🌊 Ondas Suaves 🌊

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Dias calmos, pacatos, ondas suaves.
Mansidão, delicadeza, ondas suaves brisa marinha, maresia, ondas suaves
Paz marina, gosto de vida, e as ondas suaves

Mansidão, delicadeza, ondas suaves brisa marinha, maresia, ondas suavesPaz marina, gosto de vida, e as ondas suaves

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Já faz um mês que estamos aqui. Vovó não poderia estar mais feliz, ela parece amar cada simples detalhe deste lugar. Nunca a vi tão sorridente, voluntariosa e vibrante. Parece até que rejuvenesceu, sabe? A pele está com mais viço e os olhos brilham como se estivessem sorrindo, e está sempre corada. Eu fico muito feliz de poder ver minha avó assim tão à vontade, tão satisfeita.

Tia Rosa, é dona de um restaurante beira mar no Saco da Velha, aqui em Paraty, então ela acabou transferindo sua casa pro quiosque, e agora vive a mercê do turismo, o que é uma coisa boa. Sempre há tanta gente, música boa, e casos. Tantas vozes debatendo tantas coisas. Tantas pessoas diferentes todos os dias discutindo sobre a rotina, o cotidiano, as intrigas familiares, as novelas, o futebol...

Tio Mário, é pescador e adora o que faz. Passa horas em sua canoa acompanhado apenas da sua velha amiga: a rede. De vez em quando aparece alguma ou outra gaivota tentando dizer alguma coisa. Sempre dou risadas quando ele diz que estava conversando com elas. Vê se pode? Ele fica conversando com as gaivotas! De vez em quando eu fico imaginando o que as gaivotas poderiam dizer a ele. Será que elas poderiam falar sobre alguma ilha distante e perdida no meio do mar, sobre um continente desconhecido ou quem sabe talvez elas estão dando dicas ao titio sobre qual é o peixe mais saboroso desta região.

Meus tios tem uma filha, Sophia, mas ela passa grande parte do tempo na casa de amigos, então ainda não nos vimos pessoalmente. Eu me recordo dela pelas fotos e também porque todo mundo sempre está a falar de como ela é extremamente bonita. Fico curiosa mediante a tudo isso.

Apesar de fascinada, ainda não me acostumei. Toda esta rotina dos bares, estes mesmos lugares, a boêmia sem razão de ser; tudo isto é muito novo pra mim. Não tenho amigos aqui e ainda não tive oportunidade de conhecer as praias, nem mesmo a do quiosque. Dá pra acreditar? Mas é que desde que cheguei eu estou sempre fazendo algo. Seja anotando, seja servindo de caixa, cozinhando ou varrendo, mas não vejo isso de todo um mal, afinal, é um ambiente calmo. Durante o dia escuto o mar, tentando me contar alguma coisa; talvez me chamando para conhecê-lo; a festança dos pardais e canários e o soprar do vento nas árvores que dança sutilmente com suas adornadas copas floridas. À noite sempre tem alguma banda ou algum saxofonista performando seu som e quando não tem, Tia Rosa coloca na vitrola um disco de jazz ou Bossa que era do meu avô. Ela sempre diz com muito orgulho que herdou a coleção de discos mais invejável do mundo.

Os primeiros dias aqui foram calmos, livres das ondas revoltas. Claro que eu sentia saudades da minha vida em Búzios. Mas o que me resta se não apenas deixar que a vida me leve para algum rumo?

 Mas o que me resta se não apenas deixar que a vida me leve para algum rumo?

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