Five Nights At Freddy's 2 : A Última Sobrevivente

Capítulo 9

***Emily***

Estico a mão na direção do armário. Não sabia o que havia lá mas tinha certeza que ficar parada esperando não ajudaria.

- Eí, Emily! - sussurra Angel aterrorizada - Vamos embora, já pegamos o que precisávamos - Angel se aproxima e me puxa pelo braço, ela parecia realmente desesperada.

Não tiro os olhos do armário, seja lá o que estivesse lá dentro, eu precisava saber, não podia deixar nada pra trás... não de novo. O barulho recomeça ainda mais alto e estridente me fazendo recuar alguns passos, esbarrando na Angel.

- Aí! Você pissou no me... - o barulho se interrompe com o grito dela. Ecaramos o armário prendendo o fôlego. Angel firma suas mãos em meu braço me puxando - Vamos! - sussurra ela autoritária.

A porta do armário se rompe com um estrondo. Uma silhueta salta sobre nós, me fazendo recuar de novo e acabo tombando com Angel no chão. Encolho meus pés e elevo o tronco para encarar a figura no chão a minha frente.

Era um animatronic, parecido com uma raposa, rosa e branco, mas estava todo quebrado, e se arrastava no chão, agarrando-o com suas garras e se puxando na nossa direção com um grunido animalesco. Grito assustada tentando recuar, mas não dava com Angel atrás de mim.

Ela põe uma mão em minha boca e o usa o outro braço para puxar meu corpo. Sou arrastada enquanto me debatia em busca de ar. Angel para agachada atrás do monte de peças e encara seria através delas enquanto continua com sua mão em minha boca e seu braço envolvido em meu corpo me apertando contra ela.

Pude sentir seu coração batendo acelerado enquanto ele afrouxava sua mão em minha boca ao perceber que meu rosto havia ficado corado pela falta de fôlego, mas continuou a me abraçar forte enquanto encarava as figuras por um fresta.

Livre do aperto em minha boca, sigo seu olhar através das peças. Duas figuras conversavam alvoroçadas, com a luz que emanava da entrada do porão, pude ver quem eram: Um era o urso amarelo que falara conosco a alguns minutos e o outro eu não sabia quem era, parecia muito fino pra ser um animatronic.

- ... ela que estava fazendo todo esse barulho? Estranho, ela nunca fez nada desse tipo.

- Eu sabia que ela era problema. Vamos, me ajude a levantar esse armário - a figura se movimenta com mãos finas, mas ágeis e fortes, recolocando o animatronic dentro do armário e fechando-o.

Percebo o olhar triste de Angel quando estes passam pelo urso enquanto ele levantava o armário. Suas mãos me apertam com mais força me fazendo arfar, mas ela me solta logo em seguida ao perceber. Ela apoia suas mãos no chão, de joelhos, enquanto lágrimas escorriam pela sua face e pingavam perto dos seus dedos. Ponho a mão em seu ombro tentando consola-lá, mas não sabia o que dizer pois não sabia porque ela estava chorando.

Vejo as duas figuras entrarem na sala e percebo uma oportunidade única. Pego Angel pelo braço e levo ela pras escadas rápidamente e silenciosamente, sequer olho para a porta, com medo que algum deles pudesse sentir meu olhar.

***Angel***

 Mesmo já estando na rua continuava correndo, só paro quando chegamos perto da escola. Paro, deixando o ar arder no meu pulmão. Emily vinha logo atrás, ofegando e suada. Ela para do meu lado apoiando suas mãos nos joelhos.

 - Pra onde... estamos... indo? - Emily se senta na calçada enquanto tentava recuperar o fôlego. Eu não estava tão melhor do que ela, mesmo parada meu corpo implorava por ar, que entrava rápido e gelado me fazendo sofrer a cada suspiro. O vento soprava frio e a noite estava incrivelmente gelada, mas a adrenalina no meu corpo me impedia de senti-lo com tanta intensidade.

