|Capítulo VII: A Garota Harper|

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"Preparado para desvendar o mundo que existe bem a baixo de nosso olhos?"

"Preparado para desvendar o mundo que existe bem a baixo de nosso olhos?"

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– Eles estão certos, eu não sou uma pessoa boa. – Foi a última coisa que disse a Angelic antes de sair pela porta da Capa e nunca mais voltar, ou pelo menos, espero não voltar por agora.

Havia ouvido essa frase por muito tempo de minha vida e demorei bastante para perceber o quão certos eles estavam. Eu sou uma nascida-moroi sem família, com um coração incapaz de amar e uma mente calculista. Fui criada para ser a máquina de guerra de Constantine Skyson e agora com ele desaparecido eu não devia mais nada àquela família

Faz dezoito meses desde minha partida e nada mudou. Eu continuava a mesma Jasmim de antes, um pouco mais livre talvez.

Minha vida era um pedaço de merda? Era. Mas quando não foi?

A noite era de lua cheia. Perfeita para rituais desse tipo, as seis velas queimavam e formavam um círculo mórbido a minha volta, o cheiro de incenso de alecrim – meu favorito, aliás – deixava o ambiente um pouco mais confortável e me ajudava com a concentração. Fechei meus olhos e respirei fundo. Deixei toda a energia ruim se esvair de mim, o que era difícil, já que eu era noventa por cento disso.

– Com esse Feitiço descobrirei a verdade, boa ou má, sem nenhum pingo de falsidade. Com esse Feitiço sagaz, acabarei com essa dúvida voraz. Esse colar... – Abri os meus olhos com cuidado e vi se o colar estava centralizado no círculo. – será meu guia nessa jornada, nenhuma verdade será ocultada.

Uma luz invadiu minha visão. Diversos flashes acompanhados de frases que não podiam ser bem entendidas. Uma dor de cabeça me atingiu, algo comum em feitiços como esse.

– Tudo está indo bem. Continue assim Jasmim. – Me incentivei com um sorriso nos lábios.

De repente as imagens começaram a passar mais rápido do que o possível. Duzentas imagens por segundo. Lembranças que nem eu lembrava existirem. Vozes em diversos idiomas e entonações. Palavras de ódio e amor. Rostos distorcidos. Pessoas que nunca vi na minha vida, ou pelo menos, nunca lembro de ter visto.

Eu volto a realidade.

Um enjoo me atinge. Era como se o Superman me desse um soco na cabeça e um chute na minha barriga. Logo senti o chão de madeira negra começar a ficar perto demais e então, a onda contendo as minhas últimas três refeições saiu de dentro de mim.

– Merda. – Grunhi ainda caída no chão. Sentindo o cheiro mórbido de uma mistura de papinha de neném, cachorro quente e macarrão com queijo.

– Eu disse que isso não iria acabar bem, mas parece que ninguém me escuta nessa casa.

Gerald apareceu no batente da porta. Ainda em sua versão humana, os cabelos longos presos em olhos âmbar com traços do médio-oriente, pele bronzeada e várias marcas pelo corpo, parecendo tatuagens. Símbolos sagrados para gênios. Troféus sobre seus quase cinco mil anos servindo bruxas e demônios de todas as espécies.

A Filha Do Caos - saga A Capa livro 1Where stories live. Discover now