| Capítulo IX: Hora de contar uma história |

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O pai era um cuzão preconceituoso?Isto explica o porquê de Delilah ser assim. Ser otário deve estar no sangue da família.

– Depois disso, a busca por Queenie  Harper durou até janeiro de dois mil e dois. Quando dois caçadores acharam ela nos arredores de Springfield. Ela estava vestindo uma túnica azul e nada possuía de diferente. Tirando uma barriga  enorme e uma gestação de seis meses. Era obvio que ela estava grávida.

– Grávida de Azazel?! – Exclamei quase cuspindo todo chá que eu havia recém colocado na boca. Angelic apenas concordou com a cabeça.

– Exatamente, porém, isso não era a única coisa mudada em Queenie. Sua personalidade também estava. Claro, ela sempre foi uma vadia insana, porém agora ela estava maluca de amor, amor por Azazel Baalberith. – A mulher suspirou as palavras. Um misto de decepção, tristeza e raiva em sua entonação. – Quando fomos interrogá-la ela simplesmente falou que o demônio  não tinha culpa de nada, que ele era bom para ela e que  forma que o bebê foi fecundado foi consensual.

– E vocês acreditaram nela? – Ri dando de ombros. Logo tendo minha pergunta respondida por Angelic.

– Não. Mas após alguns exames  tivermos certeza de duas coisas, um, Queenie  não estava enfeitiçada, ela estava certa, tudo que ela fez foi porque ela quis. A segunda era que uma pequena menininha metade demônio, metade caçadora crescia em seu ventre. Um híbrido que acreditávamos que iria matá-la no primeiro mês de gestação.

– Mas não matou.

– Não, ela aguentou os nove meses com força, a criança quando chutava rasgava seus órgãos e quebrava seus ossos, porém, ao mesmo tempo, conseguia a regenerar em poucos segundos.

– E quem era a criança? – Perguntei. A resposta era mais que obvia, porém, minha mente custava a acreditar, eu queria ouvir a confirmação da boca de Angelic, com todas as palavras.

– Luzianna Harper, sua amiga. – Ela suspirou a frase como se estivesse tirando um peso de suas costas. É claro que ela estava, e acabava de jogar ele nas minhas.

– Ela não é minha amiga. – Corrigi apertando minhas mãos tão forte que senti minha palma da mão ser perfurada pelas minhas unhas.

– Eu não quero saber. Jasmim, Luzianna Harper está sob controle, não há nada que você precise de preocupar.

– Nada? Você tem certeza disso. Porque não era nada normal o que eu vi acontecer  hoje. – Falei me levantando e encarando Angelic com raiva, a mulher, ainda com sua expressão impassível de sempre se levantou também, ficando assim alguns vinte centímetros, maior do que eu. Porém, mesmo com sua pose de poder, eu não fiquei com medo. Pela primeira vez em anos, eu não tive um pingo de medo de Angelic. – Eu sei o que vi. Luzianna Harper lutando contra um demônio dentro dela, ou melhor, o demônio era ela. Angelic, eu estou pouco me fodendo para a Corte ou para você, mas eu não quero mais fazer parte disso.

– Jasmim, você precisa completar essa missão.

– Ou o quê? Vocês vão me matar? Eu não ligo, na verdade, eu adoraria morrer. Essa é a coisa que eu mais quero desde que pisei naquela maldita Capa. – Gritei enquanto sentia um nó sendo formado em minha garganta e as lágrimas querendo cair. 

"Nunca chore ou demonstre sentimentos, isso te mostrará fraca e vulnerável, e você nunca deve ser isso." A frase de Constantine se repetia em minha mente.

– Jasmim, me desculpe pelo que Constantine te fez, não tem um dia de minha vida que eu não me arrependa por tudo que ele fez a ti e a meu filho.

– Deixe-me adivinhar... – Interrompi Angelic sem deixá-la terminar suas desculpas esfarrapadas. – Quem foi bom samaritano que convenceu a Corte a deixar uma aberração como Luzia nascer? Quem seria tão maluco e manipulador ao ponto de convencer doze homens à se render as vontades dele?

A Filha Do Caos - saga A Capa livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora