Capítulo 21 - Pedido de paz

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Passei a evitar Jack desde o ocorrido no caminho ontem

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Passei a evitar Jack desde o ocorrido no caminho ontem. Estava me dedicando aos cultos, minhas aulas e a mudança. Claudia está desesperada pois assumirá como prefeita interina hoje e fica dizendo que não dará conta de ser prefeita e cuidar da lanchonete. Eu acredito que ela consegue pois nunca vi uma pessoa com tanta fibra como ela. 

- Débora venha temos que nos apressar. - isso é ela me chamando para o café pela segunda vez, eu me atrasei pois fui escrever para a capital. Resolvi ver se eles lembram que eu existo.

- Estou indo senhora prefeita. - digo já descendo as escadas e nós duas rimos. - Não vou comer, colocarei uma maçã na bolsa. - digo já pegando a maçã e embalando num guardanapo.

- Não tem se alimentado corretamente irmã se mamãe tivesse aqui iria reclamar. - ela diz também pegando uma maçã.

- Sabe quando voltam? - pergunto lembrando que ela recebeu uma carta.

- Tia Luzia disse que eles são dois missionários soltos no mundo. Então não sei quando voltam.

- Mas e o sítio? - pergunto me referindo a nossa mudança que se dará hoje.

- Vai ficar aos cuidados de Kadu. Vou organizar nosso quarto para ele dormir, a irmã dele casou e a casa lá está pequena.

- O pastor também pode cuidar já que está dormindo em um dos quartos. - digo e ela me olha torto.

- Quer cobrar por um pedaço de pão? - ela finge estar com raiva e eu sorrio.

- Só falei que ele podia ver que é bom ajudar quem ajuda ele. 

- Viu como ele não parou um minuto na lanchonete desde que chegou? Pegou essa obra mesmo com força e além disso tem a igreja.

- Por falar nisso onde vai ser?

- Deus proverá. - ela diz e aponta para frente. Esqueci de dizer que estamos andando e conversando e as vezes eu acredito que terei que correr para a alcançar. Olho para onde ela apontou e vejo a lanchonete com tudo organizado e o pastor na frente nos esperando.

- Paz pastor. - digo o cumprimentando e recebo um beijo na mão. Ele é sempre assim carinhoso.

- Paz moças, como estão?

- O Senhor saiu sem se alimentar pastor. - Claudia diz lhe entregando um pacote que acredito ser comida e recebe um beijo na mão também, percebo ser mais demorado o dela e fico imaginando se eles dois podem estar... Espera aí e Kadu? Sei que andaram dando um tempo pois Kadu estava confuso mais não sei mais como está. Nossa que amiga ruim eu sou, não me importo de perguntar sobre o coração de Claudia.

- Obrigada irmã, não precisava eu comi na venda. - ele diz apontando para a mercearia.

- A partir de amanhã passará a comer aqui no Café da Clau. - digo olhando a placa e vendo como ficou tudo caprichado.

- Ficou lindo não foi? - Claudia olha também e comenta.

- Ficou maravilhoso. - digo e olho para dentro também percebendo que tem gente se movendo por lá. - Tem gente lá dentro?

- Ah tem é o Jack ele está montando as cadeiras comigo. - o pastor diz passando a mão na testa e me sinto ficar nervosa. - Espero que tenha comida para dois aqui. - ele diz levantando a mão com o embrulho.

- Vou para a prefeitura e você Débora? - Claudia interrompe meu desvaneio e a olho que tem uma cara divertida.

- Vou para a escola. Até mais pastor quando eu sair venho para ajudar com a mudança.

- Eu também pastor vou ver como faço para chegar cedo. - Claudia diz e acena para nós.

Eu não tive coragem de entrar e pensei que ele também não quisesse sair para me ver. Me despedi do pastor e fui para minha aula. Eu tinha que focar no importante e Jack era uma distração. Mas que distração hem? O Senhor tinha que fazer ele tão lindo Pai?

Ao terminar minha aula me apressei a ir para o sítio terminar de ajeitar tudo que iria para a nova casa, era muito bom saber que agora eu teria meu cantinho, mesmo que abaixo de mim tivesse mil pessoas se movimentando eu estaria em paz num lugar só meu.

- Com licença. - era Jack entrando no quarto. - Vim pegar os baús. - ele diz apontando para os baús empilhados. - Nossa como foi que conseguiram empilhar?

- Nós pedimos ao pastor. - digo e ele fecha a cara na mesma hora. Não iria mandar ele deixar de besteira pois fico feliz em saber que gosta de mim ao ponto de sentir ciúmes.

- Vou descer eles logo pois conseguimos um carro emprestado e temos que devolver.

- Carro? - pergunto. - De quem?

- Um tal de Billy que está chegando com sua fábrica na cidade. - ele diz me deixando só pois já levou o primeiro caixote.

- Nossa as coisas acontecem que nem vejo nesse lugar. - digo só para mim.

Quando Jack já está para levar o último baú sem querer ele cai e derruba meus livros no chão, eu me agacho e começo a recolher os livros e passando para ele arrumar de volta no baú.

- Desculpe, não vi que estava aberto. - ele diz e eu o sinto perto de mim. Perto demais Senhor, afaste a tentação de mim por favor.

- Acho que esqueci de fechar. - digo lhe entregando meu livro favorito de Kiara Kass.

- A seleção? - ele olha para o livro e olha para mim. - É um romance?

- É eu leio romances as vezes. - assumo me sentindo com vergonha e faço menção de levantar e ele segura minha mão.

- Posso pedir algo? - eu olho para a mão dele segurando a minha e nós dois de joelhos e volto a olhar para ele e afirmo com a cabeça impossibilitada de falar pois estou nervosa. - Vamos ficar em paz. Não suporto brigar com você. - diz.

- Pedido de paz? - indago me afastando um pouco e ele sente que estávamos bem próximo e se ajeita também. - Podemos tentar, posso te dizer que lhe darei uma outra chance de ser meu amigo e o homem que ora comigo para uma resposta futura de Deus. Mas por favor não me compare com quem não conhece.

- Me perdoe por aquele dia, posso pedir ainda outra coisa?

- Sim peça seu pidão. - digo rindo dele.

- Não aceite ser cortejada por outro, lembre que prometeu orar comigo. - ele diz e o sinto ficar vermelho.

- Não tem ninguém me cortejando Jack. De onde tirou isso?

- Não tirei de lugar nenhum talvez seja coisa da minha cabeça. Esqueça. - ele diz saindo com o baú e me deixando feliz.

Deus é DeusWhere stories live. Discover now