|Capítulo V: Inferno: Bar, restaurante, hotel, loja de artigos para magia e... |

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"Preparado para desvendar o mundo que existe em baixo de nossos olhos? "

Quando acordei, a primeira coisa que fiz foi vomitar minhas últimas três refeições em um balde ao lado de onde eu estava deitada

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Quando acordei, a primeira coisa que fiz foi vomitar minhas últimas três refeições em um balde ao lado de onde eu estava deitada. A segunda coisa foi acostumar a minha visão turva àquele lugar pequeno e cheio de bugigangas que eu me encontrava.

Era um quarto em formato de pentágono, com janelas nas faces menores, cobertas por uma cortina vermelha coberta com fios dourados. As outras paredes estavam cobertas por estantes com livros de tamanhos e cores diferentes e frascos com conteúdos esquisitos, desde cobras em conserva até algo que eu gostava de pensar que não eram dedos humanos de verdade. Na frente dessas estantes, haviam cadeiras e puffs nas cores vermelho, dourado ou laranja. Sempre decorados com desenhos de mulheres, flores, elefantes, estrelas, luas e outros corpos celestiais. Bem ao meu lado, em uma depressão em formato de quadrado na parede, havia a figura de uma mulher.

Parecia de pé diante um trono com encosto circular, uma serpente enrolada em seu corpo, ela completamente nua, com longos cabelos lisos descendo ao seu redor, sem tapar as mamas, mas servindo de moldura para um símbolo cravado em seu peito. Uma meia lua com uma cruz invertida. Ao redor da imagem haviam velas pretas e vermelhas, algumas soltando um cheiro forte de perfume feminino. Em uma taça dourada havia vinho e em um prato do mesmo material haviam frutas como morangos e cerejas, flores vermelhas e uma grande corrente de ouro com um pentagrama.

Reconheci sendo um altar, não muito diferente do que mamãe tinha para a Virgem Maria, mãe de Jesus, em casa, claro, o que aqui havia é uma versão mais macabra e eu não lembro de nenhuma santa assim em minhas épocas de catequese.

Quando finalmente consegui ficar sentada sem sentir tontura. Vi uma movimentação em uma perto da janela, era mamãe, que se agarrava a um terço de cor marrom e sentava encolhida em uma daquelas cadeiras decoradas, parecia rezar Ave Maria com tanta rapidez que não tinha como saber quantas vezes ela repetia aquilo (ou a quanto tempo repetia). Eu estava presentes a falar algo para mamãe quando alguém abriu a porta, assustando-o nós duas.

– Oh! Desculpe, não queria atrapalhar sua reza.

Era uma mulher que não devia possuir mais idade que mamãe. Cabelos enrolados caindo até sua cintura, corpo curvilíneo e pele escura. Seu vestido vermelho tinha a mesma padronagem da decoração do quarto e se mexia a cada mísero movimento da mulher. Quando percebeu meu olhar sobre o dela, sorriu.

– E olhe só quem acordou do seu sonho de beleza. Bom dia!

Pensei que seria educado respondê-la, mas as palavras simplesmente não saiam da minha boca. Olhei para minha mãe, ainda agarrada ao terço, mas olhando diretamente para mim, receosa com os meus movimentos. Quando abri a boca foi para vomitar.

– Olha só o descarrego funcionando. – Riu a mulher misteriosa, a voz de um tom muito bem humorado.

– Roza, o que nós...

A Filha Do Caos - saga A Capa livro 1Where stories live. Discover now