Five Nights At Freddy's 2 : A Última Sobrevivente

Capítulo 19

***Emily***

Tenho que salvar ela!

Pude sentir o bafo das mentiras que saiam da sua boca desde o primeiro momento que começara a falar, mas ainda não queria perder as esperanças. Aquela era a minha melhor chance de achar Angel, depois que a encontrasse tudo voltaria a ficar claro e nós poderíamos descobrir um jeito de escapar daquele lugar. Já havíamos feito aquilo uma vez, não poderia ser muito difícil, a única diferença era que dessa vez todos eles saberiam que nós estaríamos lá, isso definitivamente seria um problema.

- Como vou saber se você não esta mentindo? E se eles estiverem me esperando quando eu chegar lá? - Sabia que não havia sentindo naquelas perguntas, não confiaria em qualquer resposta proveniente daquela criaturinha bizarra, mas precisava de tempo para pensar e não sabia mais como embromar. Sua cara de pelúcia se contorceu de um jeito estranho, sua impaciência estava ficando cada vez mais visível.

- Não vai saber! - ele fala com uma calma na voz que não condizia com sua expressão distorcida - Pelo menos não até estar lá. Eu não farei nada com vocês, mas não falo pelos outros. Vou tentar mantê-los ocupados enquanto você cumpre a sua parte do nosso acordo. Se forem rápidas podem até conseguir escapar. Mas uma coisa eu lhe digo, nunca sairá daquela pizzaria se não deixa-la em chamas antes, me entendeu?

- Pra quê você quer que eu coloque fogo naquele lugar? Não vai acabar morrendo se eu fizer isso? E porque só vamos escapar se a deixa-la em chamas? - Aquilo ainda me cheirava mau, mas sabia que o faria de qualquer maneira - "Nunca vi alguém com tanta pressa pra morrer?" - falo em uma tentativa falha de imitar a sua voz.

- Eu não me importo! - ele diz voltando a transparecer raiva - Já morri a muito tempo, isso que você está vendo é só uma carcaça vazia, uma máquina de matar eu não sou ninguém, só quero recuperar a minha inocência, nem que pra isso eu tenha que morrer outra vez - a convicção em sua voz me deixou impressionada. Ele já havia tomado aquela decisão há muito tempo - e no casso da pizzaria, a que lugar é um loop infinito, se você não destruir o prédio não importa quantas vezes saia dela vocês sempre voltaram para ela.

- Eu vou! - falo por fim. Podia não ser uma decisão muito inteligente, mas no momento eu não estava em posição de escolher. - Quando vai ser?

- Agora! - ele fala estranhamente animado - Só ache primeiro alguma coisa útil para queimar aquele lugar. - Ele esfregava suas pequenas mãos de pelúcia uma na outra enquanto andava de um lado para o outro dando pulinhos de animação enquanto falava - Incendiar aquele lugar pode parecer fácil, em tese, mas na prática pode ser bem complicado. O nosso primeiro problema vai ser o sistema de alarme contra incêndios que Dave instalou na pizzaria durante a reforma. Para a sua sorte eu tive muito tempo para pensar em formas de lidar com qualquer possível imprevisto no percurso. Você poderia usar o carvão da fornalha, mas combustível vai ser mais eficiente. Primeiro você vai ter que desativar o sistema de sprinklers na sala atrás da cozinha, você pode encontrar alguma dificuldade em girar o registro então leve uma chave inglesa só por precaução, ela pode ser útil em outras situações também. Depois você tem que espalhar a gasolina em pontos específicos para que o fogo se espalhe mais rápido, eu não cogitei a hipótese de deixar alguém escapar então teremos que reformular o meu map...

- Para! - interrompo o pequeno e irritante ursinho. Vê-lo andando de um lado para o outro estava me deixando tonta. Ele falava quase tão rápido quanto andava, e suas mãos se mexendo me fez perder a concentração no que quer que ele estivesse falando - Não tem como fazermos isso hoje, é muita coisa para planejar e pelo que eu consegui entender o seu plano até agora tem muitos furos, como por exemplo, como vamos entrar lá sem sermos notados? E pelo que me lembre, a pizzaria não é cheia de câmeras? Vamos que precisar desativa-las, não!? - cruzo os braços, já estava me arependendo de ter aceito aquele acordo.

- Você é a pessoa mais irritante que já conheci! - seus olhos ficam negros e atmosfera do local começa a ficar um pouco pessada. Me preparo para dar outro chute naquele ursinho caso ele avançasse para cima de mim, e desta vez já estava mirando a janela - Mas você tem razão, este plano e falho - ele suspira fazendo tudo voltar ao normal rapidamente.

Fico observando ele confusa, ele não ia tentar me matar?! Raios fracos de luz começavam a invadir o quarto pela janela da varanda fazendo Golden olhar para trás.

- Se Angel sobreviveu a está noite ela com certeza vai esta voltando para a casa agora. Então vamos deixar para resolver o plano outra hora, Angel provavelmente acharia estranho te encontrar no quarto dela sem sua presença aqui - Golden fala calmamente sem desviar o olhar do brilho do sol.

Acho que este urso não bate muito bem dá cabeça, mas ele tem razão, séria muito estranho a Angel me encontrar aqui.

Adentro o quarto ignorando completamente a existência daquele urso idiota. Respiro fundo e fecho os olhos sentindo a brisa leve da manhã batendo suavemente no meu rosto. O céu já começava a ficar mais claro no horizonte e logo o silêncio da noite acabaria.

Por um pequeno instante, consegui me desligar de todos os meus problemas e preocupações. Conseguia visualizar claramente a minha vida nos próximos dez anos. Angel voltaria para casa e continuaríamos nossas vidas como antes, acabaríamos a escola e iríamos para a faculdade, ela de robótica e eu de artes, uma do lado da outra é claro. Continuaríamos indo para a casa de verão da tia dela todas as férias, e dividiríamos um apartamento até conseguirmos nossas casas uma do lado da outra em LA.

Já havíamos conversado sobre isso um milhão de vezes, planejamos cada mínimo detalhe, até mesmo a roupa que usaríamos durante a formatura. Mesmo que Angel parecesse incerta ás vezes, eu nunca tive dúvidas de que aquele seria o nosso futuro. Não conseguia me imaginar fazendo nada sem ela. Mas agora, aquele meu sonhos ideal estava comprometido o que estava me deixando desorientada.

Minhas pálpebras pareciam não querer se levantar. Deito na cama por uns instantes, tentando lembrar qual tinha sido a última vez que eu havia dormido. Não lembro em que momento eu adormeci, mas sei que foi rápido. Durante aquele sono, não houve sonhos nem pesadelos, apenas o silêncio do escuro. Foi o melhor sono da minha vida.