Capítulo 12

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***Angel***

O caminho até em casa foi silencioso e agoniante. Eu não falei nada e ela também não me perguntou, o que foi a melhor coisa que havia acontecido naquele dia.

Chegando em casa eu volto para o meu quarto, evitando que ela mudasse de ideia e decidisse começar a me questionar.

Chego no meu quarto e fecho a porta rápido, como se pudesse me isolar dos problemas atrás dela. Encosto minhas costas na porta e deslizo até o chão suspirando. Fecho os olhos e procuro pensar em coisas boas para tentar esquecer o que havia acontecido, mas quando fechei os olhos só conseguia ver a imagem de Emily jogada ao chão e a desgraçada da mãe psicotica dela, com aquele sorriso falso que eu tanto odiava.

***

Acordo subitamente com um baque na porta. Eu estava tão cansada que acabei pegando no sono sem perceber. O barulho se repete me fazendo acordar de vez.

Merda!

Caminho sonolenta até a pequena varanda que havia no meu quarto e me assusto ao ver Emily atrás da porta de vidro. Ela estava ofegante e parecia preocupada, vestia uma regata branca por baixo de uma jaqueta preta de couro, além de um chortinho esportivo. Ela parecia uma foragida com óculos escuros e boné preto.

- Vai abrir a porta ou vai ficar ai me admirando? - sua voz sai abafada por conta do vidro, mas ainda me faz rir. Abro a porta e puxo ela pra dentro.

- E você? Pretende assaltar um banco com essa roupa? - Eu sorria de um jeito bobo, só o fato de vê-la me deixava feliz.

- Quem sabe? - ela diz com um ar malicioso. Mas logo sua expressão muda e ela tira os óculos revelando seus olhos cheios de lágrimas contidas o que desmancha o meu sorriso - Eu... eu sinto muito... - ela tira a mochila das costas e revela um maço de papéis queimados.

Droga!

- Ela jogou eles na lareira quando você saiu, isso foi o máximo que consegui salvar... - embora sua voz fosse firme, rios de lágrimas escapavam dos seus olhos.

- Não se preocupe com isso - seco suas lágrimas tentando sorrir - Aquilo não significava nada, provavelmente o Alexandre já sabe de tudo isso - sabia que era mentira e acho que ela também sabia, mas aquilo a confortou um pouco.

- Vamos levar isso pra ele? - Ela pergunta secando o rosto com a manga da jaqueta.

- Não sei se vai ser muito útil, mas vamos tentar - sorrio tentando transparecer confiança, mas não sou muito boa nisso - A proposito, sua mãe deixou você vim aqui?

- Não... - ela sorri corando - Falei que ia pra casa da minha tia. Ela me levou até a porta e ficou esperando eu entrar - ela diz suspirando profundamente - Disse pra minha tia que faria compras e pude fugir até aqui - logo seu rosto ficou radiante com o sucesso da sua fuga. Nem parecia que até a alguns instantes ela estava aos prantos.

- E pra que a roupa de gângster? Parece mesmo uma fugitiva - Ela me mostra a língua fingindo estar ofendida.

- Minha mãe disse que ia trabalhar, mas é domingo então eu sei que é mentira. Se ela me visse na rua eu tería ainda mais problemas - Ela parecia irritada, mas falava aquilo de modo indiferente - Provavelmente esta saindo com o namorado idiota dela.

Podia sentir o rancor em sua voz quando ela disse isso. Mas logo sua expressão se suaviza e ela sorri pra mim mudando de assunto.

- Então, nós vamos ou não entregar essas cinzas para o seu amigo policial - via claramente o tom zombeteiro e brincalhão em sua voz - Você nunca me contou como conheceu ele, por quê será? - a malícia em seu olhar era visível, o que me faz torcer o nariz.

Five Nights At Freddy's 2 : A Última Sobrevivente Onde histórias criam vida. Descubra agora