A Filha Escondida Do Olimpo I

Em Volta Da Fogueira

Tempi

Estávamos caminhando, não falávamos muito, mas sei que ele quer falar sobre aquele assunto que ocorreu na Biblioteca. Cheguei em menos de um dia e já me encontro em confusão, como se já não bastasse minhas antigas escolas. Não entendo como é possível tanta coisa ter acontecido em um dia só, até parece que tudo foi planejado meticulosamente. Chega a ser assustador.

- Senhorita Peters. - Disse o Quíron, chamado minha atenção. - Sobre o que aconteceu lá na biblioteca. - Reviro os olhos. Pelo menos a Annabeth poderia ter contato e não deixado isso para mim, penso. - O que aconteceu?

- Não aconteceu nada, Quíron. - Digo, um pouco grossa. Sei que talvez eu tenha que dar uma leve satisfação no que ocorreu, afinal, Quíron é o responsável por mim aqui no Acampamento, pelo menos até eu conseguir me adaptar aqui, mas, convenhamos, isso é chato.

- Não, Senhorita Peters. - Me irrito ainda mais ao ouvir novamente meu nome dessa forma. - Aconteceu algo, sim, Annabeth me contou!

Ele para de caminhar e para na minha frente, me olhando de cima baixo. Confesso que me sinto culpada em ver seu olhar preocupado, sei que ele se preocupa comigo, principalmente depois de saber os motivos das minhas cicatrizes, mas desse jeito não é legal.

- Eu não sei o que aconteceu, está bem, Quíron? - Exclamo, tentando realmente mostrar que eu não entendi o que ocorreu. Não sou de mentir, detesto mentiras, principalmente quando tentem esconder algo de mim, imagina esconder algo de alguém.

- Tempi! - O encaro com os olhos fervendo de raiva. Ele sabe que eu detesto quando me chamam assim, ele já, inclusive, vivenciou isso. Meu olhar o faz recuar, mas logo vejo sua "pose" voltar ao normal.

- Quíron. - Meu olhar permanece o mesmo. - Se queres tanto saber o que aconteceu, fale com a Annabeth. Ela já contou a metade mesmo, se é que não contou tudo.

- Senhorita Peters. - Respiro fundo... Não vou perder o meu controle, penso tentando ao máximo não deixar minha raiva consumir. - Eu sei o que aconteceu lá, mas quero saber o que você sentiu.

- Eu não senti absolutamente nada, Quíron. - Digo, saindo de sua frente indo em direção ao que seria meu Chalé. Ele ficou parado onde estava, mas logo volto a ouvir o seus galopes, vindo atrás de mim.

- Peters. - Sem o "senhorita"... Que milagre! Exclamo. - Desculpe se te pressionei ou algo do gênero. Mas é que eu... - O interrompi.

- Eu sei, Quíron. - Digo, inspirando e soltando o ar logo em seguida, frustrada com que vem acontecendo. - Eu sei. Eu só não quero falar, tudo bem? - Vejo ele sorrir, sentindo-se um pouco culpado.

Andamos por mais alguns minutos, quietos, apenas ouvia-se os corres de cada semideus presente a nossa volta. Um "silêncio", devo ressaltar. Paramos de andar quando ficamos em frente ao que deve ser o Chalé de Hermes. Está gasto, devido aos vários filho que o Deus possuí, as madeiras não estão polidas como os outros Chalés, é mais simples dentre os outros. O que me chama mais atenção neste Chalé é a porta possui o caduceu de Hermes, que, de fato, é realmente bonito.

Quíron para seu galope na minha frente. Seus olhos me encaram e, pelo tremores dele, parece querer me falar algo, mas eu lado receoso resolveu aparecer. Sorrio de canto apenas aguardando o que ele viria a falar.

- Olha... - Ele pensa por poucos segundos antes começar a falar. - Não sei se Grover te falou, mas toda noite, aqui no Acampamento, tem um jantar, onde comemos em "família" e se você quiser ir. É meio que obrigatório ir, por ser uma tradição do Acampamento, mas tenho certeza que se sentiria mais confortável se fosse convidada. - Ele passa a mão na nuca... Estava nervoso. - E também tem a fogueira, onde contamos mitos e também contamos como foi nosso dia.