I live so i love

6.9K 583 151
                                    

N/A: olá humanos!

Camila P.O.V

Estou tentando fazer as contas mentalmente de quantas vezes papai já pegou na mão de Sam e sorriu. Só faz 40 minutos que estamos aqui e ele já fez isso 7 vezes. E não, eu não estou incomodada, só é diferente. E bem, eu também estou com ciúmes. Não do meu pai, mas sim da sensação de poder estar junto da pessoa que gosto.

— Tudo pronto para o grande dia, querida? — Pergunta papai, me olhando de lado, ainda fitando Sam amorosamente. Minha amiga (ou eu deveria dizer namorada do meu pai?) está sentada ao seu lado, de frente para mim, corada até a raiz dos cabelos. Sam e eu já somos amigas há bastante tempo, mas acho que esse negócio de namorar o pai de sua amizade não existe nas cartilhas de amigos.

— Sim. Lucky e eu escolhemos uma roupa e as garotas também. — Faltam exatamente 3 semanas e meia para o baile de formatura. Ele seria realizado antes da colação de grau, o que acho até legal, porque todo mundo parece estar morrendo dos nervos. Eu também estou. Das 4 cartas enviadas por mim, somente uma teve resposta. E foi da Universidade de Boston.

"Irá ser o maior prazer poder contar com sua presença em nosso corpo estudantil, Srta. Cabello."

Ok, eu fui aprovada. E para o curso que queria fazer. Honestamente, estou muito feliz, afinal, é uma das melhores universidades do país, mas por que eu sinto um leve desconforto?

— Lauren já escolheu um vestido? — Dessa vez quem fala é Sam, fitando-me desajeitadamente. Podemos por favor voltar ao normal? Quer dizer, eu realmente não me importo que ela namore meu pai, eu até gosto, mas quero minha normalidade de volta. Sam e eu não nos falamos de uma forma calma e formal.

— Ela disse que iria procurar por um nessa viagem. Mas acho que ela usou isso como desculpa para fugir de mim. — Suspiro triste, pegando meu copo de suco de abacaxi e dando um gole. — Já vai fazer quase 2 semanas que ela viajou e nada. Acho que posso me considerar uma pessoa sem namorada novamente.

— Ah, nada disso! Eu duvido que Lauren tenha fugido de você. Quem seria a maluca que deixaria Camila Cabello? — Brinca papai, e é inevitável não rir. Ele tentou fazer uma voz de descolado, mas não deu muito certo, afinal, era possível notar seu desconforto, o que me causa risadas.

— Talvez, pai. De qualquer forma, não posso fugir desse baile. As garotas me matariam.

O garçom traz nossa comida. Meu prato de peixe com fritas é depositado em minha frente e escuto meu estômago roncar. Fugindo um pouco da rotina, meu pai resolveu que deveríamos fazer algo divertido em seu dia de folga do hospital. Sam também estava de folga, então aproveitamos para sair para comer e ter esse momento. Quero muito poder dizer a ela que estou bem. Que estou feliz por ela. Sam não poderia ter encontrado pessoa melhor, e não, eu não estou puxando saco do meu pai, é só uma realidade. Sofia não pode vir, ela ia fazer uma matéria em um novo restaurante inaugurado em Miami.

— Se você quiser que eu te leve no dia do baile. — Doutor Alejandro me fita com os olhos brilhantes. Ele parecia bem orgulhoso de mim. Parecia que meu pai não conseguia conter a felicidade por ver sua filha mais nova avançar na vida, se tornar uma adulta. E pra falar a verdade, eu tenho medo de me tornar uma adulta. Droga.

— Você não acha que talvez Camila poderia dirigir? — Quem sugere é Sam, me olhando de lado com seu rosto brincalhão. Devolvo o sorriso.

— Camila? Dirigir? Você sabe de quem está falando, querida? — Fala papai, incrédulo.

— Algum problema, pai? — Franzo o nariz. Como todo adolescente americano comum, tirei minha carteira de motorista aos 16 anos, mas nunca senti real vontade de dirigir. Talvez pelo comodismo de ter meu melhor amigo como homem carona. Não sei. Na verdade, eu nunca pensara nisso até Sam sugerir, e agora essa ideia se agarra fixamente no meu cérebro.

My Sexy Listener | Intersexual Onde as histórias ganham vida. Descobre agora