Capítulo 6

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***Angel***

Emily fecha a porta atrás de si, nos deixando no breu. Meus olhos demoram a se habituar a escuridão, e mesmo quando isso acontece só posso ver a silhueta de Emily e um corredor sem fim.

- Tem alguma lanterna aí? - Emily pergunta enquanto tateia pela escuridão. Era óbvio que eu não havia trago um lanterna, eu ia para uma pizzaria em plena luz do dia, não imaginava que podia ficar tão escuro.

- Não, eu não trouxe uma lanterna - falo com arrependimento por não ter pensado nessa possibilidade.

- Usa o Flash da Câmera - quando me encontra, Emily agarra firmemente o meu braço, como se eu fosse fugir se ela soltasse.

Pego a câmera do policial e procuro alguma opção para deixar o flash ligado, mas só dava pra fazer isso se eu começasse a gravar.

- Então por que ainda não começou a filmar - Emily fala quando digo isso a ela.

- O Alexandre só me deu uma bateria, se isso acabar não teremos como filmar o porão.

- E o que sugere que façamos? Engatinhar por aí até dar de cara com o porão? - eu não podia ver o rosto de Emily, mas tinha certeza de que estava apavorada. Sua mão apertava o meu braço com tamanha força que ele estava começando a ficar dormente.

- Vou tirando fotos para vermos o caminho, assim não gastamos tanto a bateria - isso seria complicado.

Posiciono a câmera e tiro o a primeira foto, o flash não dura muito e acabo não vendo nada só um clarão branco.

- O que era aquilo no fim do corredor - Um arrepio atravessa a minha espinha juntamente com as palavras de Emily. Emily me olha de um jeito estranho e do nada estoura em risadas

- Eu estava zuando sua boba. Mas você tinha que ver a sua cara - ela fala meio sem fôlego ainda entre gargalhadas.

- Emily! Não teve graça - falo zangada.

- Teve sim - Emily fala ainda rindo.

Um baque ao fim do corredor interrompe o sorisso dela. O meu coração acelera em um ritmo que chego a pensar que ele vai estourar. Um silêncio se prolonga pelo corredor.

Ergo a câmera exitante, o flash percorre o corredor com um "click". Nos milésimos de segundos em que o flash iluminou o local, pude ver uma silhueta no fim do corredor.

- Viu aquilo? - Susurro para Emily.

- Aquilo o quê? Eu não vi nada - Emily fala se aproximando mais de mim.

Tiro uma segunda foto, mas dessa vez o corredor se estende vazio com nada mais que cartazes cobrindo suas paredes de modo desordenado e o ar quente cheirando a pizza que vinha da cozinha.

- Tá bom, troco recebido. Eu te assustei você me assustou, estamos quites. Agora vamos terminar logo o que vinhemos fazer aqui - Emily fala ainda agarrando o meu braço.

Respiro fundo e continuo o caminho prestando atenção a cada passo que dava.

A cada flash da câmera, mais do corredor era revelado para gente. Dou a camera para Emily e tateio a parede procurando alguma fenda conforme nos aproximavamos do local da imagem.

A parede está empoeirada, deixando rastros negros em meus dedos. Vários desenhos coloriam a parede. Eles ficavam mais bizarros a cada flesh, alguns pareciam até mudar de posição.

Um desenho em particular chamou minha atenção. Não era o mesmo desenho do vídeo, mas era muito familiar, como um Déjà-vu. Nela duas crianças choravam de mãos dadas, uma menina com um urso de pelúcia e um menino com uma cicatriz no olho.

Meu coração da um solavanco tão forte que chego a pensar que vou infartar. Emily tira outra foto, mas o desenho não está mais lá. Lágrimas transbordam dos meus olhos enquanto meu coração continua batendo forte. Respiro fundo e engulo o choro, não queria que Emily me visse assim, tão exposta.

Meus dedos continuam raspando na parede com um som áspero que ecoa sinistramente pelo corredor. Minha mão para quando sinto uma falha no sentido da parede, não parecia uma porta, mas com certeza havia algo ali.

- Achamos! - Emily diz quando seu flesh ilumina o cartaz na parede, o mesmo do vídeo.

- Me ajude a tirá-lo - falo enquanto rasgo uma ponta sem o menor remorso.

Emily agarra uma ponta e tira o cartaz inteiro em um único puxão.

- Mais fácil, não acha? - Não posso ver muito bem o seu rosto, mas sei que está sorrindo.

- Tanto faz - falo irritada com toda aquela tranquilidade dela - Me de a camera! - algo estava me deixando inquieta e impaciente.

Emily percebe minha irritação e resolve devolver a camera em silêncio, mas isso só me deixa mais irritada. Puxo a camera de suas mãos e tiro uma foto. Um papel de parede cobria de modo desleixado a parede. Embora sua coloração fosse a mesma da dos azulejos, a diferença era evidente.

Passo a mão por cima sentindo o vazio do outro lado. Empurro a porta que se abre com um rugido, uma fraca luz se acende no final da escada revelando a metade de degraus de metal já marrom por conta da ferrugem de anos.

- Isso não me parece muito seguro - Emily fala se erguendo um pouco tentando ver por cima de meus ombros.

Devagar, deço os degraus, que a cada passo que dava pareciam que iriam desabar a qualquer momento. Emily segurava o meu braço cada vez mais forte, provavelmente também com medo de cair.

Vamos dizer que o porão não é um dos lugares mais confortáveis para se estar, principalmente no escuro. Emily tira uma foto a cada degrau que descemos, nos dando uma ampla visão do porão.

Parecia um ferro velho com montanhas de peças quebradas e partes inacabadas de animatronics.

- Ótimo - resmunga Emily - Como vamos incriminá-lo agora?! - ela cruza  os braços insatisfeita.

Ando alguns passos pelo local empoeirado, os olhos sem vida dos animatronics pareciam me seguir pela sala. Paro no meio da sala e tento enxergar aonde ela terminava.

A porta do porão se fecha fortemente no topo da escada. Emily corre sem ligar para os degraus se desfazendo em seus pés.

Uma risada infantil faz-me virar imediatamente a tempo de vez dois pares de olhos brancos ermergirem da escuridão.

- Fim de jogo - a luz se apaga assim que a criatura fala, deixando sua risada ecoar pela sala.

Five Nights At Freddy's 2 : A Última Sobrevivente Where stories live. Discover now