Capítulo 33

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O dia estava nublado, as nuvens cinzas perfeitas no céu indicavam que uma forte chuva apareceria a qualquer momento. Mas Brandon parecia não se importar quanto a se molhar. Não encontrei o veículo prateado de Brandon quando chegamos lá fora. Ao invés disso estava uma Moto. Vendo a confusão em meu rosto, Brandon explicou:

- Comprei ela.- simples assim, sem muitas explicações e mais nada.

- Você não espera que eu vá subir, né? - ele sorriu, sabia o meu medo de subir em motos, mas parecia está se divertindo com isso.

- Vai sim.- Ele pegou um capacete e o colocou com cuidado em minha cabeça, cobrindo meu cabelo. Ainda sorrindo, ele joga a perna por cima da moto e ajeita o corpo no assento e espera que eu faça o mesmo. Eu queria ficar parada no mesmo lugar, mas não queria ser chamada de criança justo no dia que completo dezoito anos.

Soltando um suspiro derrotado, eu apoio minhas mãos firmes em seus ombros e subo na moto, ignorando sua mão quando ele tenta me ajudar. Eu consigo, sei que consigo, não é difícil. Sinto vontade de dá um chute na canela dele quando percebo que continua rindo de mim.

- Segure-se em mim, está bem?

Não respondi, mas obedeci. Passei meus braços em torno de sua cintura. O motor ronca vivo quando ele liga a moto. Me seguro ainda mais firme quando começamos a se afastar de casa e partimos para sabe-se lá onde.

                                ***

Estava começando a neblinar, estávamos na praça jogando conversa fora. Toda vez que eu perguntava porque estávamos ali ele me silenciava com um beijo. Golpe baixo.

- Brandon, iremos ficar aqui até quando? - Pergunto olhando para ele.

- Pensei que estivesse gostando de está aqui comigo.- Ele disse virando o rosto para mim.

- É claro que eu gosto, mas já faz bastante tempo que estamos aqui, e sem contar que irá chover a qualquer momento, até as outras pessoas já foram embora, restando apenas nós.- aponto para o lugar vazio.

- E isso não é bom? - ele abriu um sorriso.- Só estamos nós dois aqui, podemos conversar à vontade sem ninguém para nos escutar ou interromper.

- Mas já perdi até o assunto da conversa, e ainda estou com fome.

- Fome? Mas você não comeu hoje?

- Teria tomado meu café da manhã normalmente caso o senhor apressado tivesse esperado.- acusei virando o rosto.

- Então vamos comer alguma coisa.- Ele foi o primeiro a ficar de pé. O acompanhei e paramos em uma cafeteria ali perto.

Pedi um Capuccino e um pedaço de bolo junto, Brandon não quis muita coisa, apenas um café. A garota que nos atendeu era morena e tinha os cabelos longos e lisos. Ela anotou nossos pedidos fazendo de tudo para que Brandon observasse seu decote gigante. Brandon parecia bem alheio a sua presença, para minha felicidade ele a ignorou completamente. Acabei dando risada quando ela saiu com a cara decepcionada. Brandon olhou pra mim, olhou para os lados tentando encontrar algo engraçado que estivesse me fazendo rir, mas quando voltou a olhar para mim novamente, seu olhar era decifrável. "Você é louca? " Era o que seu olhar dizia. Isso só me fez rir ainda mais, chamando a atenção de um casal de idosos sentados à nossa frente. Eles nos olharam com desdém. Eu realmente era maluca. Reuni fôlego, parando de rir. Eu não imaginava que a cara daquela garota fosse me fazer rir tanto. Acho que ela nunca foi tão rejeitada como hoje. Bem feito.

- Já acabou a graça? - Brandon me perguntou.

- Sim.

- Posso saber do que ria?

Ligados Pelo amorWhere stories live. Discover now