Capítulo 29 - Gabriel

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Este capítulo é narrado por Gabriel para que vocês o conheçam e se apaixonem por ele como eu sou.


Estou no comboio indo para casa de Claudia, não sei o que vou sentir ao chegar lá mais eu precisava ir e comprovar que minhas suspeitas estão certas

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Estou no comboio indo para casa de Claudia, não sei o que vou sentir ao chegar lá mais eu precisava ir e comprovar que minhas suspeitas estão certas.

Sou o filho caçula, minha irmã tem quatorze anos e atualmente está de cama por minha culpa. Eu tenho uma péssima mania das pessoas me pedirem as coisas e eu não fazer logo e isso aconteceu no dia do acidente em que minha mãe e minha irmã se machucaram.

- Gabriel? Está tudo bem? - Pastor Mateus pergunta, ele fez a gentileza de ir me buscar, já que eu não posso vir só.

- Está pastor. - digo e volto a olhar pela janela. - Está longe? - pergunto.

- Não, vamos já descer e pegar a carruagem para lá, visto que ainda não passa trem na nossa cidade. - engraçado como em todo momento ele age como se eu morasse lá ainda.

- O senhor não nasceu em Guadalajara não foi?

- Não Gabriel, sou de Acapulco igual a sua professora.

- Sabe que não estudo mais com ela não sabe? - pergunto para ver se ele se alerta que agora moro nas índias Calmans.

- Não. Sei que está um tempo com sua tia e vai estudar por lá, mas seu lugar é aqui com agente. - ele diz e pisca para mim com um sorriso que só ele tem em todo o mundo.

- Não sei. - digo e retorno para meu silêncio.

- No que pensa tanto rapazinho? - ele insiste em conversar. - Quer me contar como foi na casa de sua tia?

- O senhor viu como é um casarão que mais parece um palácio, tenho um motorista só para mim e Nara os melhores médicos e cuidados. - digo tentando mesclar a verdade.

- E como é sua tia? - ai eu não queria falar sobre isso mais é como dizem melhor ser com um pastor que não vai contar do que com os amigos.

- Ela é triste, parece não gostar de crianças muito menos de meninos, vivia pedindo para fazer silêncio e eu me sentia um pouco... tipo um peixe fora da água. - tento explicar.

- Sua irmã também se sente assim? - ele parece que ficou preocupado. - Ela foi grossa com você?

- Ela é sempre educada, mas até parece o fiscal do comboio não sei se me entende. - não sei como dizer que ela não sente amor.

- Bom o fiscal do comboio é feio, gordo, pobre e indiferente a nós. - ele diz e eu sorrio.

- Ela é alta, bonita, rica e indiferente a nós. - digo ainda rindo.

- Entendi Gabriel o que quer dizer. Sabe que Deus tem o melhor para você não sabe? Basta você entrar no centro da vontade Dele.

- Pastor Deus tirou tudo de mim. - digo para ele e antes que ele fale eu prossigo. - Eu tinha pai, mãe e irmã boa que brincava comigo e me acompanhava até a aula. No mesmo dia que Deus matou meu pai, machucou minha irmã e minha mãe. Eu fiquei só durante meses cuidando delas e da casa e ainda tendo que nos sustentar, sendo dessa idade não sei como consegui. - digo sentindo que vou chorar e sem vontade de fazer isso na frente dele.

- Olha Gabriel, Deus ele não fez o que diz que Ele fez, sei que tudo que acontece é permissão dele, mas não é culpa Dele. O fato de ter conseguido dar conta de tudo foi a ajuda dele e a sabedoria que ele depositou em você.

- Não sei pastor acredito que Ele olha para uns e outros não.

- Porque decidiu voltar e visitar? - ele me pergunta e eu volto para a confusão que se instalou em mim.

- Na verdade eu não sei dizer bem, a senhorita Claudia ela não sai de minha cabeça, lembro a primeira vez que ela me tocou no ombro quando eu estava em sua cozinha após ter sido pego roubando comida, eu senti paz, mesmo naquele momento que eu estava com medo de ser preso ela me transmitiu paz. No dia que minha mãe morreu eu havia dado para mamãe a proposta de irmos morar um tempo lá para ela e a professora me ajudar, minha mãe ficou feliz disse que era Deus agindo ao nosso favor e que eu deveria estar perto de quem gosta de mim. Quando eu vi ela após a morte de mamãe ela me abraçou com amor do jeito que minha mãe me abraçava e isso me fez sentir bem. - olho para o homem me olhando com um sorriso indecifrável e concluo. - Na casa de minha tia não passei fome, nem frio, nem qualquer tipo de necessidade carnal, mas eu sinto falta do abraço de mamãe e tenho a ligeira impressão que na senhorita Claudia eu encontrarei esse abraço.

- Ela tem muito amor no coração. É uma mulher fabulosa.

- O senhor a ama? - pergunto e o vejo se ajeitar no banco e fazer aquilo que os homens fazem na garganta que não sei o nome.

- Eu amo, mas não sei se sou correspondido. Estou orando para que Deus me dê um sinal e talvez você venha trazendo ele.

- Ele o sinal? - pergunto confuso.

- Sim Gabriel eu a vejo chorando pelos cantos com saudades de você quase sempre, mesmo fingindo ser durona e tentando disfarçar ela sente falta de você e de sua irmã também eu fiquei preocupado com isso e venho orando para que eu a veja feliz, se fosse da vontade de Deus de eu me declarar a ela, que Deus te trouxesse para perto de nós novamente.

- Mas é só uma visita. - digo pensando que talvez não seja, mas não posso revelar meus planos ainda, até porque não sei qual é.

- Deus é quem sabe Gabriel, Deus é quem sabe. - ele diz com um sorriso e o trem para para descermos.

Fico imaginando como seria se eu morasse com ela, claro que os médicos que estão cuidando de minha irmã nós não teríamos, mas teríamos os amigos perto e muito amor também. Resolvo que está na hora de orar.

"Deus se for da tua vontade de que eu volte a morar nessa cidade e fique aos cuidados da senhorita Claudia, por favor que eu sinta a paz que eu preciso voltar a sentir." - oro em pensamento e decido que se Deus me responder eu falo com o pastor para ir buscar Nara.

- Pastor algum problema? - saio da minha oração para perguntar vendo que tem muita gente junta.

- Não foi só uma das carruagens que quebrou, vamos para a igreja um pouco e voltamos quando o problema tiver sido resolvido, lá pelo menos ficamos mais a vontade.

- Pastor para Deus responder a oração é preciso ser convertido?

- Não Gabriel é preciso só ter fé. - ele diz abrindo a porta da igreja e cumprimentando o pastor que nos manda ficar a vontade e vai preparar comida para nos oferecer.

- Eu fiz um pedido a Deus. - digo.

- Espere Ele vai responder. 

- As vezes eu tenho vontade de seguir na fé mais é tão complicado eu gosto de jogar bola e basebol. - tenho que ser verdadeiro.

- Mas quem disse que precisa deixar de jogar bola e basebol? Eu particularmente sou um ótimo jogador.

- Sério?!! - me espanto com a confissão nada humilde do pastor. - Então eu posso também me converter?

- Claro venha cá me dê suas mãos vamos orar. - e ali na igreja que não havia ninguém só nós dois eu me converti.

Deus é DeusDonde viven las historias. Descúbrelo ahora