sonho, e que na verdade você ainda é uma criança inexperiente e indefesa?

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E se você acordasse tendo plena noção de que tudo o que viveu após os oito anos de idade não passou de um sonho, e que na verdade você ainda é uma criança inexperiente e indefesa?

Você abriria mão de diversos momentos e não teria como voltar atrás. As coisas teriam escapado do seu controle, os seus amigos não seriam os mesmos e alguns deles sequer existiriam.

Você se sentiria feliz por ter a oportunidade de viver tudo de novo e corrigir os erros cometidos, ou lastimaria?

— Vince, nós precisamos conversar. — esta foi a frase dita por Noora que me deixou com palpitações.

Eu, como amante de filmes e livros, já a li em diversas histórias. O significado costuma ser sempre "não é voce, sou eu" e a única coisa que realmente muda é a identidade de quem a diz.

— Tudo bem. — não respondi nada além disso.

Desliguei o telefone, desci os degraus da escada e fui em direção à porta da frente.
A rua estava bastante quieta, assim como a minha casa, e o simples som do freio da minha bicicleta soou como um grito ensurdecedor.

Eu não quero que ela termine comigo.
Nós começamos agora.
Demos uma chance ao que quer que seja isto.

A casa dela continuava sendo a mesma que eu já havia visitado tantas vezes. Hoje, no entanto, o amarelo do lado de fora parecia um pouco mais desbotado, e sua cadela Phoebe não estava do lado de fora.

Ela não tinha a cadela antes.
Foi algo que simplesmente aconteceu.

— Noora? — bato à porta, mas ela não aparece.

Após alguns tentativas falhas de conseguir a atenção de alguém que estivesse dentro da casa, decido entrar.
Talvez ela esteja no banho.

Desde a volta de Florence, Virgínia e Doug não têm estado em bons lençóis. Noora também tem andado estranha e eu não faço ideia de como modificar essas coisas.
A verdade é que viver permitindo que outra pessoa controle os seus sentimentos é muito cansativo, assim como nutrir lembranças raivosas ou tristonhas por alguém.

— Noora? — tento outra vez, batendo os pés impacientes no chão de forma contínua.

— Aqui em cima. — ouço a voz suave.

Ela vai terminar comigo, e é só nisso que penso à medida que subo a escadaria.
Nunca fui lá um cara muito seguro e pensar que talvez ela me abandone hoje apenas me deixa um tantinho pior.

— Olha, eu não sei o que eu fiz, mas acho que podemos resolver de outra forma. — é a primeira frase que digo ao entrar no quarto dela.

— O quê? — ela está vestindo uma fantasia engraçada de duende. — Resolver o quê?

— M-mas eu pensei que...— gesticulo com as mãos. — Você disse que precisávamos conversar e eu concluí que... que roupa é essa?

— 10 anos! — ela parece empolgada. — Hoje fazemos 10 anos de amizade! Surpresa!

Homeboy - amigavelmente amigável (livro 1).Onde as histórias ganham vida. Descobre agora