Capítulo 30

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Fazia algo como três anos desde que Avril saíra em missão, até que estava um pouco desacostumada. Ela só não se lembrava daquele silêncio ensurdecedor entre os integrantes da equipe ser item indispensável no trajeto até o local. Depois de semanas de convívio quase que vinte e quatro horas por dia, ela deveria estar agradecendo ter um pouco de paz e silêncio, só que aquele silêncio não era bom. Claro que em nenhum momento a mulher se iludira pensando que voltaria para o campo como se nada tivesse acontecido, e que todos agiriam normalmente. Mas aqueles olhares apreensivos trocados eram um pouco de exagero.

Não que ela fosse verbalizar seu desconforto.

Avril ficou sentada em seu lugar a maior parte da viagem. Suas armas já estavam prontas e posicionadas para quando fossem entrar em ação, Clint e Natasha estavam encarregados da invasão do sistema da base, Bruce e Tony pilotavam a nave, e Thor e Steve faziam praticamente a mesma coisa que ela: tentar não parecer entediados.

O soldado ainda se levantava uma vez ou outra quando a dupla de ex-agentes o chamava, enquanto ela e o asgardiano apenas fitavam o teto, torcendo para que a viagem fosse muito mais rápida do que o esperado. Ambos quase choraram de emoção quando Steve chamou todos para explicar como aquela missão funcionaria.

- Tony, Natasha e eu ficamos com a parte de cima da base. Avril, Clint e Thor vão ficar com o subsolo – disse o soldado, apontando para as plantas que conseguiram do local – Não temos certeza de onde está a central de dados da base, mas está no subsolo. Avril e Clint, essa parte é com vocês.

- Entendido – responderam os dois em sincronia, já se virando para o arsenal para se prepararem.

- Nervosa? – perguntou Clint, prendendo sua aljava no traje – Ou com tédio?

- Definitivamente tédio – suspirou ela, colocando a última arma no coldre escondido pelo colete que usava – Você fica muito tempo fora e esquece essas partes chatas.

Bruce ficara na nave, como de costume. Se precisassem de apoio, ele se juntaria à equipe o mais rápido possível. Os trios se separaram logo no começo: um grupo ficaria como contenção no térreo, além de distração; o çsegundo iria atrás das informações, tentando passar o mais despercebido possível, só depois se juntando à diversão de verdade.

Avril logo percebeu que subestimara seus instintos: aquilo tudo já lhe era tão natural que num espaço de tempo mínimo eles já estavam dentro da base. Estava um pouco desabituada a ter tantos estímulos ao seu redor, a ter que monitorar tantos aliados e um número ainda muito maior de inimigos, mas estava conseguindo se concentrar muito melhor do que esperava. A única coisa que ainda não lhe parecia natural era não responder a Clint e Natasha, mas sim a Steve – ou melhor, ao Capitão Rogers. Duas ou três vezes Clint rira porque ela simplesmente esquecia e pedia a ele instruções, ou apenas fazia uma careta confusa quando Rogers exigia atualização de status, momentaneamente se esquecendo de quem que estava no comando da operação.

- Para de rir e se concentra, Barton – resmungou ela, soltando mais um corpo inconsciente no chão.

- Você que está precisando se concentrar, meu anjo – o loiro riu, abaixando seu arco e sinalizando para que ela fosse à frente – Não que eu não queria ver você desacatando o Rogers sem querer e ser repreendida no caminho para casa.

Avril iria respondê-lo, mas sentiu inimigos se aproximarem do corredor que estava sendo protegido por Thor. As coisas não estavam saindo como planejado.

- Capitão? – ela chamou Steve pelo comunicador, revirando os olhos quando Clint bateu palmas por ela estar pedindo instruções à pessoa certa – Thor está com problemas. Vai mandar alguém dar apoio a ele ou eu fico para trás também?

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