Five Nights At Freddy's 2 : A Última Sobrevivente

Capítulo 4

*** Angel ***

Por mais que o tempo tenha passado o Deve não mudara em nada, e isso me assustava.

- Posso ajudá-las? - Ele pergunta novamente, de um modo menos gentil que da última vez.

Serro os punhos, lutando contra a minha vontade de sair correndo.

- Nós queríamos uma mesa - Emily toma a dianteira quando percebe o meu nervosismo.

- Claro, por aqui por favor - ele da um sorriso e nos guia pela pizzaria, mas no meio do caminho ele para e olha para mim - não conheço você de algum lugar?

Minha respiração acelera e minha boca fica seca. Tento falar algo, mas só sai um ruido engasgado o que faz minhas pernas tremerem de medo. Mesmo assim continuamos a seguí-lo.

- Ah! Todo mundo conhece ela - Emily fala tomando novamente a dianteira - Ela é modelo infantil desde os 7 anos de idade, provavelmente à viu em um comercial ou em uma revista, ela é uma estrela.

Respiro fundo e tento agir naturalmente. Aquela desculpa era péssima, mas serviu bem.

- Eh... a Emily está exagerando um pouco, mas sou mesmo uma modelo - falo com tanta convicção quanto me foi possível.

- Muito bem, modéstia é um dos pilares do sucesso - Ele fala dando uma risada seca e sem emoção - Mas as vezes um pouco de ousadia é sempre bom para sair vitorioso - uma mesa em frente ao palco foi desocupada e ele nos guia até ela - Agora tenho que ir, o público me aguarda, mas vou deixá-las em boas mãos - ele abre um sorriso esquisito e olha na direção dos garçons - Vicent!

***Emily***

  Esse nome chega a mim como um soco no estômago, acompanhado de uma memória amarga de dias passados. Angel parece igualmente chocada com olhos fixos no nada e o corpo rígido sentado a cadeira.

Flashback on

- Fadas mamã! Eu quero fadas não princesas - falo puxando a saia dela.

- Ah, fala sério! - Lucas fala se afastando aos resmungos.

- O tema será fadas - minha mãe repete o nome para um cara qualquer no balcão da pizzaria - Na última festa de aniversário que fiz aqui, a do meu filho, tiveram algumas crianças que literalmente tocaram o terror. Não quero nenhuma confusão na festa da minha Emily - mamã fala olhando carinhosamente para mim.

- Não se preocupe dona, o nosso segurança ali vai tratar para que isso não se repita.

Mamã e o cara continuam a conversar enquanto eu me distâncio para explorar o lugar.

Me aproximo do palco curiosa vendo os grandes animatronics que jaziam ali parados. Me lembro do aniversário do meu irmão quando vi aqueles mesmos animatronics cantarem para as crianças. Agora desligados eles pareciam diferentes, meio sem vida.

- Gosta deles? - uma voz atrás de mim me surpreendente. Um homem alto e esguio com um uniforme roxo encara de modo enojado os animatronics. Seu uniforme amassado e um ar cansado davam-lhe uma aparência moribunda. Com dentes amarelados e faltando, um nariz enorme e olhos de lagarto.

- Um pouco - falo baixinho - Eu sou Emily, e o senhor? Quem é?

- Ah, que falta de educação a minha - ele fala com um sorriso sarcástico - Muito prazer Emily, sou Vicent, o segurança da Pizzaria Freddy Fazbear's - ele fala demonstrando falso interesse.

- Você viu meu irmão por aí? - pergunto tentando mudar de assunto.

- Ele deve ter ido ao banheiro... ou foi comido por um animatronic - ele fala em um tom malicioso.

- Não teve graça - mostro a língua pra ele e saio correndo de volta para a minha mamã no balcão. Aquele homem me dava medo...

Flashback off

- Vicente! - repete o Deve de modo impaciente.

O mesmo garson sarnento que havia nos dado o capcake aparece em meio as mesas com um sorriso de cavalo. Seu nariz era ainda maior do que o do Vicent e sua cara era achatada, dando a ele um ar débil.

- Sim chefe - o garoto fala cuspindo. Sua língua parecia estar grudada nos dentes pois falava de um modo esquisito. E para piorar sua voz parecia com a de um bode. Ele não parecia ter mais do que 19 anos.

- Vicente é filho de um grande amigo meu - Diz Dave se explicando - É um pouco lerdo, mas trabalha bem. Ao menos é obediente, diferente do pai - ele fala meio amargurado - Vicente! - ele volta a se dirigir ao garoto que sorria com aqueles dentes enormes para o nada - cuide das nossas clientes aqui, elas são minhas convidadas de honra - Vicente põe a mão na cabeça em posição de sentido, mas logo seu sorriso idiota volta ao rosto - Com licença - Dave se retira nos deixando sós com o garçon sarnento.

- Vou trazer o cardápio - ele fala e encara as duas como se esperasse uma resposta, mas logo sai correndo

- Vamos, é nossa chance de fugir - Angel fala já ficando de pé.

- Não, não. Agora já era, eles já sabem que estamos aqui - falo baixo o suficiente para só ela ouvir - Temos que jogar o jogo deles. Você ainda está com a câmera?

- Sim por quê? - Angel volta a se sentar e tira a câmera do bolso atrás da jaqueta. A câmera não era tão grande, mas suficientemente chamativa.

Pego a câmera dela e procuro o vídeo que o policial havia feito. Silêncio o vídeo e vou colocando frente.

- Pare - Angel, que havia se aproximado para ver também, fala e eu tenho que voltar um pouco - é aqui, esse é o cartaz/desenho que temos que procurar - ela fala apontando para o vídeo pausado na parte em que o policial passa reto pelo lugar.

- Que câmera bonita, posso ver? - me viro para trás assustada e Angel pega a câmera voltando a colocá-la dentro da camiseta.

- É do meu pai - Angel se apreça em dizer - Ele é fotógrafo. Peguei emprestado para tirarmos algumas fotos com os animatronics.

O garson coça o queixo de onde pequenos pentelhos ruivos cresciam desordenadamente.

- Aqui está o cardápio - ele joga um pequeno folheto mau formulado sobre a mesa e saí para atender outras mesas.

- Vamos - Angel se levanta outra vez, mas eu permaneço sentada - O que foi agora?

- Estamos na mesa bem a frente do palco, se saírmos agora, não só todos iram ver como também as câmeras de segurança - falo cabisbaixa já sabendo o que teríamos que fazer.

- Então? O que vamos fazer? - Angel fala olhando em volta procurando as câmeras pelo local.

- Só uma de nós pode ir, se vierem perguntar algo podemos dizer que a outra foi ao banheiro ou algo do tipo - Angel fica subitamente séria.

- Não! Não vamos nós separar - Angel fala de modo autoritário - Juntas temos alguma chance de fazer isso, mas separadas... É uma sentença de morte!

- Alguma ideia melhor? - pergunto já irritada com a petulância dela. O pior de tudo era saber que ela tinha razão.

Angel encara o palco pensativa e depois olha para mim com um sorriso que me deixou um pouco assustada.

- Garçon! - ela chama sacudindo a mão.

- Está doida? O que acha que está fazendo? - pergunto entrando momentaneamente em pânico.

- Vou pedir uma pizza - ela fala com um sorriso inocente.