 - Eu... não sei - falo desorientada, olhando para os lados como se não soubesse bem onde estava - Que horas são? - não tinha a menor noção de quanto tempo ficara naquela pizzaria, mas já devia ser tarde.

 - Ah Droga! Minha mãe vai me matar! - Emily fala enquanto procurava algo nos bolsos - Acho que perdi meu celular - ela faz biquinho enquanto me encara - O que acha de voltarmos pra procurar? - Emily mau conseguia segurar o riso por trás da sua cara de cachorro abandonado.

 Só a Emily pra fazer piadas em um momento como esse. 

 - Vamos pra sua casa - falo ignorando totalmente sua pergunta - Não quero que minha tia pergunte onde nos est... - paro de falar ao lembrar da fita. Coloco a mão sobre meus bolsos, mas não encontro nada, devia ter deixado cair quando Emily me derrubou - Merda! Passamos por tudo isso a toa, eu deixei a fita cair! É tudo culpa sua, se não tivesse sido tão teimosa...

 -  Quem disse que aquela fita tinha alguma prova? Talvez não tivesse nad...

 - Mas era a nossa melhor chance,  e você estragou tudo! - Emily se levanta com um olhar ofendido, mas com um sorriso no rosto.

 - Acho que não... - fala tirando um papel meio amassado do bolço e levantando-o no ar, fazendo com que a manga da sua camisa se abaixasse e revelando suas feridas. Mas meus olhos não saiam do papel levemente alaranjado nas mãos dela - aqui esta a sentença de Dave. 

***Puppet***

 Encaro desconfiado aqueles dois. Trocavam olhares nervosos o tempo todo o que me deixava ainda mais irritado.

 - Vamos lá pra cima, o Dave deve estar querendo uma explicação pra todo esse barulho - Golden fala apreçado, se virando pra sair antes mesmo de acabar de falar. Spring vai logo atrás, sem falar nada.

 Observo o espaço ao meu redor procurando algo, embora não soubesse ainda o que era, mas desisto antes mesmo de começar. O que quer que eles estivessem aprontando eu não me importava, já tinha problemas demais pra se preocupar.

 Me dirijo a porta impaciente com o tempo que perdi, mas paro quando algo vermelho no chão próximo a porta chama a minha atenção. 

 Sangue?!

***Emily***

 O caminho até a minha casa é silencioso e desconfortante. Ter pegado a misteriosa ficha criminal de Dave tinha acalmado os péssimos humores de Angel, mas ela estava muito pensativa, o que me deixava um pouco preocupada.

 - O que acha que ele deve ter feito? - pergunto tentando quebrar aquele silêncio. A noite estava gelada e o vento batia forte em meus pulsos cortados o que me fazia morder a língua, mas não queria deixar que Angel soubesse o quanto estava doendo. Ela poderia se sentir culpada e a última coisa que eu queria era deixa-la mais preocupada.

 - Eu não sei, mas com certeza deve ser algo horrível pra ele querer esconder assim -  Angel fala ainda absorta em pensamentos.

 -  Mas de que adianta ele fazer isso? Aquilo deve estar arquivado nos computadores da delegacia, não é? - Ele não devia ser tão esperto assim se acha que roubar alguns papeis velhos iria limpar sua barra.

 - Talvez seja antiga, faz pouco tempo que a nossa delegacia ganhou computadores. Talvez não esteja no sistema - Angel não tinha certeza, podia sentir a duvida transparecer em seu tom de voz. Alguma outra coisa a estava preocupando...

 Chegamos na frente da minha casa. Fico parada, hesitando. Havia falado para a minha mãe que dormiria na casa da Angel. Não sabia que desculpa daria por estar voltando àquela hora. Levanto a mão para a porta, mas antes que pudesse tocá-la ela se abre sozinha. Minha mãe aparece de pijama com o celular no ouvido.

 - ... sim, muito obrigada. Elas já chegaram, depois a gente se fala, tchau... - ela desliga o celular e nos encara com um olhar sério e repreensor - Alguma das duas poderia me explicar o que estavam fazendo na pizzaria do meu namorado?