hearts ain't gonna lie

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Não é o que você disse, é como você disse

É não diga que me ama quando você sabe que vai se arrepender

Não é o que nós fizemos, é o que não fizemos

Estamos perdendo tempo e não sei como admitir isso

Hearts Ain't Gonna Lie (Arlissa)

2 de fevereiro de 2017

Lauren's Point Of View

  E lá estava eu com o fone na cabeça, de frente ao computador, aguardando o delegado brasileiro chegar na linha. A polícia do Brasil havia retornado a ligação hoje, três dias depois do meu pedido de ajuda. Eu achei que demoraria mais, mas estava feliz com o prazo. Iglesias estava encostada ao meu lado na mesa, Petsch e Morgan estavam em algum lugar atrás de mim, todas tensas e com a atenção voltada para a ligação, que estava no alto falante, mas somente eu poderia responder.

  -Agente Jauregui? Boa tarde.-a voz do delegado nos colocou de prontidão.

  -Estou aqui. Boa tarde.- eu estava muito tensa, nervosa. Aqueles resultados poderiam solucionar aquilo tudo.

  -Então, entramos em contato com o banco, e eles nos deram todas as informações da conta. Ela está no nome de Dacre Montgomery. Foram retirados setecentos mil dólares da empresa, às 11:35 do dia 27, certo? Então, houve o depósito de dois milhões e oitocentos mil reais na conta, às 17:00 do horário de brasília, no mesmo dia. Porém, atualmente, consta que tem dois milhões setecentos e noventa e nove mil e novecentos. Uma quantia de cem reais foi sacada na manhã do dia 30 de janeiro, às 10:28, para ser mais preciso. Procurei pelo nome dele nos sistemas, o jatinho dele pousou aqui no Rio de Janeiro na tarde do dia 29, e saiu na noite do dia 30. Nós pegamos as gravações de todas as agências do banco em que a conta foi a aberta, e nós o encontramos. Temos a filmagem dele sacando os cem reais, vou enviá-la de imediato. Solucionou o seu caso, agente Jauregui, meus parabéns.- sorri por ter, finalmente, um culpado. Porém ele ainda não estava atrás das grades, e eu só sossegaria depois de colocar aquele filho da puta dentro da sarjeta.

  -Muito obrigada, delegado Lins, foi um prazer ter trabalhado ao seu lado.- falei realmente agradecida, ele e sua equipe haviam feito um trabalho espetacular em um prazo extremamente curto.

  -O prazer foi meu, agente, se precisar de algo,
só me contatar.

  -Obrigada, tenha uma boa tarde e uma boa semana.- desliguei o telefone. Morgan e Petsch me olhavam com os olhos brilhantes, contendo os sorrisos que insistiam em sair de suas bocas. Iglesias não, tinha o olhar focado em um ponto distante, ela pensava em algo.- Ainda não, meninas, estamos quase.

  Mas tinha uma coisa me incomodando. Como alguém que conseguiu burlar um sistema com a melhor proteção do mundo, alguém que se mostrou ser extremamente inteligente e calculista, seria pego por um deslize desses? Ele basicamente se entregou indo até o Brasil e sacando o dinheiro daquele jeito. Por que havia sacado uma quantia tão pequena? Por que havia ido até o Brasil, se expondo dessa maneira? Isso é estranho pra alguém que, devido às circunstâncias, seria tão inteligente.

  -Ele pode ter usado um cúmplice, Lauren.- Iglesias disse, como se estivesse lendo os meus pensamentos. A encarei, pensando nas possibilidades.

  -Ou ele pode ser só um peão.- ela assentiu. As outras duas só nós observavam, agora também desconfiadas.- De qualquer maneira, só teremos como saber quando pegá-lo.

Behind Bars Where stories live. Discover now