Capítulo 32

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Gabriel

Me jogo na cama e fico encarando o teto. Eu sabia que se ficasse mais cinco minutos naquele quarto, as coisas iriam sair do controle, a tensão sexual tava muito grande. Eu ia, mas ela pediu para abrir o vestido. Serio? Ela foi tão inocente a esse ponto? As vezes acho que ela não bate bem da cabeça. Percebi que não depois que tentei falar alguma coisa e ela me mandou calar a boca. Ousada, eu diria. Aquilo só me excitou mais ainda. E deu no que deu. Perdi o controle, fiz besteira e agora o contrato esta feito. Agora minha vida esta ligada a de um monstro que eu antes deveria matar. Monstro, essa palavra meio que parou de fazer sentido desde ontem, quando confessei aquelas coisas.

Encaro minha mão elevada no ar e encaro a tatto com um símbolo do infinito. Coisa que percebi quando estava na farmácia, comprando o bendito remédio. Ainda tive de lidar com o dono do local, enxerido, que ainda disse que ser pai é uma coisa maravilhosa e que ele estava torcendo pro remédio não fazer efeito. Quase dei um soco nele? Claro, mas não o fiz, era um velhinho, não podia. Ele era humano, se fosse um deles, quem sabe, talvez.

Meu corpo nunca reagiu a nenhuma garota que fiquei, como reagiu junto ao dela. A sincronia, as sensações, tudo, exatamente tudo diferente e muito melhor. Preciso conversar com ela sobre o lance do contrato e perguntar se essa tatto tem algo a ver com o povo dela. E também pedir para ela não se transformar mais, tipo nunca, pois não quero mesmo sentir como é a sensação.

Fecho os olhos lembrando de cada parte da nossa noite. Percebi que exagerei nas marcas nela quando ela sentou na cama, constrangida pelo que tinha acontecido. Eu até iria me vestir e ir embora, mas ai lembrei de que não nos protegemos e precisava saber o que iríamos fazer. Eu não quero nunca que o pai dela descubra isso, se ele me intimida sem eu ter feito nada, imagina se souber, ele vai andar com aquela arma apontada para mim o tempo todo. O que me faz lembrar na marca no pescoço dela, quando ela saiu do banheiro de cabelo preso. Que ele não veja aquilo.

Olho o relógio, vejo que ja esta de tarde e nada dela. Conhecendo ela como conheço, deve estar em casa, morrendo de vergonha. Ou até achando que tirou proveito de mim, por estar bêbado, ela imagina umas coisas muito nada a ver as vezes. Agora que ja fizemos a besteira, que foi uma besteira prazerosa, não podemos culpar ninguém e agora, bola para frente. Vamos ver como as coisas vão suceder daqui para frente. Se ela quisesse continuar fazendo isso sempre, quem sou eu para negar.

Pego a sacola, coloco no bolso da calça e saio da cabana. O Banguela que estava dormindo se levanta e logo esta em posição para que eu suba.

- Me leve até a ruivinha - Falo e assim ele faz.

Levanta vôo e logo estamos no ar, porém ele não vai em direção a casa dela, ele segue mais floresta a dentro. Não entendo muito, até que vejo o cabelo vermelho dela, la em baixo. Ele começa a descer e me aproximo. Após um breve diálogo, vejo que era realmente o que eu imaginava. Paranóias de mais naquela cabeça ruiva. Ela até chorou e pediu desculpas. Até fiz uma brincadeira com ela, tentando vê se ela melhorava o humor. Dei a ela uma bela noite de sexo, ela devia estar feliz e não depressiva.

Ela bebe o remédio com a garrafa de água que eu havia comprado e decido puxar assunto.

- Você se arrependeu? - Pergunto e ela faz que não. Ela era virgem, foi sua primeira vez, eu não sei como funcionam essas coisas. Nunca passei por isso e bom, antes eu não ligava. Agora, la no fundo, eu me importo, la no fundo mesmo, com ela. Deve ser o lance do contrato e essa marca.

- É que eu pensei que você ia ficar com raiva de mim - Diz e vejo suas bochechas corarem. Por Richard, querer levar ela para a cabana e querer mais sexo. Me torna um tarado? Acho que não, ou sim - É que você estava meio bêbado e eu não. Ai eu imaginei.

Flecha do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora