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TODO MUNDO LENDO DE NOVO PQ EU VOLTEI!





Miami, Flórida

10 de janeiro de 2015

Estou em meu carro, voltando para casa. O trânsito em Miami está horrível, estou nesse engarrafamento já faz mais de trinta minutos! Não tem coisa que eu odeie mais do que trânsito parado e gente buzinando que nem um bando de loucos! Me dá nos nervos! Respiro fundo na tentativa de me acalmar, o que, obviamente, não funciona. Como se fosse fácil assim me acalmar, apenas respirando. O dia no escritório foi cheio e estressante, me deixando com os nervos à flor da pele, aí agora tem essa porra de trânsito para complementar!

Fecho os olhos e respiro fundo novamente, sendo interrompida por meu telefone tocando. "Sofia".

-Oi, Sofia.- eu atendi seca e sem paciência. Não deveria descontar em quem não tem nada a ver e não iria fazer isso, mas também não me peça doçura em um momento como este.

-Cadê você, Camila?! Que demora, o papai já está me enchendo o saco perguntando aonde você está!- ela disse impaciente, simplesmente berrando no meu ouvido, enquanto pude ouvir ruídos na ligação, era meu pai gritando com ela. Ele se encontrava em um nível já avançado de alzheimer, e por isso, por ser a filha mais velha, herdei todo o império construído com o esforço do meu pai: uma das empresas de imóveis mais rentáveis e procuradas do país.- Vê se chega logo!

-Não posso passar por cima dos carros, Sofia! Segura a porra da barra e vê se não me enche hoje!- desliguei o celular e massageei minhas têmporas, notando que nem um centímetro da fila de carros havia se movido, me deixando no mais puro estresse.- Porra!

[...]

Uma hora depois, estacionei em frente a minha casa e peguei as minhas coisas dentro do carro, quando eu escutei uma série de barulhos altos e secos. Pareciam.... Disparos de arma de fogo.

Arregalei os olhos e senti uma sensação ruim tomar o meu corpo, célula por célula se arrepiar e minhas pernas fraquejarem. Eu corri até minha residência, meu corpo demorando a obedecer os estímulos do meu cérebro, enquanto me perguntava se estava tudo bem com minha família.

Ao abrir a porta, o cheiro metálico que exalava no lugar me fez ter náuseas. Eu andei até a cozinha, e o que eu vi quando cheguei lá me deixou totalmente paralisada e sem reação.

O corpo desacordado de meu pai estava no chão, com vários buracos de bala em seu corpo e uma poça de sangue crescia ao seu redor. Eu me pus a tremer instantaneamente, meu estômago estava completamente embrulhado, eu tinha vontade de vomitar.

Voei no corpo do meu pai e verifiquei seus batimentos através de meus dedos indicador e médio em sua jugular. Ele estava morto. Eu o abracei com toda a força que eu tinha, enquanto lágrimas escorriam desesperadamente por minhas bochechas. Eu não me importava se estava sujando minhas roupas de sangue, nada mais importava naquele momento. Era o meu pai.

Até que senti algo duro e gelado ser pressionado contra minha nuca, me causando mais uma corrente intensa de calafrios. Eu me levantei e me virei devagar e, quando vi do que se tratava, joguei as mãos no ar em rendição. Sofia apontava uma pistola diretamente em minha testa, o dedo indicador descansando no gatilho. Onde ela tinha arrumado aquilo? Sua expressão era fria e sombria, como se ela não tivesse alma. Eu segurei no cano da arma, como se fosse minha única chance de sobreviver.

-Eu disse para você chegar logo, Camila.- ela abriu um sorriso que ficará guardado em minha mente para sempre.- Agora eu vou ter que matar você também.

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